No dia 5 de novembro, quarta-feira, ocorreu a quarta edição da Jornada Acadêmica Integrada Mirim (JAI Mirim). Organizado pela Pró-Reitoria de Extensão (PRE), através da Coordenadoria de Desenvolvimento Regional (CODER), em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), o evento tem como objetivo aproximar a Universidade das escolas de educação infantil, anos iniciais e anos finais do ensino fundamental das redes públicas e privadas de ensino, promovendo o intercâmbio de experiências e o incentivo à iniciação científica entre crianças e jovens.
Nesta edição, a JAI Mirim reúne a comunidade escolar de diversos municípios da região central do estado, como do território do Quarta Colônia Geoparque Mundial da UNESCO, do Caçapava Geoparque Mundial da UNESCO e de Santa Maria, representada por estudantes, professores, diretores, coordenadores pedagógicos e secretarias de educação. Ao todo, foram cerca de 160 trabalhos apresentados, oriundos de mais de 60 escolas, demonstrando a força e diversidade das ações desenvolvidas nas comunidades locais.
Os projetos abordam temas variados, como mudanças climáticas e educação ambiental, empreendedorismo e inovação, cidadania e direitos humanos, saúde e bem-estar, cultura e arte, ciência e tecnologia, além de iniciativas voltadas ao território e às comunidades. A diversidade das produções reflete o compromisso das escolas e da Universidade em estimular o pensamento crítico, a curiosidade científica e o protagonismo estudantil desde as primeiras etapas da educação básica.
Cerimônia de abertura
A abertura do evento iniciou a partir de uma apresentação do grupo O Joca, do Lar de Joaquina, instituição educacional. O projeto de percussão apresentado integra as atividades do Lar, realizadas três vezes por semana. A maioria dos participantes é estudante da escola da própria instituição, mas o grupo também acolhe crianças de outras escolas da região.
Após a apresentação cultural das crianças, a abertura do evento seguiu com as falas das autoridades presentes na mesa de honra. Participaram do momento a Vice-Reitora da UFSM, Martha Adaime; o Pró-Reitor de Extensão, Flavi Ferreira Lisboa Filho; a Pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Cristina Wayne Nogueira; o Coordenador de Desenvolvimento Regional da Pró-Reitoria de Extensão, Leandro Nunes Gabbi; a idealizadora do projeto JAI Mirim, Maria Medianeira Padoin; a representante do Museu do Conhecimento, Susana Cristina dos Reis; e a responsável pela organização do evento, Morgana Mello Bevilacqua.
A servidora Morgana Mello Bevilacqua, responsável pela organização do evento, abriu os discursos dando as boas-vindas aos participantes e destacando o crescimento da iniciativa. “A JAI Mirim começou com uma ideia simples: aproximar as escolas da Universidade. Hoje, o evento cresceu tanto que tivemos que encerrar as inscrições antes do prazo, tamanha foi a procura. Isso mostra o quanto a comunidade escolar acredita nessa proposta”, afirmou.
Ela reforçou que a jornada é um espaço de troca de experiências e valorização da educação pública. “Espero que este dia seja de muita integração, aprendizado e curiosidade. Aproveitem o espaço da UFSM, conheçam nossos projetos e retornem sempre. Esta universidade é de vocês”, completou.
A idealizadora da JAI Mirim, professora Maria Medianeira Padoin, relembrou a origem da proposta, que nasceu a partir da parceria entre a Universidade e as secretarias municipais de educação da região da Quarta Colônia. “A JAI Mirim surgiu como uma forma de trazer a comunidade escolar para dentro da Universidade. Desde o início, o objetivo foi valorizar o trabalho das escolas e criar um espaço onde os saberes se encontrassem”, relatou Maria.
Segundo ela, o evento tornou-se um marco de integração regional, unindo educadores e estudantes em torno da ciência e do pertencimento territorial. “Estamos fazendo história. Este evento mostra que é possível construir conhecimento a partir da comunidade e fortalecer a educação patrimonial, valorizando a identidade e a cultura de nossa região”, destacou.
