Ossos do Ofício: uma série CAPPA
Episódio 7: tese de doutorado de Thais Media estuda a anatomia e a filogenia dos gonfodontes.
“Gosto da paleontologia desde que consigo me lembrar”, comenta Thais Gotuzzo de Menezes Medina, doutoranda do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Biodiversidade Animal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ela desenvolve a tese “Padrões morfológicos e variação intraespecífica em Gomphodontosuchinae (Eucynodontia: Traversodontidae)”, que busca aprofundar o entendimento da anatomia e da filogenia de uma espécie de cinodonte.
Além de Bacharel em Direito, Thais é Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e Mestre em Biodiversidade Animal pela UFSM. Sua pesquisa envolve a análise, a preparação e a descrição de materiais não descritos da espécie Exaeretodon riograndensis, além da análise morfométrica de outros gonfodontes. O estudo se aprofunda na anatomia do animal, buscando entender seus hábitos de vida e suas relações de parentesco com outros membros do grupo. A discente declarou que “os cinodontes são um grupo fascinante, tanto pelas suas próprias variadas adaptações e características, como pela ligação que nós, mamíferos, temos com o grupo”.
Thais ainda relatou que suas primeiras lembranças são relacionadas a documentários de Paleontologia, que passavam na televisão, e livros infantis sobre o tema. Por meio do desenvolvimento da tese, ela teve oportunidade de aprofundar seus conhecimentos na área que tanto gosta e disse que “Pessoalmente, desenvolvi perseverança, paciência e a alegria de desvendar quebra-cabeças de mais de 230 milhões de anos”. A doutoranda acredita que a Paleontologia permite o entendimento da história da vida e de nós mesmo e que, além disso, “mantém viva uma fagulha de magia em um mundo cansado”.
A Região Central do Rio Grande do Sul é um dos berços da Paleontologia no Brasil e pesquisas realizadas no Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (CAPPA/UFSM) permitem, não apenas a construção acadêmica dos estudantes, como também a valorização da história e da ciência. Thais afirmou que “Com o meu trabalho, espero oferecer de volta às pessoas da região um pouco do espanto e do fascínio que estes fósseis trazem aos que trabalham com eles”.
Texto: Pollyana Escobar Bronzatto, acadêmica do curso de Jornalismo da UFSM e Bolsista da Subdivisão de Comunicação do CCNE.
Revisão e edição: Daíse dos Santos Vargas, Chefe da Subdivisão de Comunicação do CCNE.