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Inundações no Rio Grande do Sul – Ações conjuntas PPGPC/UFSM

 

O excesso de chuvas provocado pelas mudanças climáticas causou impactos significativos em todo o Estado do RS, afetando diretamente a comunidade acadêmica da UFSM. Os danos incluem prejuízos em prédios, inundações, perda de arquivos e suspensão temporária das atividades acadêmicas e administrativas em alguns campi, como aulas presenciais, pesquisas e serviços administrativos. A suspensão temporária das atividades foi necessária até que os reparos nos prédios afetados fossem concluídos e permitissem o retorno gradual e seguro das atividades acadêmicas e administrativas.

Muitos estudantes são oriundos de regiões severamente atingidas, como o Vale dos Sinos (Lajeado, Cruzeiro do Sul, Muçum, Sinimbu), a região metropolitana (Canoas, São Leopoldo) e municípios da região da Quarta Colônia (Agudo, Silveira Martins, Faxinal do Soturno, Dona Francisca, Pinhal Grande, São João do Polêsine, Restinga Sêca, Ivorá, Nova Palma), que enfrentaram perdas materiais, humanas e impactos emocionais. Nas Casas de Estudante Universitário (CEUs), que abrigam mais de 1.500 estudantes em Santa Maria e Cachoeira do Sul, infiltrações de água danificaram equipamentos como geladeiras, computadores, celulares e móveis, além de comprometerem a estrutura de 31 apartamentos, tornando-os temporariamente inabitáveis.

Além dos prejuízos materiais, na UFSM, uma pesquisa realizada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis da Região Sul (FONAPRACE – SUL), em maio, apontou que 50% dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica sofreram perdas como moradias, computadores, eletrodomésticos e acesso à internet, afetando aproximadamente 3.000 alunos. Esse cenário elevou o risco de evasão acadêmica devido aos impactos financeiros e psicossociais. O desempenho proativo da UFSM foi fundamental para mitigar os impactos da tragédia e contribuir para a reconstrução, mobilizando diversos setores da instituição, em especial a Pós-graduação.

No âmbito da pós-graduação, a instituição desenvolveu importantes pesquisas e ferramentas para lidar com os desafios impostos pela crise. Um dos destaques foi o lançamento de um Mapa da Extensão, que mapeou mais de 130 ações realizadas pela comunidade acadêmica em resposta à calamidade pública. Essa ferramenta possibilitou a coordenação eficiente das atividades de reconstrução e o engajamento de diferentes setores sociais, com foco em áreas fortemente afetadas (veja noticia aqui).

Por exemplo, o PPGPC por ter uma inserção social muito forte, especialmente na região da Quarta Colônia, que desde 2019, em função do projeto do Geoparque UNESCO, criou vagas extras para atender uma demanda de qualificação profissional, especialmente voltadas para projetos que envolvessem a Educação Patrimonial. Esta demanda surgiu de reunião com as secretarias de Educação dos 9 municípios. Com isso, o PPGPC possuía vários discentes em 2024, como egressos, inclusive atuando frente às secretarias municipais, a Câmara de Vereadores, a museus, a direção de escolas e como professores da rede de ensino básico (região urbana e rural). Também nestes municípios temos docentes permanentes do PPGPC  que ali tem sua casa e/ou familiares (por exemplo Silveira Martins fica a 18km do campus da UDSM /Santa Maria).

Os pedidos de ajuda, nas noites de chuva, sem luz e poucos pontos de funcionamento dos telefones ou das rádios (a pilha) chegavam diretamente aos DP do PPGPC. Com isso, em contato com a Vice-Reitoria da UFSM,  o PPGPC, por meio da mobilização de  dois Grupos de Pesquisa (História Platina e Juca vai nas Escolas), criou a ação SOS Comunidade Quarta Colônia, que passou a integrar um projeto guarda-chuva, criado em setembro de 2023, em auxílio às enchentes do Vale do Taquari na época, chamado SOS Comunidade. Nesse sentido, o SOS Comunidade Quarta Colônia iniciou com projeto de auxílio emergencial:  material de limpeza pesada e material de higiene pessoal, fraldas para crianças e adultos, roupa de cama e banho, roupas de frio, cobertores e cobertas, rádios de pilha, utensílios domésticos, alimentação básica, remédios, colchões, água mineral, material de proteção pessoal (botas, luvas) e posteriormente material escolar para crianças desde os anos iniciais até o ensino médio, quando foi organizado mochilas com materiais, especialmente para crianças da educação infantil e anos iniciais, pois muitas crianças tiveram as casas e escolas tomadas por água e barro, e outras residencias foram perdidas.