O Coordenador de Desenvolvimento Regional da Pró-Reitoria de Extensão, Leandro Nunes Gabbi, destacou a amplitude e o impacto do projeto. “Hoje temos 13 municípios participando. O trabalho que começou ligado ao Geoparque da Quarta Colônia cresceu e se tornou um movimento de formação e valorização da educação patrimonial”, explicou.
Ele também ressaltou o engajamento das escolas e o papel da JAI Mirim na formação cidadã. “A Universidade está de portas abertas para todos vocês. Que este seja apenas o início de uma trajetória que, quem sabe, trará muitos desses estudantes de volta à UFSM como alunos de graduação e pós-graduação”, afirmou.
Em um dos momentos mais inspiradores da cerimônia, a Pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, professora Cristina Wayne Nogueira, falou sobre a importância de despertar o gosto pela ciência desde cedo. “É uma alegria imensa ver vocês aqui. A JAI Mirim faz parte da maior jornada científica do Brasil e vocês são protagonistas dessa história. Ver crianças e jovens acreditando na ciência é o que nos dá esperança”, disse a pró-reitora.
O Pró-Reitor de Extensão, professor Flavi Ferreira Lisboa Filho, ressaltou que o sucesso da JAI Mirim é resultado de um trabalho coletivo e do compromisso de servidores, bolsistas e parceiros institucionais. “Nada disso seria possível sem pessoas que acreditam, que se dedicam e que colocam o coração no que fazem. A Morgana é um exemplo disso, e toda a equipe da Pró-Reitoria de Extensão também”, disse ele, emocionado.
O pró-reitor também falou sobre o papel da escola como o primeiro espaço de descoberta. “A escola é onde o universo se abre pela primeira vez. É ali que surgem os sonhos e a vontade de aprender. A universidade é apenas a continuação desse caminho”, afirmou.
A Vice-Reitora Martha Adaime encerrou a cerimônia reforçando o compromisso da UFSM com a inclusão, a ciência e o desenvolvimento humano. “Esta universidade é de todos e todas vocês. Ela tem o poder de transformar vidas — como transformou a minha e a de tantos outros. Queremos que sintam orgulho de estarem aqui e que retornem, futuramente, como parte da nossa comunidade acadêmica”, afirmou Martha.
Conheça alguns dos projetos presentes no evento
Semear sementes crioulas
Diretamente do município de Agudo, estudantes da escola rural Escola Municipal de Ensino Fundamental Alberto Pasqualini apresentaram o projeto Semear sementes crioulas, um trabalho que une pesquisa, sustentabilidade e valorização da agricultura tradicional. O grupo, formado pelas alunas Thyfane Melissa Prade, Nicolly Tauani Cassel e orientado por Ana Cláudia de Menezes decidiu investigar e resgatar o uso das sementes crioulas em contraponto às transgênicas que dominam o mercado atual. “A gente queria entender por que as pessoas pararam de usar as sementes crioulas. Dizem que as transgênicas são mais resistentes, mas, na verdade, as crioulas têm mais nutrientes, se adaptam melhor ao solo e ao clima, e ainda têm um sabor muito melhor”, contou a estudante Nicolly.
A partir dessa inquietação, os estudantes iniciaram uma pesquisa de campo, participando de trocas de sementes, palestras e feiras agroecológicas. Com o tempo, passaram também a cultivar variedades crioulas na própria escola, observando o desenvolvimento e as características de cada planta.
Um dos destaques foi o cultivo da bucha vegetal, conhecida como “bucha de atalho”. “Quando ela está verdinha, parece uma abobrinha e dá até pra comer. É cheia de nutrientes e o sabor é muito bom!”, relata Nicolly.
Além do plantio, o grupo criou mandalas com diferentes tipos de sementes crioulas, simbolizando a biodiversidade e o ciclo da vida. Muitas das sementes foram obtidas por trocas solidárias com agricultores e comunidades indígenas, reforçando o valor da cooperação e da preservação cultural.


