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Entre a UFSM e os animais abandonados



Além do ensino, da pesquisa e da extensão, a rotina da UFSM envolve outro elemento peculiar. Seja qual for o campi que visite, sempre haverá um mascote adotado pela comunidade acadêmica e que enche as galerias de fotos de alunos, técnicos e professores. Quase todos esses animais são originários do abandono irresponsável por parte de seus antigos donos e encontram, na UFSM, um lugar seguro para se abrigar.

Apesar de a instituição não ser responsável pelos animais abandonados em suas dependências, os pequenos que ali chegam são acolhidos e mimados até que um novo dono, responsável, apareça. No período que estão abrigados nas Unidades de Ensino, a comunidade se mobiliza para que não faltem alimentos, higiene e, em alguns casos, cuidados veterinários.

Entre algumas dessas ações, estão as doações de técnicos, professores e discentes no campus de Frederico Westphalen, utilizadas na compra de alimentos e nas despesas com os cuidados da Bella, a mascote da Unidade. A cachorrinha, que desde 2017 mora no local, também tem uma casa construída ao lado do Centro de Convivências, para poder acompanhar toda a movimentação nos intervalos das aulas.

No campus de Palmeira das Missões, o cuidado com os animais abandonados é realizado pela equipe Cuca – Cuidadores dos Cães do campus, um grupo formado por acadêmicos, professores e técnicos. A Cuca, mesmo não sendo responsável pelos animais deixados no campus, tenta minimizar a situação de abandono, responsabilizando-se pela compra de ração e de medicamentos para os cães deixados na instituição. Além disso, no mês de julho deste ano, o campus lançou o programa “Adote um amigo”, com o intuito de incentivar a adoção dos animais e conscientizar a população sobre o abandono irresponsável.

Em Santa Maria, no campus sede da UFSM, quem realiza o atendimento dos animais abandonados é o projeto Zelo, criado em 2014 e atualmente vinculado à Pró-Reitoria de Extensão (PRE). O projeto, que conta com o apoio do Hospital Veterinário Universitário (HVU), tem o foco das suas atividades voltados à educação para uma convivência mais pacífica e harmônica entre humanos e animais. Educação que se mostra cada vez mais necessária.

No dia 17 de junho, um caso mobilizou os participantes do projeto Zelo. “Um senhor chegou com um filhote de gato na mão e disse que queria deixar no HVU. Na ocasião, a atendente explicou que o Hospital não pegava animais, apenas realizava consultas. O senhor, extremamente irritado, jogou o animal em uma caixa que estava na recepção do HVU, utilizada para a coleta de peças para a Campanha do Agasalho, e saiu esbravejando. Um servidor anotou a placa do veículo e tomamos os procedimento legais”, relata a professora Fabiana Alves Stecca, docente do Colégio Politécnico da UFSM e atual coordenadora do projeto. O caso foi registrado na Polícia Civil do Rio Grande do Sul e na Ouvidoria da UFSM.

Não somos responsáveis pelos animais abandonados no campus, apenas tentamos ajudá-los, além de conscientizar as pessoas. O projeto não abriga ou resgata animais de rua. Não possuímos um espaço físico ou um ambiente para os animais. Auxiliamos no encaminhamento para tratamento e acolhimento dos animais abandonados apenas dentro da UFSM. Após, divulgamos suas fotos para lar temporário e adoção”, destaca a professora.

Grande parte do abandono de animais é em decorrência da falta de consciência de quem adota ou compra esses bichinhos. Para Fabiana, há um grande interesse em adotar filhotes que não é acompanhado pela atenção que eles precisam ao longo dos anos. “São abandonadas muitas fêmeas em idade fértil e existe a falta de entendimento que se adotei ou adquiri um animal sou responsável pela sua castração”. Nesse sentido de conscientizar a população sobre a importância de adoção e/ou compra responsável, a professora comenta que o próximo passo do projeto é realizar palestras educativas nas escolas da região.

Em paralelo com as palestras nas escolas, o projeto também quer desenvolver ações durante o Viva o Campus, evento de integração da UFSM com a comunidade regional. “Queremos que nossa população animal realmente diminua através do entendimento das pessoas de que a UFSM não é local de descarte e que não é o melhor local para deixar um animal. Muitos, como os sem perfil de adoção (cães de grande porte, idosos ou com problemas de saúde), ficam como comunitários, possuem responsáveis pela sua alimentação, cuidados e ganham muito amor e carinho. Achamos muito legal que o campus da UFSM seja um grande parque nos finais de semana, aberto à comunidade, com ações de integração e diversão para a cidade. Mas acreditamos que não é um local seguro para os animais, pois acontecem acidentes e brigas entre eles”, comenta Fabiana.

Além das ações desenvolvidas no campus Sede, o projeto Zelo também desenvolve ações nos três campi fora de Santa Maria. “Estamos distribuindo flyers de conscientização e pretendemos estender a ação de palestras também”, finaliza Fabiana. O projeto também conta com uma página no Facebook e realiza os Brechós Solidários, para que o público conheça os animais que são atendidos pelo projeto e possa comprar roupas, calçados e acessórios. Os recursos são destinados para a compra de ração, medicamentos e castração dos pets.

O que preciso saber antes de adotar um animal?

Para quem está pensando em adotar um animal, a professora Fabiana dá algumas dicas. “É preciso conhecer as necessidades de cada animal e a sua situação de vida. Além disso, é necessário analisar os recursos financeiros que disponho e quem vai se responsabilizar por eles quando for viajar”. A professora também destaca cuidar se o pátio ou apartamento é seguro para se ter um animal e as condições psicológicas para cuidar de um pet.

Vemos situações de aumento de abandono nas férias, quando o animal cresce muito ou quando o cão late demais. Isso é um despreparo para a adoção. Já entregamos animais daqui do campus para pessoas que se curaram da depressão, que conseguiram viver em Santa Maria porque antes sentiam-se sozinhos. Temos histórias lindas e ficamos desolados com a forma que o abandono acontece”.

Como lembra a professora, a Lei determina que abandono é crime e cabe ao adotante a responsabilidade de encontrar um novo lar para o animal. “Sabemos que somente ONGs em Santa Maria fazem a guarda de animais. Não há canil municipal e muitas hospedarias estão cheias. Nas Universidades que possuem Hospital Veterinário, o abandono é maior ainda, pois existe um pensamento de que lá eles poderão ficar morando ou ter atendimento de graça. O que é um grande erro.”

Animais também têm sentimentos

O Senado Brasileiro aprovou, no último dia 08 de agosto, o texto base da proposta de lei n.ª 27 de 2018. De autoria do deputado federal Ricardo Izar, a lei prevê que os animais domésticos sejam tratados como sujeitos de direito e não mais como objetos. Outro ponto destacado na proposta é a alteração na Lei dos Crimes Ambientais, a qual garante que os animais não sejam mais considerados bens móveis, proporcionando uma maior defesa em caso de maus tratos.

Como sofreu alterações no texto original, a proposta retornou à Câmara dos Deputados, onde deve passar por nova votação sem data definida.

Texto: Wellington Hack/ Bolsista NDI PRE

Revisão Textuak: Erica Medeiros / Bolsista NDI PRE

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