O programa de extensão “Era Rede Que Me Faltava” surgiu para apoiar mulheres em seus múltiplos papéis, principalmente no empreendedorismo feminino. Seu objetivo central é desconstruir padrões sexistas e machistas, promovendo liberdade, acolhimento e empoderamento. Hoje, a iniciativa reúne cerca de 200 participantes, oferecendo atividades on-line e presenciais que aproximam a comunidade da Universidade. Há quase três anos na UFSM, a professora Márcia Maggioni, do Departamento de Ciências Administrativas, juntamente com sua colega, Aline Stangherlin, coordenam o programa que tem dois projetos de extensão vinculados a ele, institucionalmente.

Da rede comunitária à extensão universitária
A Rede surgiu antes mesmo de fazer parte da UFSM. Criada pela professora Márcia e pela empreendedora Aline, a iniciativa buscava oferecer suporte emocional e profissional a mulheres em diferentes estágios da vida e da carreira. Com o ingresso da professora na Universidade, a proposta foi institucionalizada como programa de extensão, garantindo sua continuidade e ampliando seu alcance.
Atualmente, o programa abriga dois projetos integrados:
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- Era Rede Que Me Faltava nos Múltiplos Papéis, que aborda temas relacionados à vida pessoal, familiar e emocional das mulheres;
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- Era Rede Que Me Faltava no Empreendedorismo Feminino, que incentiva a autonomia financeira, formação profissional e gestão de negócios.
Ambos os projetos caminham juntos e se complementam, promovendo uma rede de apoio entre mulheres de diferentes idades e contextos.
Aberto a todas as mulheres maiores de 18 anos, o programa reúne hoje cerca de 200 participantes, a maioria oriunda da comunidade externa à UFSM. As novas integrantes ingressam por meio de um evento presencial chamado “Portal”, no qual são apresentadas à proposta da rede e às ações de acolhimento e capacitação. “Para ser uma participante, precisa estar em um evento que a gente chama de Portal, que é esse evento de ingresso. É presencial e a única exigência para ingressar na Rede, depois que tu passa por esse evento, tu tem o direito de fazer parte e acompanhar tudo aquilo que a gente desenvolve on-line ou presencialmente”, explicou Márcia.
A cada mês, o grupo realiza uma série de atividades que unem lazer, escuta e aprendizado. Entre os principais eventos estão:
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- HAPPY: um encontro em formato de happy hour para momentos de descontração e convivência;
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- De Papo com a Rede: roda de conversa mediada por psicóloga, onde são abordados temas como autoestima, maternidade, sobrecarga mental e equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
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- Empreende e Mostra: feira de exposição e comercialização de produtos e serviços criados pelas participantes;
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- Oficinas e capacitações em gestão, marketing e comunicação voltadas ao fortalecimento dos pequenos negócios femininos.

Essas ações, realizadas tanto de forma presencial quanto on-line, formam um espaço de escuta ativa e apoio mútuo, onde o aprendizado acadêmico dialoga com as demandas reais da comunidade.
A importância da extensão universitária
Para a professora Márcia Maggioni, o projeto representa uma ponte entre o saber acadêmico e as vivências cotidianas das mulheres. “A ideia é levar a Universidade para fora, mas também trazer a comunidade para dentro dela. Muitas participantes nunca haviam entrado em uma sala da UFSM, e essa experiência é transformadora”, afirma.
O programa também atua no fortalecimento da independência econômica e emocional das mulheres, criando um ambiente em que empreender não é apenas gerar renda, mas também construir redes de afeto, apoio e autoconhecimento. Diversas participantes relataram conquistas significativas, como a abertura de pontos comerciais, o aumento do faturamento e o resgate da autoconfiança.
Além dos impactos financeiros, o projeto tem promovido histórias de solidariedade e empatia: integrantes que se mobilizam para ajudar umas às outras em situações de perda, doença ou dificuldades pessoais. “Em três anos de rede, o que vemos é a criação de vínculos reais, de mulheres que se fortalecem juntas”, destaca Márcia.
O projeto vem conquistando espaço em eventos e parcerias externas, como a Incubadora Social da UFSM e o Shopping Praça Nova, onde o grupo foi convidado a representar as mulheres empreendedoras de Santa Maria no Mês da Mulher.
Todo esse trabalho reflete o verdadeiro espírito da extensão universitária: integração entre universidade e sociedade por meio do diálogo, da troca de saberes e da promoção da cidadania. Ao valorizar as experiências femininas e estimular o empreendedorismo com sensibilidade, o projeto transforma vidas e reafirma o papel da UFSM como agente de mudança social.
Como define a professora Márcia, “a rede somos todas nós. Criamos um espaço para que as mulheres possam lidar com a vida de forma mais leve, mais autônoma e mais consciente de sua força coletiva”.
Texto: Maria Lúcia Homrich Gotuzzo, bolsista de jornalismo da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).
Revisão: Catharina Viegas, revisora de textos da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM)