Desde 30 de junho, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) realiza o censo universitário da extensão. A iniciativa coordenada pela Pró-reitoria de Extensão (PRE) tem por objetivo mapear e mensurar o impacto das mais de mil ações extensionistas vinculadas à universidade. Os resultados, obtidos por meio de questionários, serão utilizados para elaboração de um Atlas da Extensão da UFSM.
Na linha de frente da coleta de informações, estão 20 bolsistas selecionados via edital, para atuarem como recenseadores. O papel dos bolsistas é ir até as entidades ligadas a projetos de extensão e entrevistar as pessoas impactadas por essas iniciativas. Eles são estudantes de cursos de graduação e pós-graduação da Universidade, das mais diferentes faixas-etárias e origens.
Cada bolsista carrega motivações distintas para participar do censo, seja pela curiosidade em entender o funcionamento da extensão universitária, seja pelo desejo em retribuir à comunidade o apoio recebido da UFSM. A reportagem conversou com cinco integrantes da equipe: Laura, Gabriel, Elenara, Patrícia e Júlia.
Os rostos por trás do Censo da Extensão
Perspectiva: Laura Lobo, 20 anos, percebeu o quanto a Universidade está presente em toda Santa Maria. Ela ressalta que os entrevistados do censo sentem-se valorizados pela experiência. Estudante do 3º semestre de Administração e natural de Brasília (DF), Laura sempre se interessou por atividades extracurriculares e afirma que o censo proporciona uma mudança de perspectiva: “Você consegue olhar pela ótica da comunidade, olhar o próximo e entender o que ele está pensando”.
Transformação: Para Gabriel Caruso, 21 anos, participar do censo é uma experiência transformadora. Estudante do 3º semestre de Medicina e natural de Sorocaba (SP), ele conta que antes via a extensão apenas como uma forma de cumprir horas complementares. No entanto, foi por meio do censo que conheceu melhor a realidade de Santa Maria e a importância da UFSM nesse contexto. “Durante o projeto, você entende o real motivo da extensão”, afirma. Além disso, Gabriel vê na prática extensionista uma forma de retribuir o investimento da Universidade nos estudantes.
Vivência: Elenara de Cristo, 26 anos, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Administração. Natural de Pinhal (RS), ela se envolveu com atividades de extensão ainda na graduação, em Frederico Westphalen. Para Elenara, o censo permite contato com contextos diversos, “sejam bons ou ruins”. Ela destaca a empatia como um valor central da extensão: “Nos faz perceber que muitas vezes reclamamos de barriga cheia. Estar em uma pós-graduação é um privilégio muito grande, comparado a quem não tem sequer alimento”.
Gratificação: Para Patrícia Mazzinghy, 26 anos, participar do censo é uma experiência gratificante, pois permite conhecer melhor a comunidade. Natural de São Paulo, ela veio para Santa Maria realizar o sonho de se formar médica na UFSM. Atualmente no 3º semestre do curso, Patrícia acredita que a experiência vai contribuir para sua formação pessoal e profissional. “Vale muito a pena conhecer mais sobre a Universidade e a cidade, principalmente porque muitos estudantes vêm de fora”, conclui.
Novidade: Júlia Haleva, 22 anos, veio de Porto Alegre para estudar medicina em Santa Maria. Enquanto se encaminha para o 5º semestre do curso, Júlia decidiu entrar no censo da extensão em busca de uma “aventura”. Para ela, o censo é uma oportunidade de conhecer a cidade e as ações extensionistas promovidas pela UFSM. “Todas as entidades que visitei demonstram estar de braços abertos para a UFSM. É uma troca benéfica para ambos os lados”, relata. Ela também destaca o ineditismo da experiência: “É tudo novo para mim: a cidade, os projetos, os locais. São novos aprendizados”.
Entre os bolsistas, há um consenso: mais do que um instrumento de diagnóstico institucional, o Censo da Extensão revela o alcance humano e social das ações desenvolvidas pela UFSM. Eles reforçam a necessidade de valorizar e expandir o papel da extensão universitária em Santa Maria, especialmente diante das condições de vulnerabilidade em que se encontram muitas das entidades atendidas. “A extensão é o único momento da vida universitária em que você pode ajudar diretamente a comunidade”, afirma Gabriel.
A previsão é de que o censo se estenda ao longo do mês de julho, com encerramento das atividades em agosto. Até lá, os bolsistas seguem em campo, enfrentando desafios como a dificuldade de acesso a algumas instituições. “Algumas entidades são de difícil contato, às vezes temos que bater de porta em porta”, relata Júlia. Apesar disso, os estudantes destacam que a UFSM é amplamente valorizada pelas comunidades atendidas. “Por mais que as pessoas sintam falta de algumas coisas, ainda avaliam com NPS (Índice de satisfação) nota 10. Eles são muito gratos à UFSM”, conclui Laura.
Texto: Rafael Reis e Maria Gotuzzo, bolsistas da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).
Revisão: Catharina Viegas de Carvalho, bolsista da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).