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Entre telas e palcos: iniciativas que mantêm viva a cultura em Santa Maria

Conhecida como “Cidade Cultura”, Santa Maria construiu ao longo das décadas uma forte tradição artística marcada pela presença do teatro, do cinema, da música e da literatura.



Reportagem e redação: Luiza Ventura

De cinemas alternativos a performances teatrais, a cena cultural da cidade se mantém viva graças a projetos que persistem e resistem há décadas. O Cineclube Lanterninha Aurélio e o grupo Pregando Peça são exemplos de como a cidade persiste e resiste para continuar merecendo o título recebido.

Cineclube Lanterninha Aurélio

Fundado em 1978, o Lanterninha Aurélio é um dos cineclubes mais antigos do Brasil. O projeto nasceu dentro da Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (Cesma), criada em pleno regime militar, com o objetivo de defender econômica e culturalmente seus associados. Desde então, a Cesma se consolidou como referência na cena cultural santa-mariense e o Lanterninha acompanhou esse percurso.

Por muitos anos, o cineclube exibiu exclusivamente o acervo cinematográfico da própria Cesma, em fitas VHS e DVDs. No entanto, com a mudança para o digital, passou a firmar parcerias com instituições que disponibilizam filmes em melhor qualidade, sempre zelando pelo respeito aos direitos autorais e pela coerência com as diretrizes do movimento cineclubista nacional. A cada mês, o grupo realiza ciclos temáticos que percorrem cinematografias de diferentes partes do mundo, sempre de forma gratuita e aberta ao público.

Os ciclos do Lanterninha são organizados com uma lógica curatorial que busca coerência temática e diversidade cultural. Segundo o coordenador, Paulo Teixeira, essa é uma marca histórica do grupo, que sempre se propôs a exibir produções de diferentes partes do mundo. A parceria com o Santa Maria Vídeo e Cinema também resgata uma tradição antiga. “Lá no início dos anos 2000, nós tínhamos uma mostra paralela chamada ‘Cinema pelo Mundo’, onde exibíamos filmes de países diferentes. Agora, retomamos essa ideia, voltando a trabalhar com curadorias que trazem cinematografias diferentes”, conta.

No período anterior, o cineclube promoveu ciclos dedicados a diferentes cinematografias, que foram desde o cinema árabe e muçulmano ao cinema alemão, e em novembro exibirá produções italianas, em parceria com um festival nacional. “Nada é por acaso, a gente vai tentando fazer esses ciclos de forma coerente”, explica o coordenador.

Um dos exemplos recentes dessa programação diversificada é o ciclo de filmes alemães realizado em outubro. Criado a partir da exposição do cartunista Nicolas Mahler, sediada na Cesma, a mostra vinda do Instituto Brasileiro de Cultura Alemã (ICBA) e do Instituto Goethe  reúne trabalhos inspirados na obra de Franz Kafka. A partir dela, o cineclube propôs uma programação ampliada, integrando o cinema com as artes visuais e a literatura. “A exposição do Nicolas Mahler, que trabalha com escritores e filósofos, nos inspirou a montar o ciclo de filmes alemães”, conta o coordenador. “Apesar de o Kafka ser tcheco, sua obra foi escrita em língua alemã, então o diálogo se manteve. A partir dessa mostra, criamos todas as outras atividades do mês”.

Essas ações reforçam o caráter colaborativo do Lanterninha, que funciona como um projeto cultural da Cesma, “o grande guarda-chuva”, como define o coordenador. A parceria com o espaço e com cursos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), como Letras e Desenho Industrial, permite a realização de oficinas e debates, ampliando o alcance educativo do projeto. Mais do que exibir filmes, ao longo dos anos o  Cineclube Lanterninha Aurélio reuniu gerações em torno do telão, exibindo produções de diferentes partes do mundo e estimulando a reflexão crítica de seus espectadores.

Pregando peça: 40 anos de pura encenação

Assim como o Lanterninha projeta nas telas o compromisso com a democratização do cinema, outros grupos da cidade também transformam a arte em um gesto de permanência e encontro. É o caso do grupo Pregando Peça, criado na década de 1980, com a proposta de divertir e, ao mesmo tempo, conscientizar o público sobre temas como meio ambiente, cultura e criatividade. O grupo combina teatro de bonecos, educação ambiental e inclusão social, fazendo da arte uma ferramenta de diálogo e transformação. Leia mais sobre o trabalho do Pregando Peça nesta reportagem.

Apesar de possuírem formatos e linguagens diferentes, ambas iniciativas compartilham o mesmo propósito: manter viva a identidade cultural de Santa Maria. Em cada sessão, em cada apresentação, renova-se a ideia de que o título de “Cidade Cultura” não é apenas um reconhecimento do passado, mas um compromisso constante com o futuro.

Saiba mais

🍿 CINECLUBE  LANTERNINHA AURÉLIO

Próximas sessões do Lanterninha:

🗓️ 21/10

⏰ 19h

🎬 “Adam und Evelyn” (2018), de Andreas Goldestein. 1’40”

🗓️ 28/10

⏰ 19h

🎬 “Meu filho” (2021), de Lena Sthal. 1’34”

💬 GRUPO PREGANDO PEÇA

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