O Progredir Geoparque Quarta Colônia é uma ação desenvolvida nos nove municípios que compõem o território do Quarta Colônia Geoparque Mundial da UNESCO. Localizados no interior do estado do Rio Grande do Sul, essa região é marcada pelo processo de colonização europeia vinculado a projetos políticos do governo Imperial brasileiro, em que as províncias sulinas se integraram e que foram os principais destinos da criação de núcleos coloniais.
Trata-se de uma região marcadamente agrícola e composta por pequenos munícipios.
Certificados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Geoparque Mundial, o território é marcado por um patrimônio cultural e paleontológico de relevância internacional. Juntos, os nove municípios possuem 2.923 km² de território, sendo marcado pela transição entre os biomas da Mata Atlântica e do Pampa.
Agudo
População: 16.039 habitantes
Salário médio mensal dos trabalhadores formais: 2,1 salários mínimos
Domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa: 25.5% da população
PIB per capita: R$ 33.038,55
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade: 96,5%
O nome “Agudo” é devido ao morro localizado na região, denominado Morro Agudo, por ter uma característica acentuada. O morro é considerado uma atração local e encontra-se de frente à avenida principal da cidade (Avenida Concórdia). A agricultura é a principal força motriz da economia agudense, destacando a cultura do arroz, fumo e morango, além de outras como milho, feijão, amendoim, soja, mandioca, batata-doce e inglesa, frutas. Uma característica herdada pelos imigrantes e bem disseminada é a existência de horta e pomar de frutíferas em sua propriedade.
Para quem vem de fora, os maiores atrativos que Agudo oferece estão em ecoturismo e gastronomia. Como exemplos do primeiro caso: os balneários Drews, Hoffmann e Friedrich, as cascatas Raddatz e do Chuvisco, a Gruta do Índio, Morro Agudo, o Morro da Figueira, com a Rampa de asa delta e paraglider, travessia do Rio Jacuí, através de barca por cabo. Na gastronomia se destacam os Cafés Coloniais.
Dona Francisca
População: 3.079 habitantes
Salário médio mensal dos trabalhadores formais: 2,2 salários mínimos
Domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa: 36.9% da população
PIB per capita: R$ 27.755,95
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade: 97,6%
Dona Francisca está situada entre a serra de São Martinho e as várzeas do Rio Jacuí, situação privilegiada que lhe confere características ambientais únicas. Admirar a cidade, do outro lado do Rio, principalmente ao entardecer, é fruir de um quadro vivo em que as luzes do acaso vão colorindo sua paisagem recortada pelo verde profundo das matas nas encostas do Morro Santo Antônio.
O Rio Jacuí é o principal patrimônio de Dona Francisca, cujo porto tem hoje um grande valor histórico, por ter, em outra época, servido como principal escoadouro da produção agrícola da região. Uma das formas de valorizar a sua importância é fazê-lo, também, um espaço para diversão, reação e lazer. Neste sentido, são incentivadas atividades como canoagem, a pesca esportiva e passeios de barco. A principal atividade econômica é a agricultura, sendo os produtos mais cultivados o arroz e o fumo.
Faxinal do Soturno
População: 6.702 habitantes
Salário médio mensal dos trabalhadores formais: 2,1 salários mínimos
Domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa: 30.1% da população
PIB per capita: R$ 34.026,34
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade: 99,1%
Faxinal do Soturno, situado na Depressão Central, no coração do Rio Grande do Sul, entre o Jacuí a leste e a Serra de São Martinho a oeste. Emancipado em 1959, Faxinal do Soturno possui uma área territorial de 180 km², com um relevo privilegiado formado por montes e vales, recortado por rios e grutas, proporcionando um conjunto harmonioso que lhe dá muita beleza.
A origem do seu nome vem do Rio Soturno, que banha suas terras, de nome sinistro, porém, doa-se em nome e riqueza, nas suas margens o arroz irrigado, nas partes altas o potencial energético. A população tem a economia alicerçada na agricultura, no comércio e na indústria, fazendo deste município não só centro geográfico, como comercial, que, aliado aos seus eventos, possui um forte atrativo turístico.