Short stories: telling and filmmaking in the digital age
O projeto apresentado pelos alunos da Escola Altina Teixeira, que pode ser traduzido para “Curta-metragens: narração e produção de filmes na era digital”, foi orientado pela professora Mirna Leisi Lopes Rosa. Juntos, embarcaram em uma jornada criativa e desafiadora ao longo do ano: a produção de curtas-metragens em inglês. O projeto, desenvolvido com estudantes do 6º ao 9º ano da escola de Santa Maria, uniu diferentes áreas do conhecimento — Inglês, Português e Artes — e mostrou como a tecnologia pode ser uma poderosa aliada no aprendizado de uma nova língua.
Segundo o aluno Eduardo Oliveira Andrade dos Santos, o processo envolveu diversas etapas de aprendizagem e criação. “A gente começou com a contação de histórias, depois escreveu o roteiro, gravou as cenas e editou tudo com aplicativos como CapCut e Canva”, contou o estudante. A proposta era integrar o uso de recursos tecnológicos e criativos ao ensino de inglês, estimulando o protagonismo dos alunos e a expressão através do audiovisual.
Durante o projeto, os estudantes ampliaram seu vocabulário e colocaram em prática o idioma de forma dinâmica, trabalhando com roteiros, narrações e legendas em inglês. “Alguns curtas têm as falas totalmente em inglês, outros foram gravados em português com legendas traduzidas”, explicou a professora.
Apesar dos desafios com a falta de equipamentos profissionais, a equipe encontrou soluções criativas. “Usamos o celular como ferramenta pedagógica, tanto para gravar os vídeos quanto para editar e inserir os áudios. O importante era que eles vivenciassem todas as etapas de uma produção”, destacou a professora.
O resultado foi surpreendente: 15 curtas-metragens produzidos pelos alunos, que culminaram em um Festival de Curtas da Escola Altina Teixeira, celebrando a dedicação e o talento de todos os envolvidos. O evento contou com uma comissão de oito alunos responsáveis pela organização e apresentação das produções. “Foi um privilégio ver o envolvimento dos estudantes e perceber como o aprendizado do inglês se torna mais significativo quando ele é vivido na prática”, afirmou Mirna, emocionada.


Possibilidade de construção de telhas biosustentáveis com garrafa PET e caixa de leite
Os alunos do 8º e 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Tenente João Pedro Menna Barreto, orientados pelo professor Guilherme Salgueiro Goulart, mostraram que a ciência pode transformar a realidade e ainda ajudar quem mais precisa — inclusive os animais. O grupo desenvolveu o projeto “Possibilidade de construção de telhas biosustentáveis com garrafa PET e caixa de leite”, uma iniciativa criativa que une reciclagem, consciência ambiental e inovação social.
A ideia partiu de uma pesquisa piloto realizada na escola, em que os professores de Matemática aplicaram questionários para conhecer o perfil das famílias. O levantamento revelou que grande parte dos pais ou responsáveis trabalha como catador de materiais recicláveis e foi daí que nasceu o propósito do projeto. “Pensamos em como poderíamos reaproveitar materiais plásticos e transformá-los em algo útil para a comunidade. Começamos com a ideia de criar telhas sustentáveis e, depois, adaptamos o projeto para a construção de pequenas casas de cachorro e hortas residenciais”, explicou o professor orientador.
Os alunos, divididos em grupos de seis, trabalharam com materiais recicláveis leves, como plásticos e papelão prensado. A maquete apresentada é apenas um protótipo, mas demonstra o potencial de uso dos materiais para construções ecológicas. “Por enquanto, o modelo é ideal para casinhas de cachorro ou hortas pequenas, porque o material ainda é pouco resistente à chuva forte. Mas estamos testando melhorias para que um dia possa ser usado também em casas de verdade”, contou um dos estudantes.
O trabalho começou em setembro e levou cerca de um mês para ser concluído, exigindo paciência, cálculos e trabalho em equipe. “Foi difícil, mas valeu a pena. A gente aprendeu muito e viu que dá pra ajudar o meio ambiente e os animais ao mesmo tempo”, destacaram os alunos que foram escolhidos como apresentadores do projeto.
Além do impacto ecológico, a proposta tem um caráter social importante, pois busca fortalecer o vínculo da escola com a comunidade, incentivando a sustentabilidade e oferecendo soluções acessíveis para famílias em situação de vulnerabilidade. “Os adolescentes têm muita criatividade. Quando são motivados, entregam trabalhos incríveis e esse projeto é prova disso”, afirmou o professor.

