Criado em 2019, o Paralelo 33 é um projeto de extensão vinculado ao curso de Relações Internacionais da UFSM, e tem como propósito fomentar debates a partir de perspectivas do Sul Global. O grupo é formado por estudantes que se reúnem para discutir temas relevantes como conflitos internacionais, crises humanitárias, feminismo, racismo e outras questões centrais da geopolítica contemporânea. O objetivo é promover a reflexão crítica e ampliar a compreensão dos estudantes sobre os desafios globais a partir de uma ótica descentralizada e plural.
A principal atividade do projeto é a produção de podcasts, gravados na Rádio UniFM e disponibilizados também em plataformas de streaming. Os episódios consistem em conversas que debatem temas selecionadas quinzenalmente, sempre com uma abordagem crítica e informada.
No entanto, o Paralelo 33 vai além dos podcasts: o grupo também promove cinedebates, realiza o “Giro de Notícias” – um resumo comentado dos principais acontecimentos da semana – e conta com uma banda formada por integrantes do próprio projeto, que contribui para o aspecto cultural e integrativo das atividades.
O Cinedebate
A cada semestre, o grupo organiza sessões de cinema abertas à comunidade universitária, com direito à validação de 4 horas de ACG (Atividades Complementares de Graduação). Os estudantes são incentivados a participar dessas exibições, que ocorrem de duas a quatro vezes por semestre.
Os filmes escolhidos dialogam com os tópicos do projeto e têm intenção de provocar reflexões profundas, sendo, preferencialmente, produções nacionais. Um exemplo é Homem com H, tema da última edição do cinedebate, que reuniu mais de 100 pessoas. Ao final de cada sessão, é realizado um debate com o público presente, com o objetivo de estimular o senso crítico e o engajamento dos estudantes com as temáticas abordadas.
A primeira sessão do segundo semestre de 2025 já tem data marcada: no dia 12 de agosto, às 18h30min, será exibido o filme Apocalipse nos Trópicos, no auditório do prédio 67 (CAED), no campus-sede da UFSM. Com o lema “Traga seu olhar crítico”, o Paralelo 33 convida a comunidade acadêmica a participar da atividade, reforçando seu compromisso com a reflexão e o debate a partir do cinema.
O amor ao debate
Com cerca de trinta membros ativos, o Paralelo 33 está sempre aberto à participação de novos integrantes e, neste semestre, as inscrições já estão abertas. O presidente da equipe, João Victor Frantz, estudante do 8º semestre de Relações Internacionais, explica que a organização interna do projeto se dá por meio de equipes temáticas, responsáveis por diferentes frentes de atuação. No entanto, todos os membros têm liberdade para opinar sobre os temas discutidos e se engajar nas atividades com as quais mais se identificam, promovendo um ambiente colaborativo e dinâmico.
Cheios de ideias e metas, os membros do Paralelo 33 planejam ampliar cada vez mais as ações extensionistas do projeto. Uma das iniciativas previstas para este ano é levar o Cine Paralelo até o município de Silveira Martins, por meio de exibições e debates na região da Quarta Colônia. Segundo João Victor, essas ações fortalecem o ideal do projeto: “O que importa é a formação das pessoas e também a pluralidade de ideias. E eu acho que isso se faz com horizontalidade no projeto, no cotidiano, dando voz para todo mundo e para as opiniões de todos”, comenta.
Cauê Queiroz, estudante de Relações Internacionais e coordenador da equipe de Comunicação e Mídias do projeto, conta que alguns integrantes são bolsistas do programa Território Imembuy. A partir dessa conexão, surgiu a ideia de desenvolver ações em parceria com os geoparques, incluindo a produção de uma série de podcasts dedicados a cada território: “Então, justamente partindo do podcast, do audiovisual, que é o que a gente usa, a gente vai tentar expor isso para as pessoas conhecerem. Também é uma forma de utilizar essa questão cultural e turística para trazer também um conhecimento educativo sobre essas questões”, comenta o estudante.
Os estudantes são financiados por recursos próprios e não escondem a dificuldade em sustentar pequenas despesas, como materiais gráficos, equipamentos audiovisuais e deslocamentos para a realização de ações extensionistas. Uma das metas da equipe é conquistar uma sala nos blocos do CCSH (Centro de Ciências Sociais e Humanas), destinada ao Paralelo 33, onde possam se reunir confortavelmente para debater e planejar suas atividades.
Para arrecadar fundos, os estudantes promovem a venda de lanches durante as sessões de cinema. Cauê comenta com alegria que sempre ajuda na organização: “Sou muito cinéfilo, pedia muito para que pudéssemos produzir um cine e, a cada vez que trabalhamos nisso, a galera se engaja bastante. Vendemos bem os lanches e isso nos ajuda a arrecadar fundos para nossos materiais gráficos”.
Ele também compartilha o sonho de levar o projeto à COP 30, que será realizada em Belém, no Pará sua terra natal: “Seria um sonho ir para minha casa levando o projeto e ainda conhecer uma conferência desse nível”, ressalta com brilho nos olhos.
Para ficar por dentro de todas atualizações do projeto, siga seu perfil no Instagram: @Paralelotrintaetres
Apuração: Rafael Reis e Maria Lúcia Homrich Gotuzzo, bolsistas da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).
Texto: Maria Lúcia Homrich Gotuzzo, bolsista da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).
Revisão: Valéria Luzardo, bolsista da Subdivisão de Divulgação e Editoração (PRE/UFSM).