Nesta ação emergencial, contamos com a parceria de outros programas de pós-graduações (Comunicação, Arquitetura, Geografia, Ciências Sociais, Engenharia, Veterinária, etc), cursos de graduações (Medicina, Relações Internacionais, Arquivologia, Veterinária, Comunicação, Letras, etc, ou seja, de todas as áreas e centros/unidades de ensino), Sindicato dos Professores, Exército,  Aeronáutica, Empresas privadas de Transporte de Engenharia Ambiental, transporte de caminhões, vans e carros da UFSM e das prefeituras. Essa força tarefa durou em torno de 40 dias. Assim, o PPGPC, criou um “QG” no espaço disponibilizado pela Direção do Centro de Ciências Sociais e Humanas, onde atuaram discentes e docentes da graduação e da pós-graduação, coordenados por 3 professores do PPGPC (Maria Medianeira Padoin, Jorge Alberto Soares Cruz e Günther Richter Mros). Foi registrado as doações que eram de alunos e docentes da UFSM, de empresas locais e da região, como empresas de Santa Catarina e São Paulo, Consulado Brasileiro em Rivera/Uruguai, Associação Italiana de São Luís do Maranhão, famílias de Santa Maria, etc.

Tais doações que solicitávamos por meio da imprensa, eram baseadas nas demandas vindas dos municípios, por meio especialmente de nossos discentes ou egressos que estavam a frente de ações emergenciais e de assistência social, como dos prefeitos. A UFSM também foi atingida diretamente em seu arquivo administrativo e histórico e em outros prédios. Também houve uma preocupação com os animais, especialmente os de estimação. Assim, o PPGPC atuou junto ao grupo da Veterinária na captação de alimentos, cobertores, casinhas, e colaborando com a logística da distribuição e cuidados. Os docentes do PPGPC, que integram o Comitê Científico do Geoparque Quarta Colônia, trabalharam na organização de reuniões, no mês de junho e julho,  entre os gestores municipais deste território e as autoridades que representavam o Ministério Extraordinário,  o Ministério da Integração, a Secretaria de Assistência Social do RS, a Reitoria da UFSM e pesquisadores da UNESCO/Rede Geoparques, da Universidade de Varsóvia e de Itaipú (especialistas na área de patrimônio e bacias hidrográficas), além dos pesquisadores da UFSM.

Assim, estas ações, colaboraram para a formalização do projeto extensionista da UFSM que agregou as diversas ações e projetos relativos à crise climática no RS, denominado Universidade Solidária e Cidadã. Neste sentido, docentes do PPGPC participaram de missões de trabalho e integraram visita técnica na região, como nas outras regiões abaladas do RS, além de construírem projetos e atuarem em várias frentes.

A pesquisa desenvolvida no âmbito da UFSM  colaborou para um avanço importante, que foi o desenvolvimento de um sistema de alerta para riscos climáticos, vinculado ao CARE/UFSM, com o objetivo de prever e mitigar futuros desastres naturais, baseando-se em dados históricos e previsão climática. Além disso, a pesquisa acadêmica teve um papel fundamental, como exemplificado pelo estudo sobre os riscos de desastres hidrológicos, que mapeou as regiões mais vulneráveis do RS. Tal estudo, disponibilizado em formato de e-book, oferece uma análise detalhada das áreas de maior risco, contribuindo para a formulação de políticas públicas mais eficazes para a prevenção de novos desastres.

Essas ações e tantas outras, dos mais diversos setores, demonstram que a UFSM, especialmente no âmbito da pós-graduação, não apenas gerou conhecimento e soluções para os desafios imediatos da crise climática, mas também promoveu a integração entre pesquisa científica, educação e engajamento comunitário. A Instituição não só respondeu à emergência, mas também preparou o caminho para um futuro mais resiliente e sustentável no Estado.

Diante do estado de calamidade pública decretado pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, e com fundamento no Parecer CNE/CP nº 11/2024, homologado com ressalva, por Despacho do Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 13 de maio de 2024, Seção 1, pág. 52, o Conselho Nacional de Educação resolve, no Art. 1º “definir as diretrizes nacionais orientadoras dos sistemas de ensino, instituições e redes escolares, públicas, privadas, comunitárias e confessionais, para a retomada segura das aulas na Educação Básica e na Educação Superior em razão do estado de calamidade pública causado pelos eventos climáticos no estado do Rio Grande do Sul”.

