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Sessão de Cinema da TV Campus apresenta Limite



O programa "Sessão de Cinema" da TV Campus apresenta neste sábado (2), às 22h (com reprise no domingo, 3 de junho, às 17h) o longa-metragem "Limite", de Mário Peixoto. Além da exibição pela TV Campus da UFSM, canal 15 da Net – Santa Maria, o filme será exibido pela web: http://w3.ufsm.br/tvcampus/.

O filme faz parte da Mostra Clássicos Cinema Brasileiro I, do Pontão Cineclubista de Cultura da Associação de Cineclubes de Vila Velha/ES e do acervo da Filmoteca Carlos Vieira do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros (CNC). Limite foi fillmado em 1930 e exibido pela primeira vez em 1931. Dirigido e escrito por Mário Peixoto, se tornou uma referência para filmes brasileiros experimentais do cinema mudo.

Limite pode ser visto no limite histórico entre o cinema mudo e falado, um filme com uma certa ambição de resumir muitas das possibilidades estéticas e técnicas desenvolvidas nos anos 10 e 20. Partindo de um ponto de vista retrospectivo, pode-se, entre outros, ressaltar a repetição de tomadas ou os close-ups de detalhes como em Man Ray, a mesma partitura de música de Satie em Limite como em Les Mystères du Château des Dés (1928), de Man Ray, a estruturação rítmica como, por exemplo, em O Homem com a Câmera (1929), de Vertov, ou Sinfonia de Berlim (1927), apesar de uma qualidade e velocidade diferentes, bem como o uso restrito de intertítulos como em A Última Gargalhada (1924), de Murnau. (http://www.mariopeixoto.com/limite.htm). 

As cenas do barco em Limite podem evocar paralelos com Aurora (1927), o primeiro filme americano de Murnau, e também as cenas de gritos revelam algumas similaridades. Os campos e plantas em movimento podem evocar reminiscências a Terra (1930), de Alexander Dovzhenko, e, obviamente, pode-se mencionar uma enorme variação de movimentos e ângulos da câmera como uma exploração do próprio medium filme.

Limite pode ser visto como um esforço para explorar as possibilidades visuais, as técnicas experimentais e as variações rítmicas do medium fílmico no contexto de uma afirmação às vezes melancólica, outras um tanto agressiva sobre a limitação e a futilidade da existência humana.

Mesmo com as limitações técnicas de um filme realizado sem a estrutura de um backup profissional, um empreendimento solitário, financiado pelo próprio Mário, se ressalta a competência do cameramanEdgar Brazil  – alemão radicado no Brasil – que possibilitou o diretor de realizar aquilo que pretendia. Edgar também trabalhou com Humberto Mauro e Adhemar Gonzaga, dois outros diretores importantes daquele tempo, e construiu o equipamento especial que Peixoto havia pedido para os seus movimentos elaborados de câmera.

As filmagens de Limite foram feitas no município de Mangaratiba na Fazenda Santa Justina, pertencente a Victor de Souza Breves, primo de Mario Peixoto. O tema do filme é a passagem do tempo e a condição humana.

O filme provocou muita polêmica nas suas primeiras exibições e inclusive houve quebra-quebra durante a sua exibição. Acabou virando um mito, já que por muitos anos não foi exibido novamente. Recuperado nos anos 70, o filme se tornou uma obra-prima e deixou sua marca na história cultural do Brasil.

Mais recentemente, encontramos uma sequência de Limite em O Cinema Falado (1986), filme dirigido por Caetano Veloso.

A cantora e compositora Adriana Calcanhoto projeta cenas de Limite durante a canção O Mocho e a Gatinha, no seu DVD Adriana Partimpim (2004).

 

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