O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), em sessão extraordinária na manhã desta sexta-feira (5/8), autorizou o funcionamento dos cursos da Unidade Descentralizada de Ensino Superior de Silveira Martins (Udessm) no campus sede da UFSM.
A minuta de resolução aprovada considera estudo da Fundação Getúlio Vargas, em 2014, que recomenda a transferência dos cursos, ata do Conselho da Udessm e parecer da Comissão de Legislação e Normas do Cepe.
Conforme o processo, o curso superior de Tecnologia em Agronegócio funcionará nas dependências físicas do Centro de Ciências Rurais (CCR). O curso superior de Tecnologia em Gestão Ambiental funcionará no Colégio Politécnico. O curso superior de Tecnologia em Gestão de Turismo e o bacharelado em Administração funcionarão no Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH).
Os alunos ingressantes até 2015, que estiverem acompanhando a sequência aconselhada conforme o PPC do curso, terão a opção de oferta de disciplinas na Udessm (caso houver esta exigência).
Aos alunos residentes em Silveira Martins, ingressantes até 2015, que mantêm regularidade de fluxo acadêmico, será disponibilizado transporte gratuito, a partir da sede da Udessm até o campus sede.
As alterações administrativas e de estrutura organizacional serão objeto de resolução específica a ser examinada em breve pelo Conselho Universitário (Consu).
O processo de migração dos cursos para o campus de Santa Maria deve iniciar já na próxima semana.
Interesse institucional e novas possibilidades para a região
O reitor, Paulo Afonso Burmann, destacou o interesse institucional do processo, que começou a ser discutido em 2014, devido ao fato de o campus ter a capacidade de comportar em torno de mil alunos, mas ter somente 310 matriculados e apenas 189 deles efetivamente frequentando seus cursos. “Há uma defasagem muito grande entre as possibilidades de oferta lá e o que realmente está acontecendo”, afirmou.
A questão foi amplamente debatida com a comunidade de Silveira Martins, inclusive em audiência pública realizada em maio. Apesar de algumas opiniões contrárias junto à comunidade, Burmann afirmou que “a Universidade tem um papel bem mais amplo, e sobretudo responsabilidade no investimento de recursos públicos”.
Com relação a eventuais problemas de estrutura com a vinda dos cursos para o campus sede, o reitor lembrou que há espaços a serem liberados (a exemplo do antigo Hospital Universitário) e outros a serem inaugurados nos próximos meses. “Nosso cuidado é no sentido de não trazer prejuízo aos estudantes”, afirmou. A migração foi apoiada pelos estudantes e servidores da Udessm.
Sem cursos, o campus de Silveira Martins deverá ter outro aproveitamento, abrindo novas possibilidades para o município e região.
Pretende-se usar a estrutura existente – o Colégio Bom Conselho, cedido pela Prefeitura, e um prédio que deverá ser inaugurado ainda em 2016 – para novos projetos, como o Centro de Documentação e Memória, Centro de Pesquisa em Biodiversidade Animal, Núcleo de Estudos em Paisagem, implantação de um banco público de biodiversidade, entre outros, conforme informou o vice-reitor, Paulo Bayard, destacando o comprometimento da UFSM com a região.
Também há a intenção de implantar um centro de eventos em Silveira Martins, o que beneficiaria não apenas o município, mas toda a Quarta Colônia
Fonte: www.ufsm.br Foto: Arquivo