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A pesquisa em Ciências Sociais pelo viés de Peter Alheit



 

 

Como parte da programação da 27ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI), estão sendo realizadas uma série de conferências com o professor Peter Alheit, da Universidade de Göttingen, na Alemanha. Graduado em Filosofia, Teologia, Ciências Sociais, Pedagogia e doutor em Ciências Sociais e Ciências da Educação, Peter é considerado um dos maiores especialistas sobre Pierre Bourdieu no mundo. Nessa entrevista, o professor fala um pouco de seu trabalho, das conferências realizadas aqui e sobre as impressões acerca do país.

A última conferência do professor Peter Alheit na UFSM acontecerá hoje, às 19hs, no auditório do prédio 67, e abordará o tema Pesquisas (auto) biográficas nas ciências sociais e humanas, uma de suas principais contribuições para o desenvolvimento das ciências sociais.

Julia do Carmo – Como surgiu a oportunidade de vir para o Brasil?

Peter Alheit – Primeiro, fui convidado como conferencista em um congresso que tratava de pesquisa biográfica ou autobiográfica em Porto Alegre, na semana passada. O evento advém de um movimento internacional que está sendo bastante influenciado por teorias de autobiografia que vêm da Europa. E eu sou um dos poucos autores de lá que são traduzidos aqui no Brasil nesse campo. Foi assim que surgiu a oportunidade de vir pra cá. Para participar das conferências na UFSM, recebi o convite do professor Jorge Cunha, o qual já conhecia e havia trabalhado junto.

J.C. – Em linhas gerais, quais são as temáticas abordadas nas conferências realizadas na UFSM?

P. A. – Nesse ano, o professor Jorge Cunha me convidou para falar sobre Bourdieu, um filósofo muito importante com o qual eu tive aulas, e que deixou estudos muito significantes na área da sociologia. O segundo tema sobre o qual fui convidado a falar foi a pesquisa biográfica e autobiográfica e sua importância nas Ciências Sociais. Fiquei contente com o interesse mostrado por alguns estudantes pelos dois temas. Muitos fizeram perguntas e muitos também quiseram me provocar e, dessa forma, eu também aprendi muitas coisas sobre a sociedade brasileira.

J.C. – Como o senhor vê o intercâmbio de conhecimentos entre a Europa e América Latina, principalmente o Brasil?

P. A. – Acho muito importante essa relação de troca. Trabalhei com isso em países como Coréia, China e dentro da União Européia, com a Grécia e a Escandinávia. É importante que existam professores, tanto de lá quanto daqui, que se conheçam bem e que já tenham tido trabalhos em conjunto para que possam se unir e formar uma cooperação de forma bem prática. Tais projetos conseguem uma mudança na realidade porque são realizados em conjunto, de forma ativa. Não se trata só de estudar métodos abstratos e sim também de ir às escolas ver como está a situação, levantar dados, conversar com os jovens, ver quais os seus problemas, como eles pretendem solucioná-los, realizando um intercâmbio de ideias sobre como se vive em diferentes lugares.

J.C. – Depois dessa estada no país, qual a sua avaliação sobre as pesquisas na área das ciências sociais e humanas no Brasil, principalmente na UFSM ?

P. A. – Eu não sou um expert no assunto, já que é minha primeira vez aqui no Brasil, mas pelo que ouvi dos colegas brasileiros e pelas perguntas feitas nas conferências eu percebo que muitas das coisas que são discutidas aqui também são discutidas na Europa. Os estudantes daqui são muito parecidos com os nossos. O problema do Brasil é que em um processo que na Europa levou mais de 200 anos para se realizar, aqui está sendo feito em menos de 50 anos. Uma coisa importante na sociedade brasileira é que ela é uma sociedade de imigrantes e também quer ser uma sociedade de imigração. E ela pode usar esses recursos. A capacidade de integrar culturas vindas de fora é um enorme tesouro. E esse tesouro apenas poucas sociedades europeias têm. E eu tenho certeza de que justamente no Brasil as Ciências Sociais vão descobrir oportunidades de construir coisas que as sociedades europeias não descobriram.

Repórter:

Julia do Carmo – Acadêmica de Jornalismo.

Foto:

Ítalo Padilha.

Edição:

Lucas Durr Missau.

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