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Espetáculo de dança celebra os 50 anos da Pró-Reitoria de Extensão da UFSM 

Programas Mojubá e Khaós protagonizam celebração do cinquentenário da PRE com apresentações que unem cultura popular, poesia e resistência social



O Theatro Treze de Maio, em Santa Maria, foi palco, na última semana, de uma noite de arte, memória e emoção que marcou os 50 anos da Pró-Reitoria de Extensão (PRE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O evento “PRE em Dança” ocorreu no dia 23/09 e reuniu dois espetáculos emblemáticos — “Isso é Brasil!”, do Programa de Extensão Mojubá – Danças Populares Brasileiras, e “AmorDor”, do Programa de Extensão Khaós Cia de Dança — para celebrar a trajetória da extensão universitária na UFSM.

Mais do que uma mostra artística, a celebração foi um manifesto da função social da universidade pública, evidenciando como a arte e a cultura, por meio da extensão, contribuem para formar cidadãos comprometidos com as transformações do mundo.

Extensão universitária: 50 anos de compromisso com a comunidade

Criada em 1975, a Pró-Reitoria de Extensão da UFSM tem como missão articular ensino e pesquisa com as demandas da sociedade, promovendo o diálogo entre saberes acadêmicos e populares. Ao longo de cinco décadas, a PRE consolidou-se como espaço de interlocução com a comunidade, fomentando projetos, programas e ações que unem ciência, cultura, arte e inovação social. O Pró-Reitor de Extensão, professor Flavi Ferreira Lisboa Filho, ressaltou que o principal legado da trajetória da PRE é a conexão humana e territorial construída com a região. “O principal legado é a conexão que a UFSM estabelece com a comunidade. A extensão mostra, através das diversas ações, a presença da universidade e a construção conjunta de um futuro melhor”, relata Flavi. 

Segundo ele, a extensão universitária é um pilar essencial para a democratização do acesso ao conhecimento e para o fortalecimento da cidadania: “Valorizar a arte e a cultura — e fomentá-las por meio da extensão — é garantir um direito constitucional: o acesso à cultura e à arte. Quando docentes e estudantes estão no palco, levando mensagens à comunidade, cumprimos nossa missão social”. No entanto, apesar dos avanços, ele destaca que o financiamento ainda é um dos maiores desafios. “A extensão acontece fora da universidade, o que exige investimento em logística e recursos. Mesmo assim, a UFSM investe acima da média nacional, reafirmando seu compromisso com a transformação social” explicou o pró-reitor. 

Na esquerda, o Pró-Reitor Flavi Lisboa, ao lado Vera Vianna coordenadora de cultura e eventos. Na direita, O diretor do CAL Gil Negreiros e ao lado, sua esposa Gislaine Negreiros.

O protagonismo do CAL: Formação artística e compromisso extensionista

Grande parte dos estudantes que integram os grupos Mojubá e Khaós pertence ao Centro de Artes e Letras (CAL) da UFSM, unidade acadêmica que se destaca por seu compromisso com a formação artística dos estudantes. O CAL tem sido um espaço de criação, pesquisa e inovação, unindo cursos como Dança, Teatro, Música, Letras e Artes Visuais em uma proposta integrada que valoriza a expressão estética como instrumento de transformação social.  

Durante a abertura do espetáculo, o diretor do CAL, professor Dr. Gil Roberto Costa Negreiros, destacou a dança como linguagem universal. Segundo ele, “A dança cria sentido, transforma, une pessoas e ultrapassa fronteiras. Celebrar a dança é celebrar a presença viva da arte na universidade e nas comunidades. Que os próximos 50 anos da PRE sejam férteis em movimento, criação e diálogo”.

Gil Roberto, diretor do CAL, durante sua fala de abertura.

Arte como diálogo 

Espetáculo “Isso é Brasil”.

Espetáculo “AmorDor”.

