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Professor da UFSM vence o Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa



 

O professor da UFSM, José Iran Ribeiro, obteve o primeiro lugar no Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa 2011, do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, uma das mais importantes premiações na área de pesquisa em História. José Iran Ribeiro é professor do Departamento de Metodologia do Ensino do Centro de Educação e do Programa de Pós-graduação em História da UFSM. O trabalho que venceu o concurso tem por título: O Estado imperial brasileiro e as revoltas da regência: Estado e Nação nas trajetórias dos militares do Exército imperial brasileiro.

O trabalho

O estudo, tese de doutorado na UFRJ, foi realizado entre 2005 e 2008. Segundo o autor do trabalho, “a tese de doutorado foi um estudo dos indivíduos que foram transformados em militares para vir lutar contra os republicanos rio-grandenses na guerra dos farrapos. Ela estuda o exército que lutou contra os farroupilhas e acabou vivenciando a guerra. Então foi feito um levantamento na documentação das várias outras províncias do império como Pernambuco, Pará, Maranhão, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro vendo quem era esses indivíduos a partir da documentação do Arquivo Nacional”.

 

 

Os documentos analisados eram produzidos pela administração, pelos vários ministérios da época, pelas repartições, como do exército, da marinha, assim como pelas autoridades militares envolvidas na administração, seja no recrutamento desses indivíduos, seja na movimentação desses efetivos. Além disso, também foram estudados processos criminais, enfim, todos os registros possíveis de indivíduos que participaram daquele contexto.

Através dessas análises, pôde ser observado como esses indivíduos eram mobilizados e as consequências políticas disso em seus lugares de origem. Ao mesmo tempo, segundo José Iran, tentou-se “fazer uma discussão mais ampla através do recrutamento militar dessas forças nesses outros lugares, indagando sobre a capacidade do estado central imperial brasileiro de influir na política provincial. Como é que esse estado, menos poderoso do que o que temos hoje, aproveitou as várias revoltas ocorridas no período como Sabinada, Balaiagem, Cabanagem, para aumentar o seu poder de influência nesses outros lugares”.

O pesquisador tentou acompanhar os indivíduos em seu deslocamento, registrando, através de uma planilha, os nomes encontrados em cada documento. No final, formou-se um banco de dados de mais de 60 mil nomes. Assim, foi permitido cruzar as referências e descobrir se os nomes apareciam em mais de um documento.

O trabalho, que tem uma ênfase no Rio Grande do Sul, considera as peculiaridades de um país que está se constituindo. Um país, que segundo José Iran “é muito grande e não tinha uma identidade comum ainda, como a língua. Então as pessoas costumam se identificar muito mais com o lugar que vivem com suas famílias. Então, o trabalho tentou ver como essas pessoas que vinham de tão longe vêm lutar numa terra que tem características tão diferentes das quais estão acostumados”. O trabalho tentou entender como houve o choque dessas diferentes perspectivas culturais nesse espaço durante dez anos.

 

 

“Há pela primeira vez, entendi eu, um convívio cotidiano intensivo entre brasileiros de diversas partes do país. O que acaba se formando aqui é uma síntese das populações originárias de toda a parte desse império, pois ainda que tivessem ocorrido outras movimentações militares antes desse período e mesmo durante ele, a farroupilha foi a mais extensa e a que movimentou mais efetivos militares” – afirma o autor do trabalho, evidenciando a importância da temática.

 

A premiação

O Arquivo Nacional, criado em 1838, é o órgão central do Sistema de Gestão de Documentos de Arquivos (SIGA), da administração pública federal, integrante da estrutura do Ministério da Justiça que tem por finalidade implementar e acompanhar a política nacional de arquivos, definida pelo Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), por meio da gestão, do recolhimento, do tratamento técnico, da preservação e da divulgação do patrimônio documental do país, garantindo pleno acesso à informação.

Com o objetivo de difundir o seu acervo, a instituição promove bienalmente o concurso de monografias, de âmbito nacional, que confere aos vencedores o Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa. O concurso tem como finalidade a premiação de trabalhos elaborados com base nas fontes arquivísticas depositadas na instituição.

 

 

 

O trabalho do professor da UFSM, José Iran Ribeiro, concorreu com 35 candidatos. A premiação consiste na publicação dele sob responsabilidade do Arquivo Nacional. Ao ganhar o prêmio, José Iran se coloca ao lado de grandes historiadores do país. “Vários historiadores importantes no Brasil ganharam o prêmio, então se colocar ao lado de pessoas que são referência é algo que dá um prazer muito grande e também uma grande responsabilidade” – afirma o pesquisador.

 

Repórter:

Julia do Carmo – Acadêmica de Jornalismo.

Edição:

Lucas Durr Missau.

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