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Conectando biodiversidade e cultura: conheça a trajetória do programa que promove o ensino em atividades de extensão



No contexto da Agenda 2030, a conexão entre biodiversidade, cultura e educação é essencial para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A Agenda 2030 é um plano de ação global adotado por países membros das Nações Unidas para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir prosperidade mundial até 2030, tendo como um dos pilares fundamentais a educação sustentável, integrada à conservação da biodiversidade. 

Apesar dos ambiciosos objetivos da Agenda 2030 para alcançar o desenvolvimento sustentável global, atualmente em um prazo de seis anos, sua implementação enfrenta desafios práticos significativos. Em 2024, ainda presenciamos a continuidade de cerimônias formais que enfatizam a importância e as propostas da Agenda, porém, essa relevância muitas vezes não se materializa em ações práticas ou transformações substanciais nos setores cruciais. Esse distanciamento entre discurso e ação levanta sérias preocupações quanto à concretização dos objetivos estabelecidos pela Agenda 2030.

Foto enviada pela bolsista do projeto Gabriela Corrêa

Nesse cenário, programas como o “Biodiversidade e Cultura no ensino e na extensão” coordenado pelo Prof. Renato Zachia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), se destaca ao promover a conscientização ambiental e a conexão entre estudantes, agricultores e a biodiversidade vegetal. Em sintonia com os ODS 02: Fome zero e agricultura sustentável; ODS 11: Cidades e comunidades sustentáveis; ODS 12: Consumo e produção sustentáveis; ODS 13: Ação contra as mudanças climáticas; ODS 14: Vida debaixo d’água; ODS 15: Vida terrestre e ODS 16: Paz e justiça institucional eficaz da Agenda 2030, esse projeto se fundamenta na educação sustentável como uma ferramenta-chave para o desenvolvimento de práticas ambientais mais conscientes.

As ações desenvolvidas se desdobram em uma série de atividades voltadas para os estudantes do ensino fundamental de diversos municípios do estado do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Isso inclui trilhas educativas no Jardim Botânico, oficinas sobre plantas medicinais e tóxicas, identificação de espécies, produção de guias educativos e até mesmo a realização de vídeos didáticos. Essas atividades têm como objetivo proporcionar uma experiência prática e imersiva, permitindo que os estudantes explorem, observem e interajam diretamente com a biodiversidade vegetal.

Além disso, há um esforço considerável para estabelecer uma conexão estreita entre o Jardim Botânico e as escolas locais. De acordo com o professor, a visita ao Jardim Botânico tornou-se uma tradição anual para muitas escolas da região de Santa Maria. Deste modo, o programa busca ampliar essa interação, não apenas oferecendo atividades no local, mas também planejando a continuidade das discussões e a educação ambiental formal (em sala de aula). 

Origens Transdisciplinares: Criação e evolução do programa

Escolas de ensino fundamental participando do projeto no Jardim Botânico da UFSM

De acordo com o coordenador, o programa surgiu como uma resposta a uma lacuna percebida na integração entre educação ambiental, biodiversidade vegetal e práticas sustentáveis na agricultura. Sua criação foi inspirada na necessidade de proporcionar uma educação que fosse mais prática e imersiva para os estudantes, envolvendo diferentes níveis de ensino, desde o fundamental até o superior. A ideia original foi planejada a partir da experiência de dois bolsistas que, durante a pandemia, produziram vídeos educativos sobre a importância das plantas e de grupos vegetais, e esta experiência bem-sucedida estimulou a criação do programa vigente.

Desde sua criação, em 2021, até o ano de 2023, o programa começou a “tomar forma”, sendo mais de 18 graduandos de diferentes cursos da UFSM que passaram pelo projeto, especialmente aqueles ligados às ciências biológicas, ambientais e de saúde. A diversidade de formações foi um fundamental na construção do programa, pois permitiu uma abordagem transdisciplinar mais rica e ampla. O Prof. Renato complementa que essa ampla gama de cursos reflete na abordagem transversal da educação ambiental, buscando integrar diferentes perspectivas e áreas de conhecimento para compreender a biodiversidade vegetal em toda sua complexidade.

Impacto durante a pandemia:

No início da pandemia causada pela covid o programa foi integrado no Programa REDE Básica: UFSM em REDE com a Educação Básica, em que a sigla REDE significa Regime de Exercícios Domiciliares Especiais. Em um contexto onde os estudantes não podiam frequentar as aulas presenciais, o projeto “Biodiversidade e Cultura no ensino e na extensão” adaptou-se ao ambiente digital produzindo vídeos educativos elaborados de forma digital e presenciais no Jardim Botânico. No ano seguinte, os bolsistas realizaram apresentações que foram compartilhadas, via meios digitais, com escolas parceiras que conseguiam receber os conteúdos em tempo real. Os temas abordados pelo programa foram: conservação dos ecossistemas, agroecologia, plantas medicinais, poluição e degradação ambiental. 

Com a flexibilização da possibilidade da presencialidade, as escolas voltaram a solicitar visitas presenciais ao Jardim Botânico, oficinas específicas, trilhas guiadas, às atividades do programa passaram a ser preferencialmente presenciais. Neste período, a demanda foi intensa, resultando em uma pausa indeterminada na elaboração de vídeos. Porém, o professor destaca que esta abordagem remota de intervenção permanece como uma perspectiva de trabalho para o futuro, sendo adaptada ao contexto pós pandêmico. “Estamos na verdade num período no qual as escolas estão tentando recuperar o tempo perdido, e preferem atividades presenciais e ao ar livre”, relata.

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O Programa Biodiversidade e Cultura no Ensino e na Extensão possui parcerias já estabelecidas com a Secretaria da Educação Municipal de Santa Maria, o Jardim Botânico da UFSM e a 8ª Coordenadoria Regional de Educação. Além destas, busca expandir sua atuação, articulando-se com outras instituições locais, como a Emater, visando à criação de materiais educativos específicos para agricultores.

Em resumo, é crucial ressaltar que os métodos de educação ambiental são maleáveis e podem sempre ser ajustados para fortalecer a ligação entre a academia e a sociedade. É evidente que, mesmo diante de adversidades, o grupo descobriu alternativas viáveis, destacando a resiliência e a capacidade de adaptação frente aos desafios.

 

Texto: Maria Eduarda Silva da Silva, acadêmica de jornalismo e bolsista da Subdivisão de Comunicação do CCNE.

Revisão e edição: Natália Huber da Silva, Chefe da Subdivisão de Comunicação do CCNE.

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