Ir para o conteúdo CCNE Ir para o menu CCNE Ir para a busca no site CCNE Ir para o rodapé CCNE
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Descoberto no Brasil o mais antigo precursor dos dinossauros da América do Sul



Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) publicaram, na última terça-feira (2), no periódico científico Gondwana Research, um estudo do novo exemplar fossilizado
Precursores dos dinossauros em uma paisagem do Triássico Médio do Rio Grande do Sul (Ilustração: Caetano Soares)

Já se sabe que o Brasil, junto com a Argentina, detém os registros mais antigos de dinossauros do mundo, com cerca de 233 milhões de anos. Por outro lado, os depósitos sedimentares argentinos preservam também animais que são considerados ancestrais próximos dos dinossauros. Esses animais ajudam a entender como se deu a origem dos dinossauros, quais as características que foram mais importantes durante o início da evolução do grupo e quando que os “verdadeiros” dinossauros podem ter surgido. Escavados em rochas com 236 milhões de anos no noroeste da Argentina, tais criaturas são geralmente pequenas, com pouco mais de um metro de comprimento.

Enquanto que o registro de precursores dos dinossauros em rochas mais antigas do que aquelas que preservam os primeiros dinossauros é relativamente abundante na Argentina, aqui no Brasil não existem registros claros até o momento. Na verdade, não até esta semana. Um novo exemplar escavado no município de Dona Francisca,  na região central do estado do Rio Grande do Sul, revelou algumas características vistas apenas no grupo que deu origem aos dinossauros. O exemplar foi estudado pelo paleontólogo Rodrigo Temp Müller, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia da Universidade Federal de Santa Maria (CAPPA/UFSM), e pelo estudante de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal da UFSM Maurício Silva Garcia. O estudo foi publicado no periódico Gondwana Research

Precursor dos dinossauros descoberto no Brasil (Infográfico: Maurício Silva Garcia. Fotografia: Rodrigo Temp Müller)

O fóssil é composto por um fêmur (osso da coxa) com 11 centímetros de comprimento e carrega traços anatômicos que permitem classificá-lo como um dinossauromorfo. Este grupo de animais é o que inclui os dinossauros e seus ancestrais próximos. No entanto, o mais interessante é que o fóssil foi escavado em um sítio fossilífero com pouco mais de 237 milhões de anos, o queconfigura como o registro mais antigo desse grupo de animais para a América do Sul. Assim, além de preencher a lacuna que existia no Brasil em relação a esses animais, o fóssil também revela que os ancestrais dos dinossauros viveram na região pelo menos 1 milhão de anos antes do que se imaginava.

Em relação ao resto do mundo, apenas alguns precursores dos dinossauros encontrados na Tanzânia e na Zâmbia podem ser ligeiramente mais antigos do que o exemplar brasileiro. Entretanto, uma série de estudos tem indicado que os registros desses dois países do continente africano podem, na verdade, ser mais recentes. Sendo assim, é possível que o material brasileiro corresponda ao registro corpóreo mais antigo de um dinossauromorfo do mundo.

É interessante observar também que o novo exemplar foi descoberto em um sítio com grande abundância de outros répteis. Estes outros animais foram muito maiores e mais abundantes naqueles ecossistemas. Como, por exemplo, o predador de grande porte Prestosuchus chiniquensis (um parente muito distante dos crocodilos), que chegava a atingir cerca de 7 metros de comprimento. Já o novo fóssil, teria pouco menos de 1 metro de comprimento, de acordo com o tamanho do fêmur. Isso revela que os ancestrais dos dinossauros passaram por muitos desafios até se tornarem grandes e dominar os ecossistemas durante os períodos seguintes da história da vida na Terra.

Escavações em sítio fossilífero do Rio Grande do Sul (Fotografia: Janaína Brand Dillmann)

Link para o estudo no site do periódico científico: https://doi.org/10.1016/j.gr.2022.02.010

 

 


Texto: Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (CAPPA) e Imprensa UFSM

 

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-369-2548

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes