A UFSM está desenvolvendo um projeto inédito no Brasil para criar um sistema capaz de acionar motores elétricos que giram em velocidades extremamente altas, chegando a 30 mil rotações por minuto. O estudo, coordenado pelo professor Rodrigo Padilha Vieira, é realizado em parceria com a empresa Imobrás e conta com apoio da Fatec, responsável pela gestão financeira.
O objetivo é construir um equipamento que controle esse tipo de motor de forma eficiente, segura e precisa. Para isso, a equipe está criando um novo modelo de inversor (o dispositivo que “liga e comanda” o motor), usando componentes mais modernos e rápidos. Esses componentes, feitos de carbeto de silício, permitem que o motor trabalhe em velocidades maiores e com menos perdas de energia. Hoje, não existe no mercado brasileiro um equipamento desse tipo para motores da faixa de potência que o projeto pretende atender. Como explica Vieira, “estamos desenvolvendo um produto que hoje não existe no Brasil, uma solução especializada que servirá para aplicações que exigem muita velocidade e muita potência”.
Segundo o coordenador, essa parceria entre universidade e empresa traz benefícios para todas as partes. A Imobrás investe no desenvolvimento de um novo produto que pretende comercializar no futuro. Já a UFSM recebe bolsas de estudo para alunos, ganha equipamentos para o laboratório e aproxima estudantes e pesquisadores de tecnologias avançadas. Vieira destaca que “os alunos têm contato com pesquisas de ponta, comparáveis às que são feitas em países desenvolvidos, o que ajuda a formar profissionais qualificados”.
No momento, o projeto está testando os primeiros protótipos do sistema. A expectativa é que, até o final de 2027, seja entregue um modelo totalmente funcional, capaz de competir com tecnologias internacionais. A equipe acredita que o resultado terá alta eficiência e poderá ser usado em diferentes áreas da indústria. Entre os ganhos esperados estão a criação de métodos mais modernos para controlar motores, a validação de novos tipos de inversores e a formação de mão de obra especializada.
Além de fortalecer a pesquisa e o ensino, o projeto contribui para o desenvolvimento tecnológico nacional, já que a empresa escolheu investir em uma solução brasileira em vez de importar equipamentos prontos. Para Vieira, essa decisão é estratégica: “Quando a tecnologia é desenvolvida aqui, o país ganha autonomia e fortalece sua capacidade de inovação”.
Texto: Gabriela de Almeida, bolsista de jornalismo da Proinova.
Revisão: Debora Seminoti Tamiosso, comunicação Proinova.