O evento foi pensado para representar a diversidade e a pluralidade da cultura brasileira por meio de duas narrativas coreográficas distintas. Pois, enquanto “Isso é Brasil” traz muita cor, alegria e diversas identidades culturais brasileiras, AmorDor traz dramaticidade, dualidade e reflexão para o palco. Espetáculos diferentes, mas com o mesmo objetivo: mostrar a força da extensão como espaço de expressão artística e crítica social.

Para iniciar o evento, o espetáculo “Isso é Brasil!”, dirigido pelo professor Dr. Jessé da Cruz, trouxe ao palco mais de 200 peças de vestimenta, entre figurinos e adereços, e uma performance vibrante que entrelaçou ritmos, gestos e histórias de diferentes regiões do país. “Isso é Brasil”, faz parte do Programa de Extensão Mojubá – Danças Populares Brasileiras e é vinculado ao Curso de Licenciatura em Dança do CAL, atuando há anos na pesquisa, no ensino e na difusão das danças tradicionais no formato parafolclórico de projeção, com enfoque nas matrizes afro-brasileiras, indígenas e populares. 

Apresentação “Isso é Brasil”.

O grupo também integra o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) e o Observatório de Direitos Humanos, fortalecendo a perspectiva da educação antirracista e intercultural. Em sua fala, Jessé destacou que trabalhar com danças populares é também exercício de reconhecimento da diversidade. “Quando trazemos as culturas populares, respeitamos as diferenças. Cada gesto, cada canto, carrega significados profundos. O desafio maior é manter o coletivo ativo e fazer com que estudantes e comunidade sintam-se pertencentes e protagonistas da própria história”, relata o professor.

Jessé também ressaltou o caráter inclusivo e transformador da arte popular: “Essas práticas ajudam a romper preconceitos e a combater o racismo e a LGBTQIAPN+fobia. A diversidade no palco é um ato político de afirmação da diferença”. O público foi conduzido por um verdadeiro mosaico coreográfico que exaltou a cultura brasileira, plural, mestiça e resiliente, revelando o papel da extensão como difusora das tradições culturais.

Professor Jessé na apresentação do espetáculo.

Para encerrar a noite, o programa de extensão Khaós Cia de Dança, coordenado pelo professor Dr. Daniel Aires, apresentou o espetáculo “AmorDor”, uma obra inspirada na discografia e nos textos de Maria Bethânia, que investiga a dualidade dos sentimentos humanos. Segundo o professor, a criação nasceu de um processo de pesquisa artística e afetiva. “A arte traduz nuances da sociedade. A dança é um canal para expressar desejos, incômodos e afetos, conectando-se a cada espectador de modo singular. Em tempos de desmontes sociais, resgatar as emoções é também um ato de reinvenção”, relata Daniel. 

Integrantes do espetáculo “AmorDor”.

O espetáculo explorou diferentes micronarrativas, abordando relações, afetos e conflitos, provocando no público emoção e reflexão sobre a complexidade dos vínculos humanos.

Apresentação “AmorDor”

Essa celebração reforçou a convicção de que a arte é conhecimento vivo e de que a universidade pública deve continuar sendo território de cultura. A noite terminou com aplausos e emoção em reconhecimento a uma trajetória construída com dedicação, sensibilidade e compromisso social, deixando no ar o convite para os próximos 50 anos: seguir dançando, criando e transformando.

Na foto: Vera Vianna Coordenadora de cultura e eventos, Professor Jessé da Cruz, Professor Daniel Aires, Diretora do Teatro Ruth Pereyron, Loeci Procati da Associação Amigos do Treze De Maio, Pró-Reitor de Extensão Flavi Lisboa, Diretor do CAL Gil Negreiros e também os bailarinos do Khaos Cia de dança: Robson da Cruz, Alice Duarte, Ana Beatriz Souza e Lica.

Para mais informações siga o perfil da Extensão no Instagram: @extensaoufsm

 

Texto: Maria Lúcia Homrich Gotuzzo, bolsista da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).

Revisão: Catharina Viegas, revisora de textos da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).

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