Neste sentido, conforme o Art. 2º, “as instituições escolares de Educação Básica e Educação Superior, observadas as diretrizes nacionais editadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), a BNCC e as normas a serem editadas pelos respectivos sistemas de ensino, ficam dispensadas, em caráter excepcional, durante o período afetado pelo estado de calamidade pública no território do estado do Rio Grande do Sul, conforme trata o Decreto Estadual nº 57.596, de 1º de maio de 2024: II – da obrigatoriedade de observância do mínimo de dias de efetivo trabalho escolar, desde que cumprida a carga horária mínima anual, no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e no Ensino Superior”. (RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 3, DE 13 DE MAIO DE 2024, CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO).

Considerando o disposto no Decreto N.º 57.596/Governo do Estado do Rio Grande do Sul, de 1º de maio de 2024, a contar do dia 30 de abril de 2024, as aulas (presenciais ou remotas – síncronas ou assíncronas) foram suspensas na UFSM, em todos os níveis e modalidades de ensino, em face do Estado de Calamidade Pública declarado no Rio Grande Sul. A UFSM divulgou as orientações a serem observadas para os campi de Santa Maria e Cachoeira do Sul. Assim, as Atividades Acadêmicas para os campi de Santa Maria e Cachoeira do Sul, quando possível, ocorreram em formato presencial ou online. São elas: Orientações, supervisões e execução de Estágios Obrigatórios e trabalhos de conclusão em todos os níveis e modalidades; Execuções de estágios extracurriculares e/ou atividades práticas previstas em disciplinas da área da saúde; Internatos e/ou modalidades similares; Orientações, Supervisões e Execução de Projetos de Ensino, Pesquisa, Extensão, Inovação e Institucionais; Atividades executadas como voluntário (a) em projetos no geral. Outros tipos de atividades acadêmicas reguladas pela UFSM, excetuando aulas. Art. 3º A realização das Atividades Acadêmicas previstas no artigo anterior estava condicionada a análise caso a caso, bem como autorização que podia ser emitida pelas coordenações de curso, chefias e órgãos, em consonância com as chefias de departamento (se fosse o caso), campos de estágio e direções de unidades administrativas e/ou acadêmicas. A análise dizia respeito às condições de viabilidade (estrutural e de internet), possibilidade (em relação aos atores envolvidos) e de segurança em sua execução. Aos estudantes envolvidos nas atividades elencadas foi resguardado o direito do não comparecimento sem o registro de faltas, se fosse o caso. Os estudantes que fossem chamados e que não pudessem comparecer para as respectivas atividades poderiam abrir processo de regime de exercícios domiciliares antes ou depois da realização das mesmas no intuito de informar a ausência em face da calamidade e desconsiderar faltas, se fosse o caso.  Disponível em: Instrução Normativa PROGRAD/UFSM N. 005/2024.

Assim, a Reitoria da UFSM determinou, em 30 de abril, a evacuação do campus e a suspensão das atividades acadêmicas e administrativas, devido às chuvas intensas, alagamentos e pela segurança da comunidade acadêmica. Inclusive a Defesa Civil estadual recomendou que se deveria evitar os deslocamentos não urgentes em razão do volume das chuvas. 

Esse procedimento foi adotado por todos os professores do PPGPC, sobretudo porque muitos dos mestrandos e docentes do Programa residem em localidades do interior do Estado que foram afetadas pela catástrofe climática e outros ficaram impedidos de se deslocar devido à situação de precariedade das estradas, pois a própria cidade de Santa Maria ficou vários dias sem acesso, ou com acesso somente por desvio que levava a região da fronteira sul. Assim, as aulas e atividades foram retomadas gradativamente, a partir do início de junho, com ações de acolhimento aos estudantes e readequação do calendário acadêmico. Com este panorama, algumas defesas de dissertações previstas para 2024 foram prorrogadas para 2025; e alguns projetos de dissertações, em sua fase inicial, foram acordados entre mestrados demandante e orientadores, uma mudança, para a proposição de estudos e construção de produtos que venham atender a região afetada, na perspectiva do Patrimônio Cultural. Também devido a catástrofe com as enchentes no mês de maio e início de junho de 2024, não foi realizada seleção para ingresso em agosto no PPGPC, pois a região foi muito afetada, e os professores do PPGPC ficaram envolvido com os projetos e ações na região, além do que docentes tiveram suas casas afetadas.