Ivorá
População: 1.929 habitantes
Salário médio mensal dos trabalhadores formais: 2,9 salários mínimos
Domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa: 29.1% da população
PIB per capita: R$ 38.786,64
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade: 97,1%
O Município de Ivorá foi colonizado por imigrantes italianos que chegaram em setembro de 1883. A emancipação político-administrativa deu-se em 1988. Ivorá conta, atualmente, com uma população aproximada de 90% de descendentes italianos e 10% de descendentes de outras etnias. A economia do Município de Ivorá baseia-se no binômio agricultura-pecuária.
Os principais pontos turísticos da cidade são a Casa Alberto Pasqualini que se constitui da casa-museu onde nasceu o mais ilustre filho desta terra, o Senador Alberto Pasqualini, a Praça Central, o Conjunto Arquitetônico da Matriz com o Memorial das Águas, o Morro da Cruz e o CTG nas imediações da cidade. No meio rural, Ivorá possui lindas cascatas, um abrigo indígena, um balneário, três agroindústrias (estão em processo de implantação mais cinco) e três cantinas, além de belas capelas e capitéis espalhados por todo o município e o Monte Grappa; Ivorá possui três trilhas de ecoturismo formatadas e recebendo turistas sob agendamento e também faz parte da Rota Gastronômica da Quarta Colônia.
Nova Palma
População: 5.586 habitantes
Salário médio mensal dos trabalhadores formais: 2,5 salários mínimos
Domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa: 34% da população
PIB per capita: R$ 43.599,51
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade: 97,9%
Além da religiosidade marcante, Nova Palma possui cultura muito rica e diversa, tendo representadas em seu território expressões italianas, alemãs, negras, portuguesas, além dos costumes gauchescos. A economia é baseada na agropecuária, nas indústrias de pequeno porte e na presença importante da CAMNPAL (Cooperativa Agrícola Mista Nova Palma Ltda). Os atrativos culturais e naturais atraem muitas pessoas para Nova Palma, especialmente o Balneário Municipal, que é um dos pontos mais visitados pelos veranistas da região, e a Rota das Esculturas, conjunto de 12 obras esculpidas pelo artista Rogério Bertoldo e expostas no caminho que liga a cidade ao Jardim das Esculturas.
Pinhal Grande
População: 3.805 habitantes
Salário médio mensal dos trabalhadores formais: 2,8 salários mínimos
Domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa: 41% da população
PIB per capita: R$ 181.298,37
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade: 97,6%
A economia de Pinhal Grande está baseada nas atividades primárias da agricultura e da pecuária, que se desenvolvem nas mais de 800 propriedades rurais do município. Os principais produtos cultivados são a soja, o milho, o feijão, o fumo, entre outros. Na pecuária, destaca-se o gado bovino. A piscicultura é um setor em desenvolvimento, baseado na criação de jundiás e carpas chinesas. A produção de vinho atinge a cifra de 200.000 garrafas pro safra.
A fabricação de cachaça, e garapa da cana-de-açúcar também se destaca. O setor industrial conta com fábrica de embutido, de esquadrias e de móveis, além da indústria de laticínios Parlacto, que produz queijos e manteigas. No que diz respeito a população, cerca de 70% dela está localizada no campo; os 30% restantes estão concentrados na sede urbana do município. A necessidade de fixar o homem do campo em seu meio tem sido uma das prioridades da administração pública.
A exploração do potencial turístico de Pinhal Grande avança progressivamente na medida em que as autoridades locais investem na infra-estrutura necessária para o seu pleno desenvolvimento. Sua paisagem marcada pela presença de diversos cursos dágua tais como: Os arroios “do tigre”, “Redomona”, “Ferreira” e “Taquarianos”, além do Rio Jacuí proporciona várias belezas naturais, com destaque para as cascatas.
Restinga Sêca
População: 14.939 habitantes
Salário médio mensal dos trabalhadores formais: 2 salários mínimos
Domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa: 35.2% da população
PIB per capita: R$ 29.697,83
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade: 97,6%
O município de Restinga Sêca, que se localiza na Região Central do Rio Grande do Sul, conta com 15 mil e 849 habitantes e com uma área de 954,76 Km2, está distante 12 km da Rodovia Estadual 509 e 54 km da Rodovia Federal BR 392. A formação étnica do município é composta predominantemente por quatro etnias: alemã, italiana, portuguesa e afro-brasileira, produzindo assim, uma diversidade cultural.
