Nos dias 19 e 20 de outubro, quinta e sexta-feira, os discentes do Curso Técnico em Agropecuária do Colégio Politécnico da UFSM, turnos manhã e tarde, participaram de uma atividade intitulada “Conversa com Extensionistas”. No semestre de 2023-2, a condução da disciplina de Extensão Rural e Cooperativismo é realizada pelo Prof. Ezequiel Redin. Nos semestres anteriores, a disciplina foi pensada e organizada pelo Prof. Gustavo Pinto da Silva. Ambos os docentes possuem formação em nível de doutorado na área de Extensão Rural no Brasil.

A condução dos trabalhos na disciplina envolve a aproximação da prática, desde a constituição do diagnóstico – a primeira etapa de um trabalho extensionista -,  a visita em propriedade, a construção de materiais impressos e digitais, o compartilhamento de experiências de profissionais experientes da área. No final do semestre os discentes realizarão um evento para compartilhar o conjunto de materiais produzidos nesse momento de ensino e aprendizagem.

Na “Conversa com Extensionistas” foi realizado uma dinâmica participativa com a mediação do Prof. Ezequiel Redin para as turmas no período da manhã e da tarde do Curso Técnico em Agropecuária. Estiveram presentes na quinta e na sexta os seguintes Extensionistas: Diego Katzer – Emater/RS-Ascar – Paraíso do Sul; Katiule Pereira Morais – Emater/RS-Ascar – Silveira Martins; Mariane Roman Menegon – Emater/RS-Ascar – Restinga Sêca e Clelia Cecilia Lovato Brum – Emater/RS-Ascar – Aposentada, foi Extensionista Social por 39 anos.

O evento, realizado no Colégio Politécnico, atraiu a atenção dos futuros técnicos em agropecuária, que se mostraram curiosos e ávidos por cada detalhe compartilhado pelos extensionistas. Os futuros técnicos se envolveram ativamente na atividade, fazendo perguntas e participando de discussões produtivas. Esta oportunidade de interação direta com profissionais experientes serviu para inspirar e motivar os alunos em sua jornada de formação extensionista. Katiule Pereira Morais, doutora em Agronomia, da Emater/RS-Ascar – Silveira Martins, comentou que “Falar de extensão rural para um extensionista, é fácil, leve e prazeroso, faz refletirmos sobre a importância e a amplitude do nosso trabalho, e dividir essa experiência que os anos de extensão vai nós proporcionando, é sempre um prazer”.

A disciplina objetiva desenvolver um trabalho de agente de desenvolvimento, a partir de uma formação crítica para compreender as diferenças do rural e as consequências do processo modernizador nas dimensões produtivas, ambientais e sociais. Para tanto, o discente precisa ser capaz de estabelecer métodos de extensão voltados para o desenvolvimento rural sustentável e para os diferentes públicos que compõem o rural brasileiro.

Extensionista Social por 39 anos, Clelia Brum, atualmente aposentada da Emater/RS-Ascar e já exerceu a função de Gerente Adjunta de 2011 a 2014 no Escritório Regional de Santa Maria, RS, comentou que o evento com os discentes se mostrou importante para “traçar um paralelo entre o que foi a extensão rural no passado e sua caminhada no estado do Rio Grande do Sul, através do trabalho da Emater, e também o momento atual”.

Atualmente, o trabalho dos extensionistas na Extensão Rural possui inúmeros desafios, entre realizar os trabalhos de escritório, como o crédito rural, e a presencialidade no campo. No passado, os extensionistas precisavam estar 80% do seu tempo junto com os agricultores, conhecendo sua realidade e tentando intervir com poucos recursos financeiros. Na área social, atualmente, existem outros profissionais nos municípios que auxiliam no trabalho social e estão vinculados a gestão pública municipal, bem diferente do passado em que o extensionista social atuava praticamente sozinho.

Para Mariane Roman Menegon, mestra em extensão rural, da Emater/RS-Ascar – Restinga Sêca, “Participar de vivências como esta é de extrema importância para o trabalho na extensão rural. A interação com os alunos proporcionou uma oportunidade valiosa de trocar e compartilhar experiências e práticas do dia-a-dia. Trabalhar com extensão rural é um constante aprendizado; às vezes ensinamos, outras vezes aprendemos e frequentemente compartilhamos”, finalizou.

O evento demonstrou o compromisso da instituição de ensino em preparar seus alunos de forma abrangente, não apenas fornecendo conhecimento teórico, mas também incentivando a aplicação prática do que aprendem. Essa abordagem inovadora no processo de formação é essencial para garantir que os futuros profissionais estejam bem preparados para os desafios do mercado de trabalho.

O compartilhamento de experiências profissionais vividos pelos Extensionisas fortalece a conexão entre a teoria e o mercado de trabalho na agropecuária. Nesse sentido, o momento proporciona um contato direto com profissionais de diferentes áreas do campo da Extensão Rural para que partilhadas possam servir de estímulo aos futuros profissionais para também atuar como extensionistas rurais, seja no serviço público ou privado. Para Clelia Brum, “o que mais me impressionou no dia foi o interesse dos alunos e dos professores em discutir realmente com quem faz extensão rural porque nos livros a área parece que qualquer coisa que se faça é extensão rural, mas a extensão rural possui um método e um público-alvo para se focar.  É preciso também que o Estado invista na extensão rural”, finalizou a extensionista que é formada em História.

Nossa concepção de ensino é desenvolver uma extensão rural de processo, com construção de conhecimentos, visando o desenvolvimento rural, afirmou o Prof. Ezequiel Redin. O momento oportunizou o diálogo com profissionais das diferentes áreas do conhecimento, com experiência na sua área de atuação, com a finalidade de apresentar experiências sobre o imenso campo da Extensão Rural.

A disciplina é um exemplo das estratégias inovadoras praticadas no curso técnico

A disciplina de Extensão Rural e Cooperativismo lança mão de metodologias ativas com o intuito de estimular o discente a compreender o processo de atuação do extensionista, proposição de intervenções e mudança nos processos de desenvolvimento rural.

Os estudantes atuam de forma cooperativa nos processos de elaboração de produtos da extensão rural, como materiais impressos e digitais, audiovisuais e organização de eventos, metodologias consagradas na área de Extensão rural, através do uso da Metodologia Participativa de Extensão Rural para o Desenvolvimento Sustentável (MExPAR). Na disciplina, o Prof. Ezequiel Redin explica que trabalhamos tanto com o MExPAR tradicional quanto o MExPAR 4.0 digital, pois estamos em um momento da ATER Híbrida. Nesse sentido, a extensinista Clelia Brum comenta que “trazer exetensionistas que estão trabalhando e explicar como estão trabalhando com a questão da Assistência Técnica e Extensão Rural digital (ATER Digital) junto aos agricultores familiares é muito importante porque é um elo forte de ligação e um acesso rápido de comunicação atualmente”.

Nesse sentido, a disciplina objetiva tornar os alunos protagonistas do seu próprio desenvolvimento, compreendendo o grande campo de atuação dos extensionistas rurais. Com o uso de metodologias ativas, característica fundamental do Colégio Politécnico da UFSM, os discentes da turma percebem, interpretam e fazem intervenções na realidade, motivados na busca de uma formação sólida e completa na área. Os resultados da disciplina serão compartilhados em um evento denominado de ‘Construindo um Extensionista Rural 7.0: conexões entre a roça, o virtual e o Politécnico’ no final do semestre letivo.

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Fotos e informações: professor Ezequiel Redin