Abelhar: cooperar para preservar
As alunas do 4° ano, Sophia Larissa Raddatz e Agatha Beskow Schilde, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Alberto Pasqualini, no município de Agudo, orientadas pela professora Ana Cláudia de Menezes, desenvolveram o projeto, que une educação ambiental, sustentabilidade e conhecimento científico sobre as abelhas nativas e sua relação com a produção agrícola, especialmente do morango.
O projeto busca compreender o ciclo de vida das abelhas, identificar diferentes espécies nativas e promover a conscientização sobre a importância da preservação desses polinizadores. Durante o desenvolvimento, as alunas, juntamente com a orientadora, realizaram:
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- Entrevistas com especialistas e órgãos de agricultura, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), para entender melhor o comportamento e a importância das abelhas.
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- Questionários com 78 pessoas da comunidade escolar, incluindo alunos, professores e funcionários, que mostraram que muitas pessoas ainda desconhecem as abelhas nativas.
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- Registro detalhado do projeto em cadernos de campo, documentando todas as etapas, aprendizados e descobertas.
As alunas explicaram o ciclo de vida das abelhas de forma prática: do ovo depositado pela rainha, passando pela larva e pupa, até a formação da abelha adulta, seja operária, rainha ou macho. Também apresentaram produtos importantes das abelhas, como:
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- Geoprópolis, estudada por suas propriedades para combater células de câncer e tumores.
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- Própolis, usado para feridas, queimaduras e hidratação labial, que será produzido na própria escola a partir do meliponário.
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- Cera comum e mel, mostrando a diversidade de produtos que podem ser obtidos de maneira sustentável.
O projeto também incluiu a criação de um meliponário didático, que funcionará como espaço de aprendizagem e lazer, com cantinho de leitura, brinquedos e flores, promovendo a interação entre alunos, natureza e educação ambiental. “Nosso objetivo é mostrar que as abelhas não são apenas importantes para a produção de mel, mas fundamentais para a preservação da agricultura e da biodiversidade local”, disseram as alunas.


Mini Estufa Sustentável
Os alunos do 7° ano, Isadora Kuhn Ceolin, Cecília de Freitas Fiorenza, Lucas Haigert Lenz, Pedro Navarro Ferreira Vieira dos Santos, Tarsila Nunes Barbosa e Eduarda Cogo Tocchetto, do Colégio Santanna de Santa Maria, juntamente com a professora de Ciências, Juliana Guarize Medeiros, desenvolveram um projeto inovador que une ciência, tecnologia e sustentabilidade: uma mini estufa automatizada, capaz de irrigar plantas de forma inteligente e sem desperdício de água.
A ideia principal do trabalho é demonstrar como é possível realizar uma plantação saudável sem o uso de agrotóxicos, utilizando recursos simples e acessíveis. “Nosso sistema é automático: a água que está no reservatório sobe pela mangueira, irriga as plantas e depois retorna, sem precisar usar muita água”, explicou Lucas, durante a apresentação.
O projeto tem como base o conceito de biotecnologia verde, que busca aplicar inovações tecnológicas na agricultura de forma sustentável. Para isso, os estudantes utilizaram uma bomba de aquário, que, por meio da pressão d’água e do impelidor (uma pequena turbina responsável pela sucção), cria o movimento da água dentro do sistema.
“Fizemos até o cálculo da altura manométrica para saber qual bomba seria ideal. Escolhemos uma de dois metros de potência, suficiente para manter a irrigação constante”, contou Eduarda, destacando o aprendizado técnico envolvido no projeto.
A estrutura da estufa foi feita com materiais reutilizados, como madeira, mangueiras, canos e conexões. Segundo os alunos, o trabalho levou cerca de três semanas para ser concluído, com o apoio da professora de Ciências, que orientou a parte teórica do experimento.
Mais do que um projeto escolar, a mini estufa representa uma visão de futuro sustentável, mostrando que a tecnologia pode ser uma aliada do meio ambiente. “Queremos provar que dá pra cultivar e cuidar da natureza ao mesmo tempo”, resumiu Pedro, com orgulho.

