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Geologia, Geomorfologia e Geotecnologia: grupos acadêmicos da Geografia



As universidades, de modo geral, são estruturadas por três pilares imprescindíveis para a execução efetiva de seu papel na sociedade: o ensino, a pesquisa e a extensão. Estudantes de graduação e pós-graduação, docentes e técnicos administrativos em educação se organizam coletivamente em grupos acadêmicos, com o objetivo de executar projetos que contemplem um ou mais componentes dessa tríade universitária. 

O Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) possui dezenas de grupos acadêmicos organizados em oito áreas temáticas, uma delas é a Geografia, que até o momento conta com 14 grupos responsáveis pelo desenvolvimento de projetos em diversas linhas de pesquisa da Geociências. Entre as vertentes estão as ciências que estudam a origem, composição, estrutura e evolução da Terra — como a geologia, geomorfologia, climatologia, entre outras — e a geotecnologia, que consiste num conjunto de tecnologias para coleta, processamento, análise e disponibilização de informações georreferenciadas. 

Confira a seguir os Grupos Acadêmicos da área de Geografia: 

Laboratório de Climatologia Ambiental e Subtropical (LaCAS)

O Laboratório de Climatologia Ambiental e Subtropical (LaCAS), coordenado pelo Prof. Dr. Cássio Arthur Wollmann, desenvolve projetos de ensino, pesquisa e extensão vinculados à Climatologia Geográfica, Climatologia Regional, Clima Urbano e Conforto Ambiental. O principal objetivo do grupo é a formação de recursos humanos em Geografia e Climatologia Geográfica, buscando entender os fenômenos atmosféricos de baixa altitude que compõem o espaço geográfico. Com este propósito, o grupo caracteriza-se pela ampla execução de trabalhos de campo com o intuito de coleta de dados climáticos de natureza primária, para posterior análise em ambiente de laboratório. 

Desde 2012, o grupo está envolvido na execução de projetos de pesquisa em unidades de conservação no território gaúcho e estudos de clima urbano, monitorando Santa Maria e cidades próximas, além de Porto Alegre e Balneário Camboriú (SC). Realiza, ainda, pesquisas em unidades de conservação dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, como o Parque Nacional dos Aparados da Serra, Parque Nacional da Serra Geral, Estação Ecológica do TAIM, entre outros. 

Fotografias esféricas para cálculo do Fator de Visão do Céu (Sky View Factor – SVF) dos pontos de coletas de dados climáticos em Balneário Camboriú/SC. / BCC PROJECT

O projeto mais recente é intitulado “O Sistema Clima Urbano de Balneário Camboriú/SC”, BCC Project, e se trata de uma investigação internacional sobre o maior processo de verticalização urbana do Hemisfério Sul. A verticalização em ambientes climáticos subtropicais pode ter efeitos potencializados quando comparados aos ambientes tropicais e equatoriais, dada a disponibilidade de energia solar e sua distribuição variável ao longo do dia, principalmente no verão. Estudos em grandes metrópoles costeiras, como Nova York, Los Angeles, Tóquio, Nicósia, Atenas, Cingapura e Hong Kong servem de referência, mas, embora sejam litorâneas, não estão na mesma latitude subtropical de Balneário Camboriú e não possuem as mesmas condições geourbanas. 

O objetivo do projeto é avaliar a evolução nítida e ininterrupta da morfologia urbana em Balneário Camboriú e a forma como ela promove mudanças na dinâmica do campo termo-higrométrico da cidade, influenciando também no conforto humano da população em espaços abertos, bem como na concentração de material particulado em suspensão, e em áreas de risco de eventos de extremos de precipitação. Também fazem parte do BCC Project instituições associadas; Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Universidade de São Paulo (USP) e Royal Melbourne Institute of Technology (RMIT). 

 

Grupo de Pesquisa em Patrimônio Natural, Geoconservação e Gestão da Água (PANGEA)

O Grupo de Pesquisa em Patrimônio Natural, Geoconservação e Gestão da Água (PANGEA), formado oficialmente em 2015 e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSM, é constituído de pesquisadores e estudantes das áreas de geografia, geologia, gestão ambiental, engenharia ambiental, arquitetura e turismo. Sob coordenação do Prof. Adriano Severo Figueiró, o grupo trabalha as dimensões da conservação da natureza, da educação e da sensibilização para as questões ambientais, do turismo sustentável e do desenvolvimento endógeno. 