Localizado no Passo das Tunas, no rio Vacacaí, distante 12 Km do centro da cidade de Restinga Sêca, por ligação asfáltica, na divisa com o Município de Formigueiro, é um dos mais belos e visitados balneários da região central do Estado. Dispõe de uma boa infraestrutura, com banheiros públicos, chuveiros ao ar livre, posto de atendimento da Brigada Militar, salva-vidas, atendimento ambulatorial, além de mercados, lancherias, bares, restaurante, sorveterias, diversas lojas de variedades, cancha de bocha, áreas para futebol de areia, vôlei.
São João do Polêsine
População: 2.649 habitantes
Salário médio mensal dos trabalhadores formais: 2,3 salários mínimos
Domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa: 27.1% da população
PIB per capita: R$ 36.711,75
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade: 99%
Protegido por um belo vale na tranquilidade do interior gaúcho, o município de São João do Polêsine nasceu da união da religiosidade e da saudade da velha terra. Inicialmente, chamado de Terra de Manoel Py, com o passar dos anos foi chamado de São João do Polêsine, uma forma de agradecer ao Padroeiro São João Batista pela boa acolhida na terra nova e manter viva na lembrança a Polêsine das planícies do Rio Pó, no norte da Itália.
O Distrito Turístico de Vale Vêneto é destacado pela sua beleza exuberante, onde a Igreja de Corpus Christi impõe sua grandiosidade em cima da colina. Na localidade de Ribeirão, fica o marco onde nasceu o Diácono João Luiz Pozzobon, que poderá vir a ser santo. Para conhecer o Monumento à Nossa Senhora da Salete, a padroeira dos agricultores, e contemplar a beleza do vale é preciso antes subir os seus 77 degraus, mas a visão é recompensadora.
O Turismo em São João do Polêsine é formado por um conjunto de potencialidades tanto na área rural quanto na urbana. E apresenta-se como um local de diversidade, em todos os sentidos. Definido por cenários que encantam pela diferença, com destaque a paisagem que se exibe com força entre os verdes dos vales, e o colorido nas várzeas representadas pelo plantio do arroz, e pelas encostas cobertas por diversas culturas que se adaptam ao ambiente propício ao seu desenvolvimento.
Silveira Martins
População: 2.149 habitantes
Salário médio mensal dos trabalhadores formais: 2,3 salários mínimos
Domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa: 28.7% da população
PIB per capita: R$ 24.488,20
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade: 99,2%
Silveira Martins é conhecida como Berço da Quarta Colônia por receber as primeiras levas de imigrantes italianos da região central do estado do RS, dando início ao 4º Núcleo de Imigração Italiana do RS, juntamente com os outros três primeiros núcleos: Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi.
Silveira Martins possui como base da economia o cultivo do feijão, soja, milho e batatinha, e também da atividade turística, que atrai inúmeros visitantes para desfrutar da saborosa gastronomia e dos belíssimos atrativos religiosos, naturais e históricos que só Silveira Martins, por ser o Berço da Colonização Italiana do Centro do estado pode oferecer. Visitar Silveira Martins, hoje, é apreciar um pouco da beleza do passado e descobrir a pujança deste povo, fortalecido pelo trabalho e dedicação pessoal, característica dos italianos. É reviver também as tradições italianas, que sobrevivem há mais de um século de colonização.
O Quarta Colônia Geoparque Mundial da UNESCO é formado por nove municípios da região central do Rio Grande do Sul (Brasil): Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Sêca, São João do Polêsine e Silveira Martins. É uma iniciativa do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus) e da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente, já possui uma trajetória e condições para a efetivação da proposta, dentre elas, a singularidade geológica (pré-requisito indispensável para o pleito) e principalmente, interesse da comunidade acadêmica e técnico-administrativa da UFSM e da gestão do Condesus Quarta Colônia em contribuir com a população desses lugares na construção de tal estratégia de desenvolvimento endógeno regional.
Os nove municípios que compõem a Quarta Colônia, apresentam uma condição ímpar dentro do Brasil para a criação de um Geoparque. Isso se dá pela beleza natural das suas paisagens, da abundância de água de seus rios e de suas cascatas, da raridade dos fósseis ali encontrados – que testemunham as mudanças ambientais do planeta nos últimos 250 milhões de anos – e pela cultura preservada dos seus imigrantes. Esses conjuntos de características, se bem articuladas, podem permitir que essas comunidades possam deixar, às próximas gerações deste planeta, um futuro em que a qualidade de vida esteja em sintonia com a conservação da sua cultura e com a sua herança geopatrimonial.