Decoração de quarto sustentável: um projeto ecológico e criativo
As alunas do Colégio Marista de Santa Maria, Joana Giotto Bohrer, Isabelle Pahim Redin, Gabriela Pereira de Souza, Isadora Cazzaroli Hauch e Maria Gabriela Motta, orientadas pela professora Letícia Andrade Lucas, surpreenderam o público com um projeto encantador e consciente: uma decoração de quarto sustentável, composta por uma penteadeira e um puff totalmente recicláveis.
A proposta surgiu da reflexão sobre a importância de reciclar e reutilizar materiais que demoram a se decompor, como o plástico e o papelão, que muitas vezes acabam sendo descartados de forma incorreta e prejudicam o meio ambiente e os animais. “A gente quis mostrar que dá pra criar peças únicas e bonitas com materiais que iriam para o lixo”, explicou Maria Gabriela.
O puff foi confeccionado com 16 garrafas PET, três garrafas de amaciante e papelão, resultando em uma peça leve, resistente e ecológica. Já a penteadeira foi construída com placas de papelão reforçadas, garantindo firmeza e durabilidade. Além disso, cada detalhe da decoração foi pensado com criatividade: até um potinho de batata Pringles virou um porta-lápis.
As estudantes dedicaram cerca de dois meses para concluir a penteadeira e dois dias para o puff — incluindo a pintura e a finalização. “A gente decorou do nosso jeito, de forma harmônica e com bastante brilho, pra mostrar que o sustentável também pode ser bonito e criativo”, contou Isadora.
Mais do que um projeto artístico, a proposta buscou conscientizar o público sobre os 5Rs da sustentabilidade — repensar, reduzir, reutilizar, reciclar e recusar —, incentivando o consumo responsável e o cuidado com o planeta. O público-alvo, segundo as meninas, é principalmente infantil, mas a mensagem alcança todas as idades.
O grupo de estudantes decidiu doar a penteadeira e o puff ao Colégio Marista Santa Marta das Crianças, levando não só o brilho do glitter, mas também o exemplo de solidariedade e consciência ecológica. “A gente testou o puff várias vezes e ele é super forte. Ninguém sai com glitter grudado, mas sim com vontade de reciclar!”, brincaram as alunas.


Poesia, origamis e transtorno do espectro autista: dobrando ideias e construindo histórias
O projeto desenvolvido na Escola Arroio Grande, em Santa Maria, é um verdadeiro exemplo de criatividade, inclusão e sensibilidade dentro do ambiente escolar. A iniciativa nasceu na sala de recursos do Atendimento Educacional Especializado (AEE), coordenada pela professora Fabiane dos Santos Ramos, e envolveu alunos do 5º ano em uma experiência artística e literária emocionante.
A ideia começou com dois alunos: Miguel, que tem o origami como hiperfoco, e Agatha, apaixonada por desenhos e cenários. A professora Fabiane, percebendo o talento e o interesse de ambos, decidiu transformar essas habilidades em um projeto coletivo, que envolveu também os colegas de turma na produção de textos e poesias sobre o meio ambiente. “O Miguel faz qualquer dobradura que tu propuseres e a Agatha desenha sem parar. Então, usamos essas especialidades para trabalhar a inclusão e a expressão artística em sala de aula”, contou a professora Fabiane.
Ao longo do ano letivo, desde março, os alunos se dedicaram à criação dos origamis, cenários e produções escritas, resultando em um livro de poesias e textos ilustrado com as obras dos próprios estudantes. Os temas escolhidos refletem o cuidado com a natureza e a importância da convivência e da empatia.
Um dos alunos participantes, emocionado, contou que participar da JAI Mirim está sendo uma das experiências mais marcantes da sua vida: “Eu nunca tinha recebido uma oportunidade dessas. Quando vi que ia participar, fiquei muito feliz”, disse Arthur, estudante do 5º ano, que também ajudou os colegas na fase final do projeto.

Mais fotos da JAI Mirim









Texto: Laura Severo, bolsista da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).
Fotos: Maria Lúcia Homrich Gotuzzo , bolsista da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).
Revisão: Catharina Viegas, revisora de textos da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).