Em meio a este desastre, com a fortes chuvas no Rio Grande do Sul, é revelado pelas enchentes um novo Sítio Arqueológico com  fósseis de animais  com mais de 200 milhões de anos. Os vestígios de cerâmica, pedra lascada e espaços com “terra preta/terra de índio.” encontrados em Dona Francisca, cidade do Geoparque Quarta Colônia Mundial UNESCO, são bens da humanidade que com futuras pesquisas e sua preservação contribuirão para a ampliação do conhecimento e reformulações sobre a natureza e locais de “fixação” dos povos originários.

Em função da grande quantidade de água, as enchentes acabaram limpando uma camada de solo na região e, dessa forma, revelando um expressivo acervo, que foi encontrado por agricultores de uma lavoura de arroz, próxima ao Rio Jacuí. A fim de entender mais sobre a descoberta, e preocupados com a previsão de mais chuvas, as pessoas fizeram contato com a Secretaria de Cultura da cidade que, na sequência, recorreram à UFSM e ao PPGPC, e ao PPGEO para auxiliarem no resgate emergencial.

Neste contexto, e com a publicação do  Edital SEDAC/PNAB RS n 31/2024, foi  encaminhado e aprovado (valor de R$ 1.200.000,00) o projeto “Memória e Patrimônio no Salvaguarda do Patrimônio Arqueológico da Quarta Colônia- Museu de Dona Francisca”, encaminhado por uma discente do PPGPC, Ariane Gassen Vargas (da Linha de Pesquisa História e Patrimônio e orientanda da docente Maria Medianeira Padoin) vinculada a Empresa Culturaliza Projetos e Assessoria Ltda, em parceria com a Prefeitura de Dona Francisca, e apoio do Comitê Científico do Geoparque Quarta Colônia e do PPGPC, para a criação do museu, referente aos vestígios de populações originárias. O IPHAN/RS esta acompanhando tal proposição.

A pedido da Secretaria de Estado da Cultura do RS (SEC/RS), em novembro de 2024, dois docentes do PPGPC organizaram junto a Secretaria de Cultura de Dona Francisca, local sede, gestores do Geoparque, cujo Diretor Vitor Mafini, é discente do PPGP, e Comitê Científico, realizaram um treinamento para o resgate emergencial de acervos bibliográficos, documentais e museográficos, ministrado por técnicos enviados pela UNESCO.  O público alvo foram gestores e profissionais da área de Cultura de 32 municípios da região central do RS. Entre os participantes estiveram discentes e egressos do PPGPC, que estão em funções de gestão em órgãos de cultura e patrimônio.

Neste contexto, houve a reformulação do Edital UFSM PROEXT-PG/- UFSM 01/2024, Chamada Para Fomento de Ações de Extensão Vinculadas a Programas de Pós-Graduação – Programa PROEXT-PG UFSM Além do Arco, e com isso, o PPGPC, dialogando com os PPGs da Geografia, de Comunicação e  de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo,  resolveram propor projetos com o fim de promover a pesquisa e o ensino por meio da extensão, com produtos inovadores que objetivam beneficiar uma prática da gestão integrada do território Geoparque, demonstrando a excelência da Educação da UFSM. Obtivemos a aprovação de dois projetos, com caráter interdisciplinar de Extensão na Pós-Graduação, que visam resultados que beneficiem a comunidade do Geoparque Quarta Colônia Mundial da UNESCO, atendendo especialmente Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 que buscam o combate à pobreza, a proteção do meio ambiente e a garantia da paz e do desenvolvimento econômico, em que a Educação tem papel fundamental. Alinhando-se assim ao PDI/UFSM, nas metas da Educação Inovadora e Transformadora com Excelência Acadêmica e de Desenvolvimento Local, Regional e Nacional. Parcerias externas nestes projetos são com o Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia – CONDESUS; Comitê Gestor do Geoparque Quarta Colônia; Prefeitura Municipal de Agudo; Prefeitura Municipal de Dona Francisca; Prefeitura Municipal de Faxinal do Soturno; Prefeitura Municipal de Ivorá; Prefeitura Municipal de  Nova Palma; Prefeitura Municipal de Pinhal Grande; Prefeitura Municipal de Restinga Sêca; Prefeitura  Municipal de São João do Polêsine; Prefeitura Municipal de Silveira Martins. Atuam docentes, discentes (da região), egressos e técnicos dos 4 PPGs envolvidos.

 

AÇÕES DE EXTENSÃO DA UFSM FRENTE À CALAMIDADE

ELNOTICIERO: inundación histórica golpea a Río Grande do Sul, Brasil

CONCERTOS SOLIDÁRIOS DA ORQUESTRA SINFÔNICA DA UFSM