Atualmente, o PANGEA desenvolve as suas atividades com foco na assessoria a dois territórios que estão se candidatando ao selo de Geoparque Mundial da UNESCO: Caçapava do Sul e Quarta Colônia. Outro projeto ao qual se dedica é o “Projeto Palomas: Geoconservação no pampa Brasil-Uruguai”, que consiste na inventariação do geopatrimônio mais expressivo do Pampa Brasil-Uruguai, com vistas à proposição de estratégias interpretativas capazes de estimular a inserção destes geossítios nos roteiros turísticos já existentes, buscando aliar o geoturismo às demais alternativas de desenvolvimento endógeno do Pampa. O processo já se encontra em elaboração e é esperado que até o final do projeto se possa lançar um mapa do geopatrimônio pampeano e um guia geoturístico capaz de oferecer o suporte necessário à divulgação geopatrimonial e geoturística deste território. 

 

Laboratório de Estratigrafia e Paleobiologia (LEP)

O Laboratório de Estratigrafia e Paleobiologia (LEP) foi revitalizado em 1998, e desde então é coordenado pelo professor Átila Augusto Stock da Rosa. Localizado na sala 1019, subsolo do prédio 17, do Departamento de Geociências, o LEP conta com a coleção paleontológica da UFSM, baseada principalmente em vertebrados e plantas do Triássico da região central do Rio Grande do Sul. A coleção apresenta cerca de 1500 fósseis descritos, entre vertebrados, invertebrados, plantas e icnofósseis. A coleção de vertebrados fósseis conta com os holótipos de diversas espécies triássicas, destacando-se o dinossauro sauropodomorfo Unaysaurus tolentinoi, o cinodonte Alemoatherium huebneri, o capitossaurídeo Tomeia witeckii, o tanistrofeídeo Elessaurus gondwanaoccidens.

 

Grupo de Pesquisa em Intemperismo e Formas de Relevo (TAFONI) 

Criado em 2020, com a coordenação do Prof. Dr. André Weissheimer de Borba, o Grupo de Pesquisa em Intemperismo e Formas de Relevo (TAFONI) se propõe a estudar os processos de intemperismo e erosão, tal como as formas de relevo e as feições resultantes desses mecanismos, em áreas geográficas selecionadas da região central, centro-sul e centro-oeste do Rio Grande do Sul: o planalto dissecado das Guaritas, a cuesta dissecada da Serra do Segredo, ambas em Caçapava do Sul; as mesetas e morros testemunhos da região de São Vicente do Sul e São Francisco de Assis; a Serra do Caverá e a Cuesta do Haedo, entre Rosário do Sul e Santana do Livramento. 

O grupo, formado por pesquisadores em geologia, geografia e geomorfologia da UFSM e da Unipampa/Caçapava, pretende compreender a resistência das diferentes rochas presentes nessas feições, o papel das estruturas de deformação rúptil na infiltração da água nos maciços, os mecanismos e as taxas de denudação em diferentes setores dessas formas de relevo. Possui duas linhas de pesquisa: Gênese e evolução de cavidades de intemperismo (tafoni, honeycomb e gnammas) e Processos e controles sobre a retração de escarpas (relevos tabulares e cuestas). 

 

Laboratório de Geologia Ambiental (LAGEOLAM)

Em atividade desde 1995, sob a coordenação dos professores Luís Eduardo de Souza Robaina e Romario Trentin, o Laboratório de Geologia Ambiental (LAGEOLAM) desenvolve atividades nas áreas de diagnóstico ambiental e geologia aplicada, contribuindo para o conhecimento sobre processos geomorfológicos, zoneamentos geoambientais e áreas de risco de danos e perdas devido a ocorrência de processos superficiais. Os trabalhos de extensão do grupo são voltados a mapeamentos temáticos e a criação de Atlas Geoambientais. Considerando que a questão dos riscos ambientais no ambiente urbano se multiplica, os pesquisadores buscam alternativas que visem harmonizar a relação entre os moradores locais e a preservação da qualidade ambiental. 

A iniciativa de construir um banco de dados, através de um Atlas, com as informações e dados obtidos em trabalhos temáticos na região oeste do Rio Grande do Sul, baseia-se na demanda existente, por parte de educadores e técnicos municipais, especialmente, em municípios de pequeno porte, de informações ligadas a diferentes temas de forma espacializada e georreferenciada. Em áreas rurais com processos erosivos acelerados, os trabalhos de mapeamento e análise dos processos geomorfológicos são importantes ferramentas de gestão ambiental.

