A Bombaja UFSM, equipe de competição de Baja SAE vinculada ao Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), conquistou o 3º lugar geral na competição Baja Sul 2025, realizada entre 21 e 23 de novembro, no Paraná. Com 687,54 pontos, a equipe ficou entre os melhores colocados entre as 16 equipes participantes da etapa regional, que integra o circuito brasileiro da SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade). A competição desafia estudantes universitários a projetar, construir e validar protótipos off-road em provas estáticas (relatórios técnicos e apresentação de projeto) e dinâmicas (aceleração, velocidade final, tração, suspensão, manobrabilidade e resistência), simulando condições reais de engenharia, gestão e desempenho em pista.
Um projeto acadêmico que alia engenharia, inovação e competição off-road
A competição Baja SAE é uma competição de nível internacional, na qual estudantes de engenharia projetam, constroem e validam um protótipo off-road capaz de enfrentar provas de alto desempenho e resistência. No Brasil, além da etapa nacional realizada em São José dos Campos (SP), há competições regionais no Sul, Sudeste e Nordeste. O time vencedor da etapa nacional garante vaga para a etapa internacional, o “mundial”, nos Estados Unidos.
A Bombaja UFSM representa a universidade nas competições há mais de 20 anos, reunindo estudantes de diversos cursos da UFSM e do CTISM, que buscam aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Para o capitão da equipe, Rodrigo Pereira, o envolvimento com o Baja nasce da “paixão pelo automobilismo” e do desejo de transformar a teoria aprendida em sala de aula em experiência real de engenharia. Já Ayscha Bartzen, gerente de Suspensão e Direção, destaca que a equipe se tornou um espaço onde encontrou “uma outra forma de colocar em prática o que aprende na aeroespacial”, além do desafio e da responsabilidade de desenvolver um carro que transporta pilotos em situações extremas.
Provas estáticas e dinâmicas: estratégia, técnica e desempenho em pista
As competições de Baja SAE são divididas em provas estáticas, como o ICTS (relatórios técnicos e custos), APD (avaliação de projeto) e apresentação oral, e provas dinâmicas, nas quais o carro é testado em aceleração, velocidade final, tração, manobrabilidade, suspensão e no enduro.
No Baja Sul, a Bombaja UFSM se destacou justamente pelas provas dinâmicas, conquistando os seguintes resultados:
Dinâmicas: 3º lugar
Apresentação de projeto: 4º lugar
Aceleração: 1º lugar
Velocidade final: 2 º lugar
Tração: 4º lugar
Manobrabilidade: 6º lugar
Suspensão: 1º lugar (empate com outras 3 equipes)
Prova bônus 4×4: 3º lugar
Superprime: 2º lugar
TopSplit: 1º lugar
Enduro: 4º lugar (58 voltas e 272.94 pontos)
A prova de enduro, a mais longa e uma das mais importantes da competição, foi finalizada pela equipe mesmo após enfrentarem problemas mecânicos. Os integrantes realizaram reparos e retornaram à pista, garantindo pontos essenciais para o pódio geral. O time também celebrou com entusiasmo a vitória no Top Split, uma prova estreante no circuito regional. Segundo os membros, a ansiedade era grande pela falta de referências, mas a conquista trouxe “surpresa e felicidade” ao grupo por terem sido os primeiros campeões da prova na região Sul.



Estrutura organizacional: hierarquia, gestão e cultura colaborativa
Além do desempenho em pista, a Bombaja UFSM se destaca pela complexidade de sua estrutura interna, refletindo princípios de gestão e engenharia aplicados ao ambiente acadêmico.
A equipe é organizada em oito subsistemas técnicos (Suspensão e Direção, Powertrain, Freios, Cálculo Estrutural, Elétrica e Eletrônica) e áreas de suporte (capitania, finanças, marketing e comunicação).
Cada subsistema possui um gerente responsável pela coordenação das tarefas, gerenciamento de membros e comunicação dos avanços e demandas para o restante da equipe. Esses gerentes são supervisionados pelos responsáveis de fabricação e projetos, que acompanham o andamento diário das atividades na oficina.
A capitania coordena a equipe como um todo, tomando decisões estratégicas e garantindo o alinhamento entre os setores. Professores orientadores e coorientadores atuam como suporte institucional, orientando o planejamento e representando formalmente o projeto.
Essa divisão hierárquica é fundamental para organizar o ciclo de desenvolvimento do protótipo e garantir continuidade diante das frequentes renovações de membros, características de equipes estudantis.
Infraestrutura e participação acadêmica
A Bombaja UFSM é formada por estudantes de diversos cursos, especialmente das engenharias Mecânica, Aeroespacial, Elétrica e de Controle e Automação.
Para desenvolver e testar o protótipo, o projeto conta com o apoio da UFSM, que oferece laboratório/oficina, pista de testes, suporte de laboratórios especializados como o Laboratório de Motores (GPMOT) e laboratórios do CTISM, além de auxílio logístico para transporte e hospedagem durante as competições.
O futuro da Bombaja UFSM: reestruturação e foco na temporada 2026
Após a conquista do pódio no Baja Sul, a equipe já está planejando a sua próxima temporada. O objetivo agora é aprimorar o protótipo atual, o BJ-22, especialmente o subsistema de powertrain, e capacitar os novos membros por meio de treinamentos e atividades internas.
Como a equipe passa por um período de renovação e está com o número de integrantes reduzido, os estudantes decidiram não participar da etapa nacional no ano de 2026, concentrando esforços na preparação para o Baja Sul do próximo ano, quando esperam retornar ainda mais competitivos.
O 3º lugar geral no Baja Sul 2025 confirma a força do projeto na região Sul e reconhece a dedicação dos estudantes da UFSM.
Para mais informações sobre o projeto e para acompanhar o cotidiano de fabricação, testes e participação em eventos e competições, acompanhe o perfil da Bombaja no Instagram: @bombajaufsm
Texto: Gabriele Mendes, bolsista de Jornalismo da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).
Revisão: Valéria Luzardo, bolsista de Revisão Textual da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).