Com o tema “Transformação Global Local”, a COP LOCAL UFSM teve sua abertura oficial realizada na manhã desta segunda-feira (9), no auditório Wilson Aita, no campus sede da Universidade Federal de Santa Maria. O evento é promovido pela UFSM, por meio da Pró-Reitoria de Extensão, com apoio da Coordenadoria de Gestão Ambiental da PROPLAN, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santa Maria e de demais parceiros institucionais. A iniciativa integra a mobilização nacional em torno da COP 30, a Conferência das Partes sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), que teve início na manhã de hoje, em Belém (PA).
Inspirada pelo evento global, a COP UFSM tem como objetivo aproximar os desafios climáticos mundiais das práticas cotidianas da universidade e da comunidade, fortalecendo o papel da instituição como agente de transformação social, científica e ambiental. A programação, que segue até o dia 19 de novembro, envolve ações de ensino, pesquisa e extensão nos quatro campi da UFSM (Santa Maria, Cachoeira do Sul, Frederico Westphalen e Palmeira das Missões), com a participação de docentes, estudantes, gestores públicos, pesquisadores e representantes da comunidade.
Autoridades destacam o papel da universidade no enfrentamento da crise climática
A cerimônia de abertura contou com a presença da vice-reitora e reitora em exercício, professora Martha Adaime; da pró-reitora adjunta de Extensão, Jaciele Sell; do secretário municipal de Meio Ambiente de Santa Maria, Diego Rigon de Oliveira; do diretor executivo da Fundação Mo’ã, Rainer Oscar Müller; do gerente regional da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Guilherme Câmara; e do vice-coordenador do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMA), Geraldo Vargas Peixoto.
Em sua fala de abertura, Jaciele Sell ressaltou que o evento é resultado de um esforço coletivo, com protagonismo estudantil e engajamento de diferentes unidades da universidade. “A COP UFSM foi pensada para ser um espaço de diálogo entre a universidade e a comunidade, articulando ensino, pesquisa e extensão em torno das questões climáticas”, destacou a pró-reitora.
A vice-reitora, Martha Adaime, reforçou o papel da universidade como um agente de transformação e destacou que todas as ações da universidade devem estar em sintonia com as questões ambientais. Marta também chamou a atenção para a importância de considerar as desigualdades sociais e de gênero no debate ambiental. “Os impactos das mudanças climáticas variam conforme gênero e classe social. Precisamos de educação e transformação, e ambas terminam com as mesmas quatro letras: ação. Já sabemos o que precisa ser feito, agora é hora de agir”, afirmou.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Diego Rigon de Oliveira, destacou a importância da cooperação entre o poder público, as universidades e a sociedade civil para a construção de políticas ambientais locais. Ele também apresentou a trajetória do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Santa Maria (Comdema), que há 27 anos atua em conjunto com a comunidade em prol da sustentabilidade.
O diretor executivo da Fundação Mo’ã, Rainer Müller, salientou o papel das organizações ambientais da cidade na articulação de ações conjuntas com o poder público e instituições de ensino. Já o gerente regional da Fepam, Guilherme Câmara, enfatizou a necessidade de que as políticas ambientais locais sejam guiadas por responsabilidade, transparência e participação social. O vice-coordenador do Comdema, Geraldo Vargas Peixoto, complementou, destacando a relevância da COP UFSM como um fórum de debate e troca de saberes sobre as ações ambientais do município.
“Transformando o Global em Local”: o papel da universidade na responsabilidade climática
Após as falas das autoridades, teve início a mesa de abertura da primeira edição da COP UFSM, intitulada “Transformando o Global em Local: desafios climáticos e responsabilidade universitária”, mediada pela jornalista e professora Márcia Franz Amaral, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM.
O professor Renzo Romano Taddei, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), foi o palestrante principal da mesa. Ele apresentou uma reflexão sobre a relação entre conhecimento científico, políticas públicas e saberes tradicionais, defendendo a necessidade de repensar os paradigmas científicos diante da crise climática. Segundo o professor, “a contribuição das humanidades é fundamental para construir futuros que não sejam destrutivos, ampliando a compreensão sobre as múltiplas dimensões da emergência climática”.
Após a palestra principal do evento, a mesa também contou com a participação de Nicolli Reck, engenheira sanitarista e ambiental e coordenadora de Gestão Ambiental do Setor de Planejamento Ambiental da PROPLAN/UFSM; Renata de Baco Hartmann, engenheira agrônoma e analista responsável pelo licenciamento ambiental do campus sede; e, novamente, de Diego Rigon de Oliveira, secretário municipal de Meio Ambiente.
Durante sua fala, Nicolli apresentou um panorama das ações ambientais desenvolvidas no campus sede da UFSM, enfatizando a importância do licenciamento ambiental como ferramenta de planejamento e comprometimento institucional com a sustentabilidade. Ela também destacou iniciativas voltadas à gestão da qualidade da água, gestão de resíduos, recuperação de áreas degradadas — especialmente as áreas de preservação permanente —, controle de produtos regulamentados pelo Exército e pela Polícia Federal, além da gestão de contratos da universidade ligados à área ambiental. Já Renata abordou os avanços da UFSM no licenciamento ambiental, ressaltando que a primeira licença de operação da universidade foi emitida em 2020 e renovada em 2025, o que, segundo ela, “demonstra o compromisso da instituição com a legalidade, transparência e sustentabilidade”.
COP UFSM como espaço de transformação
Durante a abertura, a professora Martha Adaime propôs a elaboração de uma Carta Compromisso da UFSM e da cidade de Santa Maria, voltada à sustentabilidade e à justiça climática. A ideia é que a carta seja construída coletivamente ao longo da programação, com o objetivo de consolidar os compromissos institucionais e comunitários com o meio ambiente.
A programação da COP UFSM 2025 segue até o dia 19 de novembro, com atividades que incluem painéis, oficinas, mesas-redondas e mostras científicas nos campi da instituição. As ações buscam promover o diálogo entre a produção científica e as práticas comunitárias, reforçando o compromisso da universidade com o enfrentamento da crise climática e a promoção da justiça ambiental e social.
A programação completa do evento pode ser conferida no perfil do Instagram da Extensão UFSM: @extensãoufsm
Texto: Gabriele Mendes, bolsista de Jornalismo da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).
Revisão: Valéria Luzardo, bolsista de Revisão Textual da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).