 

Biodiversidade, Conservação e Uso Sustentável no Bioma Pampa

Coordenado pela Profª. Drª. Anabela Silveira de Oliveira Deble (URCAMP), com participação do Prof. Dr. Mauro Kumpfer Werlang (UFSM), as pesquisas estão relacionadas ao estudo dos ecossistemas campestres. Os ecossistemas campestres são os mais extensos no mundo, compondo cerca de 39 milhões de km², sendo sistemas dominados por um substrato inferior heliófilo e compostos principalmente por gramíneas e ciperáceas, associada a diversas outras famílias botânicas. As espécies arbustivas ou arbóreas são raras, estando mais bem representadas em terrenos inclinados ou associadas a formações saxícolas. Esses ambientes nas últimas décadas foram utilizados nas atividades de agricultura e silvicultura modificando drasticamente esses locais, o que faz dos campos os ecossistemas mais ameaçados do planeta. Os Estudos sobre o uso sustentável desses ecossistemas serve como estratégia para a conservação da Biodiversidade, aliando a pesquisa em Botânica, Zoologia, Ecologia e Geografia. 

 
Laboratório de Geotecnologias (LABGEOTEC)
Coleta de dados por sensoriamento remoto na Usina Hidrelétrica Passo Real – RS. / LABGEOTEC

O Laboratório de Geotecnologias (LABGEOTEC), coordenado pelo Prof. Dr. Waterloo Pereira Filho é utilizado para o desenvolvimento de projetos na área de hidrogeografia, com o uso dos recursos de Sensoriamento Remoto, Sistema de informações Geográficas e Geoprocessamento. Os projetos de ensino estão relacionados à inovação tecnológica em Sensoriamento Remoto oferecidas nos níveis Básico e Superior. Já os projetos de pesquisa abordam questões ambientais principalmente associadas à caracterização da Geografia Física em bacias hidrográficas e sua relação com o sistema aquático. Projetos de Sensoriamento Remoto em reservatórios e rios têm sido desenvolvidos com objetivos de identificar a capacidade dos diferentes sensores, no que diz respeito às pesquisas relacionadas à refletância da água. 

Possui convênios com grupos e institutos de pesquisa de outras instituições (USP e UFG Campus Jataí) que possibilitam o aporte de recursos oriundos de outras fontes como o PROCAD-CAPES. Possui ainda, convênios internacionais com a Universidade de Victória (Canadá), UNAICC (União Nacional para Construção de Cuba/Cuba) e o Centro Regional de Educação em Ciências e Tecnologia Espacial para a América Latina e o Caribe (México).

 

CONESAT – Monitorando o CONESUL

Formado em 2018 a partir de um projeto piloto, o grupo CONESAT – Monitorando o CONESUL com Sensoriamento Remoto, tem o objetivo de promover a pesquisa e o desenvolvimento no âmbito do CONESUL com produtos de sensoriamento remoto. Assim, o foco é voltado às esferas de biosfera, antroposfera, litosfera, hidrosfera e atmosfera. O grupo atua na linha do “Sensoriamento remoto do ambiente no CONESUL”. O CONESUL é uma região composta pelas zonas austrais da América do Sul, ao sul do Trópico de Capricórnio (Argentina, Sul do Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai). O objetivo do projeto é fazer o uso de dados de sensoriamento remoto para entender as dinâmicas do CONESUL em múltiplas escalas. Para isso, são abordados os seguintes temas: meio ambiente; agricultura; águas interiores e costeiras; florestas e biomas; e atmosfera. 

 

Sensoriamento Remoto Espectral-Angular (SREA)

Com sede no campus de Frederico Westphalen, o grupo de pesquisa Sensoriamento Remoto Espectral-Angular (SREA), visa promover a integração dos estudos de sensoriamento remoto espectral e angular com foco em aplicações florestais, agronômicas e ambientais. O comportamento espectral de alvos é fundamental para a correta interpretação, manipulação e extração de informações dos dados de sensoriamento remoto. Contudo, alguns fatores externos podem afetar significativamente a resposta espectral de alvos (geometria e iluminação/aquisição dos dados, efeitos atmosféricos, resolução espectral e espacial do sensor). Nesse sentido, estudar a relação entre a resposta espectral de alvos, a direção de espalhamento (retroespalhamento e espalhamento frontal) e o ângulo de iluminação e aquisição é fundamental para o grupo. 

 

Leia mais sobre os grupos acadêmicos da Geografia na segunda parte da matéria, na qual são apresentados os grupos com temáticas que estudam as dinâmicas entre os seres humanos com o meio. 

 


Texto: Jéssica Medeiros, acadêmica de jornalismo 

Revisão e Edição: Natália Huber



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