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Experiências transformadoras e descobertas de impacto: conheça Marcia Spies

Natural de Cerro Largo, no Rio Grande do Sul, Marcia Spies cresceu em uma propriedade baseada na produção de alimentos vendidos na cidade. Seus pais são agricultores-feirantes. Ela os ajudou nessa atividade até os 20 anos. Desde a infância, ela tem lembranças de interações com plantas e animais. “Elementos da natureza sempre estiveram presentes nas brincadeiras, desde subir em árvores, colher flores e frutas, brincar com conchas de caramujos, besouros, formigas, folhas que viravam utensílios, até pular e correr na água empossada depois da chuva”, ela conta. Esse contato próximo fomentou a paixão por observar a natureza, e buscar entender as causas e consequências dos fenômenos naturais, levando ela a se interessar pelas áreas das ciências biológicas. Na infância, ela também gostava de ensinar seu irmão mais novo sobre aquilo que aprendia na escola, o que a fez desenvolver um gosto por ensinar.



Natural de Cerro Largo, no Rio Grande do Sul, Marcia Spies cresceu em uma propriedade baseada na produção de alimentos vendidos na cidade. Seus pais são agricultores-feirantes. Ela os ajudou nessa atividade até os 20 anos. Desde a infância, ela tem lembranças de interações com plantas e animais. “Elementos da natureza sempre estiveram presentes nas brincadeiras, desde subir em árvores, colher flores e frutas, brincar com conchas de caramujos, besouros, formigas, folhas que viravam utensílios, até pular e correr na água empossada depois da chuva”, ela conta. Esse contato próximo fomentou a paixão por observar a natureza, e buscar entender as causas e consequências dos fenômenos naturais, levando ela a se interessar pelas áreas das ciências biológicas. Na infância, ela também gostava de ensinar seu irmão mais novo sobre aquilo que aprendia na escola, o que a fez desenvolver um gosto por ensinar.

No ensino fundamental, Marcia já tinha interesse em cursar ensino superior. No ensino médio, seus principais interesses eram as disciplinas de Biologia e Química, e assim, sem muita orientação, ela decidiu prestar vestibular para o curso de Farmácia – Análises Clínicas, na UFSM, mas não foi aprovada. Passou o ano ajudando seus pais, e fez um cursinho pré-vestibular por um mês, em Santa Maria, quando teve a oportunidade de  conhecer melhor o curso de Farmácia, e por fim, perceber que não era o que ela realmente queria, mas já era tarde para mudar a opção para o vestibular. Novamente ela não passou. Passou mais um ano ajudando os pais, fez vestibular novamente, mas dessa vez passou para o curso que realmente queria: Ciências Biológicas – Licenciatura, na UFSM. E assim, deu início aos estudos em abril de 1999. A escolha pela UFSM se deu por ela valorizar a qualidade de ensino na Universidade Federal, e pela assistência estudantil, que provê uma casa para os estudantes. “Assim, eu sabia que não seria um custo exorbitante para os meus pais.” 

Ela descreve a vivência na UFSM como transformadora. “Por ser de uma cidade pequena no interior, e vivendo em uma comunidade no interior do município, muito fechada, minha visão de mundo era extremamente limitada.” Com a convivência na Universidade, e a experiência de morar na Casa do Estudante, Marcia diz que aprendeu a respeitar a diversidade de formas de pensar e viver, o que foi muito importante para sua formação como cidadã. A UFSM também lhe proporcionou muitas outras experiências de aprendizado e crescimento. “Fiz cursos de línguas oferecidos gratuitamente, assisti palestras, simpósios, exposições artísticas, apresentações teatrais e musicais, bem como de atividades físicas como natação.” 

Já no primeiro semestre da graduação, Márcia se engajou em atividades de pesquisa, entrando para um laboratório de pesquisa de zoologia de invertebrados, sob orientação da Profa Carla Kotzian, no terceiro semestre ela conseguiu uma bolsa de pesquisa pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Por intermédio do laboratório, ela atuou em programas ambientais para o licenciamento da Usina Dona Francisca, trabalhando no resgate da fauna na formação do lago da Usina. Paralelamente,  com um grupo de colegas, ela desenvolveu um projeto de levantamento da fauna do campus da UFSM, sob orientação da Profa Sonia Cechin. Durante esse levantamento, ela e os colegas registraram uma espécie de mamífero ameaçado de extinção, que ocupava os cursos d’água que passam pelo campus. Após a descoberta, o grupo solicitou audiência com os responsáveis pela administração do campus, para comunicar o fato e solicitar a não roçada nas proximidades desses cursos d’água. “Na época, não tivemos noção da proporção do nosso ato, mas atualmente é possível ver a vegetação relativamente preservada nas margens dos cursos d’água, certamente a preservação não se deu apenas pelo nosso ato, mas iniciou com nosso pedido, que foi reforçado pelos diversos estudantes que nos seguiram.”

Márcia é muito grata à UFSM e ao curso de Ciências Biológicas pelas oportunidades que a instituição lhe abriu. “Entrei uma agricultora/feirante muito tímida, com visão de mundo muito limitada e saí uma bióloga e professora.” Depois de se formar, ela se mudou para Ribeirão Preto, onde fez mestrado e doutorado na USP. Em 2009, ela retornou à Santa Maria, associou-se ao laboratório onde realizou sua iniciação científica, com a Profª Carla Kotzian, e atuou coorientando alunos de Mestrado, e escreveu projetos de Pós-Doutorado. Em março do ano seguinte, foi aprovada em um concurso de professor substituto na unidade de Silveira Martins, onde trabalhou por dois meses. Em agosto do mesmo ano, ela iniciou o Pós-Doutorado na UNESP de Assis, com bolsa da FAPESP, a qual realizou até ser aprovada em concurso na UNIPAMPA em São Gabriel, onde ingressou em agosto de 2011, e trabalha até hoje.

No momento em que ingressou na UNIPAMPA, ela foi desafiada a trabalhar com disciplinas específicas da licenciatura, formando professores, e mais tarde atuou na Coordenação do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência do curso de Ciências Biológicas. Sua graduação e pós-graduação foram focadas na pesquisa, por isso, ao iniciar o exercício da docência, ela iniciou outro período de transformação. “Me obriguei a ver a Biologia de outra forma, do ponto de vista do ensino, buscando formas de motivar os estudantes, e de tornar o ensino mais significativo.”

Texto por: Gerônimo Souto Lima, acadêmico de Comunicação Social – Produção Editorial e bolsista do Núcleo de Divulgação Institucional do CCNE

Revisão: Wellington Gonçalves, relações públicas do Núcleo de Divulgação Institucional do CCNE

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