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Aluno de composição é premiado pela Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica



No mês de setembro, Rafael de Pádua, aluno do curso de Música da Universidade Federal de Santa Maria, foi premiado em um concurso realizado em Brasília. Organizado pelo compositor Jorge Antunes, de Brasília, e pela Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica (SBME), o concurso teve como tema "Pinheirinho é do povo".

Rafael entrou na Universidade Federal de Santa Maria em 2007 para cursar Música com habilitação em piano. E, em 2009, assim que abriu a habilitação em composição, resolveu mudar. “Antes de tudo eu estudava Publicidade e Propaganda, então, desde sempre eu tive essa relação com tecnologia. Quanto à música, primeiro estudei cielo, piano e depois a música erudita. Sempre gostei de música. Desde pequeno eu fazia aula de violão, cantava, como a maioria que tem relação com a música”, conta Rafael.

A participação no evento veio através da indicação do professor de composição, Amaro Borges. O concurso foi aberto para obras compostas com uso de material sonoro de base oferecido pela SBME, que consistiu dos ruídos da invasão de Pinheirinho, em São Paulo, feita pela polícia em 22 de janeiro de 2012, para expulsão de cerca de cinco mil famílias. Nesta ação, a Polícia Militar de São Paulo (PMSP) e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) da cidade de São José dos Campos, no estado de São Paulo, invadiram a ocupação conhecida como “Pinheirinho”, em que, durante oito anos, viveram mais de 1500 famílias, para cumprir uma ordem de reintegração de posse expedida pela justiça estadual. A violenta desocupação da comunidade ficou conhecida como “Massacre do Pinheirinho” após demonstração de violência e brutalidade por parte das forças policiais na expulsão e intimidação dos moradores despejados em meio a uma imensa confusão judicial. “Expulsaram os moradores, que estavam há anos no local. Aí chegou a polícia jogando bombas, helicópteros sobrevoavam a área. E essa ação foi gravada”, explica Pádua.

A partir dessa ideia, a Sociedade Brasileira de Música Acústica de Brasília resolveu usar essas gravações para realizar um concurso em que as pessoas usassem os sons da ação para elaborar uma peça eletroacústica. “Na verdade, eu não ia participar. Apenas me inscrevi porque o professor Amaro me convenceu. Esperei até a última semana de inscrições e resolvi produzir. Fiquei uma semana toda trabalhando em cima da peça, não fiz mais nada. No processo de composição, é quase impossível ter ajuda de alguém, é algo que se faz sozinho mesmo”, ressalta.

Rafael usou oito minutos de gravação da tomada do Pinheirinho, e organizou em uma peça, conquistando então, o quarto lugar no concurso.  E, geralmente, a música eletroacústica, assim como toda arte hoje, tem uma ‘perda de sentido’, uma desorganização. E Rafael fez justamente o contrário. “Tentei organizar para que fosse compreensível e não usei nada além dos ruídos propostos. Esse foi o meu processo de produção. Foi trabalhoso, mas valeu a pena”, finaliza. Abaixo, a peça premiada no evento, realizado em setembro.

Abaixo, a peça produzida pelo aluno do curso de Música, Rafael de Pádua.

Repórter:

Andréa Ortis – Acadêmica de Jornalismo.

Foto:

Ítalo Padilha.

Edição:

Lucas Dürr Missau.

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