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UFSM desenvolve tecnologia de hidrogênio verde para garantir energia limpa em situações críticas



A UFSM, em parceria com a STW Soluções em Automação LTDA, está desenvolvendo um projeto inovador que busca melhorar a forma como a energia é gerada e distribuída em situações emergenciais e de difícil acesso. Intitulada “Unidade Transportável Modular de Produção e Armazenamento de H2 Verde para Redução de CO2 e Geração de Energia em Atendimento a Cargas Críticas e Oferta de Energia sob Demanda”, a iniciativa é coordenada pela professora do Departamento de Eletromecânica e Sistemas de Potência, Luciane Silva Neves, e conta com apoio da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS).

O foco do projeto é a produção de hidrogênio verde por meio da eletrólise da água utilizando energia renovável, transformando-o em combustível para células de geração elétrica que, como subproduto, produzem água potável. “O principal objetivo do projeto é oferecer uma alternativa ambientalmente sustentável aos conjuntos motogeradores convencionais movidos a combustíveis fósseis, amplamente utilizados no atendimento a cargas críticas.”, explica a coordenadora. 

A tecnologia pretende atender tanto locais conectados à rede elétrica quanto regiões isoladas, como hospitais de campanha, feiras, eventos, aplicações militares e outras situações que exigem fornecimento confiável de energia. “Entre os benefícios destacam-se o baixo nível de ruído, zero emissões de gases poluentes e a eliminação da dependência logística de combustíveis fósseis”, explica a coordenadora.

A origem da parceria entre a UFSM e a empresa STW está ligada aos impactos das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. “Durante e após os desastres, a ausência de energia tornou-se um dos maiores desafios enfrentados por comunidades, áreas rurais e empresas, comprometendo a resposta a emergências, a continuidade dos negócios e a rotina da população”, afirma Luciane.

Diante dessa vulnerabilidade, a STW buscou o grupo do Centro de Excelência em Energia e Sistemas de Potência (CEESP), reconhecido por sua experiência de mais de três décadas com projetos de descarbonização e tecnologias do hidrogênio. “Foi apresentado à empresa o laboratório de H2 do CEESP onde um protótipo em TRL 3 desenvolvido no âmbito de um doutorado, o qual foi o primeiro laboratório da UFSM a produzir H2 por eletrólise com vistas às transações de energia com a rede elétrica e oferta de flexibilidade.”

A colaboração resultou em um projeto conjunto que une o conhecimento técnico da universidade com a expertise da STW em automação industrial. “Esse esforço conjunto visa oferecer soluções tecnológicas resilientes, limpas e inovadoras para garantir o fornecimento de energia em situações críticas, contribuindo para a reconstrução e fortalecimento da infraestrutura energética e industrial do estado e do Brasil.”

Para a UFSM, a parceria também representa um avanço significativo. “Ela destaca o grupo de pesquisa da instituição como referência nacional na área de hidrogênio, campo em que atua desde o final dos anos 1990.” Além disso, a aquisição de novos equipamentos irá beneficiar não apenas este projeto, mas outras pesquisas científicas na universidade. Luciane destaca ainda a importância da formação de novos pesquisadores: “Esse apoio contribui diretamente para a capacitação de futuros profissionais em uma área ainda carente de especialistas no Brasil, promovendo o desenvolvimento de competências técnicas e científicas alinhadas às demandas atuais do setor energético e industrial.”

Os benefícios para a sociedade também são amplos. “O uso do hidrogênio reduz drasticamente a emissão de gases poluentes, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar e da saúde pública.” A solução poderá ser utilizada em regiões remotas, como a Amazônia Legal, e em locais afetados por desastres naturais, onde o acesso à energia é precário. “A proposta garante acesso a serviços essenciais, como iluminação, comunicação e conservação de alimentos e medicamentos, promovendo maior dignidade, segurança energética e estabilidade socioeconômica.”

O desenvolvimento do protótipo terá início a partir do TRL 3, já montado no LaBEH/CEESP. “As etapas seguintes, correspondentes aos níveis TRL 4 e TRL 5, serão desenvolvidas no próprio laboratório, com foco na validação dos subsistemas em ambiente controlado.” Depois, será construída uma versão operacional do sistema nas instalações da empresa STW, avançando para níveis mais elevados. “A intenção da STW, após alcançar o TRL 7, é dar continuidade ao processo de maturação tecnológica até atingir o TRL 9, etapa em que o sistema estará totalmente pronto para comercialização.”

O que é TRL?

TRL significa Technology Readiness Level, ou Nível de Maturidade Tecnológica, em português. É uma escala criada pela NASA e amplamente usada por agências de pesquisa, universidades e empresas para medir o estágio de desenvolvimento de uma tecnologia, produto ou inovação.

Texto: Gabriela de Almeida, bolsista de jornalismo da Proinova.

Revisão: Debora Seminoti Tamiosso, comunicação Proinova.

Imagem: VIRTUS – UFCG

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