A educadora Esther Pillar Grossi, referência nacional no combate ao analfabestismo, comandou uma atividade com servidores do CTISM durante o Seminário de Planejamento Educacional, nos dias 1º e 2. O objetivo da metodologia, segundo Esther, era “ensinar a ensinar”, ou seja, demonstrar processos que dão eficiência ao ensino-aprendizagem e levam em conta as particularidades de cada aluno.
Ex-deputada federal pelo PT, Esther é a estrela da ONG Geempa (Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia da Pesquisa e Ação) – que tem o objetivo de melhorar a qualidade do ensino com ações voltadas a professores, servidores e gestores.
Aos 82 anos, a educadora palestrou durante mais de três horas na manhã do dia 1º. Quando ela terminou, poucos lugares estavam desocupados no auditório do CTISM. No dia seguinte, Esther retomou suas explanações às 9h, e em seguida iniciou sua atividade de interação no hall do anexo B, onde os servidores dividiram-se em grupos – como alunos em aula – para participar da metodologia proposta por Esther e seu grupo.
O vice-diretor Fabio Franciscato, que participou da atividade durante todo o tempo, conta que a dinâmica tinha como objetivo a “criação de grupos de discussão e reflexão sobre determinados temas do processo metodológico de ensino e aprendizagem”.
Entre as questões que foram discutidas, o professor destaca que “aprender é um processo descontínuo e que se dá numa sequência de níveis, onde errar não é proibido”, “aprender não é um ato individual”, pois “o aluno aprende em grupos”, e “o saber científico é diferente do saber ensinar”.
Segundo Fabio, um dos objetivos do Seminário de Planejamento é “criar momentos de formação continuada aos professores”, o que é “essencial para o engajamento dos profissionais da educação nos processos de aprimoramento das práticas metodológicas”. Assim, a Direção “permite ao professor estar continuamente bem informado e atualizado sobre as novas tendências educacionais”, diz o vice-diretor.
De acordo com ele, a Direção acreditou que Esther era a convidada certa para o seminário porque as propostas didático-pedagógicas trabalhadas pela educadora são “construídas a partir do diálogo entre as mais bem fundamentadas teorias da aprendizagem e os mais complexos problemas de ensino-aprendizagem em sala de aula”.
Ao encerrar a atividade, na tarde do dia 2, Esther pediu que cada um dos cerca de 30 servidores presentes revelasse o que lhe agradou mais. Todas as respostas foram elogiosas. A professora Leila Maria Araújo Santos destacou a ação de “valorizar a parte educacional”, disse que “a docência não se faz sozinha” disse que, durante a atividade, é como se os docentes estivessem “se colocando no lugar do aluno”.
A professora Josiane Pacheco Menezes afirmou que, em dez anos de trabalho no CTISM, “nunca tinha vivenciado” uma atividade como a promovida por Esther. A docente Mariglei Severo Maraschin destacou que os servidores puderam “dialogar apesar das diferenças” e discordâncias. Para a professora Melina de Azevedo Mello, a prática colocou os docentes de diversas áreas em “pé de igualdade” e pode servir para “conversar mais entre as áreas”.
por Rossano Villagrán Dias
fotos Marcel Jacques/Núcleo EaD