A UFSM e a empresa BioDos, incubada na Pulsar (incubadora vinculada ao InovaTec UFSM), fecharam um termo de Cooperação para o desenvolvimento de equipamentos que medem a radiação ultravioleta. Os radiômetros são desenvolvidos pela BioDos com o apoio do Laboratório de Fotobiologia da UFSM, que possui equipamentos capazes de realizar a aferição da precisão dos radiômetros.
Hoje os equipamentos que medem radiação disponíveis no mercado são muito caros para a realidade de pesquisa e desenvolvimento no Brasil. O objetivo dos radiômetros desenvolvidos pela BioDos é poder tornar essa medição mais acessível para os estudos sobre os impactos da radiação ultravioleta no meio ambiente e na saúde humana.
A radiação ultravioleta é um dos principais fatores para a existência da vida na Terra. No entanto, em determinadas quantidades pode ser prejudicial em função de danos causados na molécula de DNA. Por isso, a medição é essencial para identificar possíveis danos. O professor coordenador do Laboratório de Fotobiologia, André Schuch, explica:
“A radiação ultravioleta não é visível aos olhos, tem muita energia e interage com biomoléculas – inclusive com o nosso DNA – podendo gerar queimaduras de pele ou até câncer de pele, por exemplo. No entanto, ela também pode matar microrganismos que são patogênicos, que podem causar doenças. É preciso saber a dose aplicada para eliminar um patógeno e para isso é necessário um equipamento de medição da radiação ultravioleta”, explica.
A tecnologia de medição é importante para diversas pesquisas. Um exemplo do uso dessa tecnologia foi o sistema desenvolvido pelo HUSM para a reesterilização das máscaras N95 durante a pandemia. A radiação era usada para eliminar o vírus da COVID-19 e outros microrganismos. O projeto também contou com o apoio do Laboratório de Fotobiologia.
A tecnologia desenvolvida no projeto
A tecnologia desenvolvida pela BioDos é capaz de medir as três faixas de radiação (UVA, UVB e UVC) e temperatura. O objetivo é que esse equipamento seja mais completo e tenha um valor mais acessível em relação aos equipamentos disponíveis hoje no mercado. Atualmente, os equipamentos disponíveis não medem temperatura e só medem uma faixa de radiação por vez.
“A aquisição desses sensores de UV é muito complicada, porque eles são caríssimos. O suporte não existe no Brasil, não existe empresa nacional que faz sensor de UV com alta qualidade. Então, por exemplo, um sensor de uma empresa alemã ou japonesa gira em torno de 45 mil dólares. Além disso, o equipamento tem algumas limitações de uso”, explica André Schuch.
O equipamento em desenvolvimento também envia os dados aferidos para um aplicativo que armazena os dados. A comunicação entre o aparelho e o smartphone é feita a partir de conexão bluetooth, dispensando o uso de cabos como nos equipamentos convencionais.
O coordenador do projeto, professor Lúcio Dornelles, ressalta que a sociedade só tem a ganhar com essa parceria:
“Uma empresa incubada na UFSM consegue ter um produto de qualidade, com uma tecnologia local que não existia. Quem sai ganhando mesmo, no final, é a população. Mesmo quem não precisa comprar um radiômetro, utiliza outros produtos ou outros serviços que dependem disso”, diz.
Sobre a BioDos
A BioDos é uma empresa incubada na Pulsar Incubadora da UFSM em Santa Maria. A empresa foi a 1ª colocada no edital de incubação deste ano.
A principal atuação da BioDos é no desenvolvimento de soluções para medir a radiação ultravioleta com baixo custo.
Texto escrito por Débora Hundertmarck – Estagiária de Comunicação da Proinova