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Projeto de pesquisa ajuda a entender a biodiversidade animal do sul do Brasil



Crustáceo eglídeo em riacho da região de Santa Maria, RS.
Crustáceo eglídeo em riacho da região de Santa Maria, RS.

O Brasil é um país de proporções muito grandes. Seus 8,5 milhões km² ocupam quase a metade da América do Sul e abarcam várias zonas climáticas, que levam a grandes variações ecológicas e acabam formando os diferentes biomas. Já a variedade de biomas reflete a enorme riqueza da flora e da fauna brasileiras: o Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta. A biodiversidade pode ser definida como a variedade e a variabilidade existente entre os organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem. Ela pode ser entendida como uma associação de vários componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em uma área definida.

Nesse sentido, há alguns anos o Grupo de Estudo da Biodiversidade Aquática (NEBA) da UFSM vem estudando a fauna associada aos rios e riachos do Rio Grande Sul, com o intuito de coletar amostragens em inúmeras regiões do estado. Estas amostras resultaram em descrições de várias espécies novas, principalmente de crustáceos. Focado em análises sobre a distribuição e aspectos evolutivos dessa fauna, esses novos estudos foram reunidos no projeto “Mapeando a biodiversidade animal no sul do Brasil”, coordenado pelo professor Sandro Santos do departamento de Ecologia e Evolução do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) da UFSM. Participam ainda do projeto de pesquisa a professora Marlise L. Bartholomei-Santos, a Dra. Bianca L. Zimmermann (ex-pós-doc), o Dr. Marcelo M. Dalosto (pós-doc), o Dr. Alberto Senra Gonçalves (ex-doutorando), alunos de doutorado, mestrado e iniciação científica. Além disso, o grupo de trabalho conta com colaboradores da Argentina, do Chile, do Uruguai e dos Estados Unidos. 

O principal desafio do grupo é investigar os componentes históricos responsáveis pela distribuição espacial das linhagens de crustáceos eglídeos no Rio Grande do Sul e na América do Sul e entender como os principais grupos se diversificaram, dando origem às diferentes espécies, nos rios e riachos sul-americanos. Através dos estudos ecológicos e comportamentais do projeto, é possível também entender como as diferentes espécies se relacionam no ambiente aquático onde vivem e avaliar o grau de ameaça à conservação dessas espécies. 

(Foto Aegla longirostri: espécie estuda pelo grupo de pesquisa)
Foto Aegla longirostri: espécie estuda pelo grupo de pesquisa

Com diversas publicações de artigos nacionais e internacionais e participações em eventos e oficinas sobre a temática, o projeto já foi premiado no “10th Symposium on Cladocera” em Lednice, Czech Republic, na categoria “Best student – poster” e no “TCS in graduate Awards for 2016”, promovido pela The Crustacean Society. Para o coordenador, a maior conquista do projeto é poder revelar a biodiversidade do sul do Brasil, além de contribuir para a formação de vários jovens ao nível de doutorado, mestrado e de iniciação científica. Até o momento, resulta do projeto a indicação de áreas prioritárias, no Rio Grande do Sul, para a preservação das espécies aquáticas, a descrição de 14 novas espécies de crustáceos e cerca de 20 novas espécies que ainda aguardam para serem descritas. 

Para o futuro, o coordenador espera ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade no Sul do Brasil, descrevendo novas espécies e avaliando seus status de conservação. Além disso, serão adotadas estratégias para divulgar e tornar público os resultados do projeto, levando os conhecimentos acerca da biodiversidade para o público não acadêmico. Conhecer a biodiversidade é o primeiro passo para a conservação do meio ambiente e de suas espécies e na natureza a vida se sustenta por meio de uma rede de interações entre as diversas espécies. Retirar um dos componentes dessa rede pode comprometer todo o equilíbrio de um ecossistema. As águas continentais, representadas principalmente pelos lagos, rios e riachos representam os ambientes mais ameaçados do planeta, apesar de seu incalculável valor biológico. Conservar as espécies do ecossistema aquático continental é preservar o próprio ambiente, sem o qual o ser humano não vive.

 

Texto por: Lucas Zimmermann, acadêmico de Comunicação Social – Relações Públicas e bolsista do Núcleo de Divulgação Institucional do CCNE

Edição: Wellington Gonçalves, relações públicas do Núcleo de Divulgação Institucional do CCNE

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