A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) lançou o quarto edital para o programa Ciência Sem Fronteiras. O programa é uma iniciativa do governo federal brasileiro, baseada no pedido da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que promove a mobilidade acadêmica de estudantes e pesquisadores.
Segundo o representante institucional do Ciência Sem Fronteiras dentro da Universidade, Ney Luis Pippi, as expectativas da comissão foram superadas, visto que se pensava algo em torno de 8 ou 10 mil bolsas. O Ciência sem Fronteiras vai oferecer 100 mil bolsas em quatro anos, e destas, 75 mil serão destinadas a universidades federais, e as restantes serão distribuídas para a iniciativa privada.
Segundo Pippi, esta é uma oportunidade ímpar para a Universidade. O programa foi lançado oficialmente em dezembro de 2011, mas abriu um edital ainda antes do lançamento, como um projeto piloto. Assim, em agosto daquele ano, a UFSM já estava selecionando alunos por meio de um edital. Nas próximas semanas, a primeira turma que foi para a mobilidade internacional deve retornar e, então, será feito um trabalho com esses alunos para identificar possíveis problemas e soluções no programa. “Como o projeto é novo, todos vão aprendendo”, conclui Pippi.
Hoje, a UFSM tem 102 alunos no exterior, com o resultado da 1ª, 2ª e 3ª chamada. O maior número de alunos se concentra em Portugal, Espanha, Estados Unidos e Canadá. Mas é possível fazer intercâmbio para quase 20 países, e a tendência é que esse número aumente, segundo Pippi.
O aluno selecionado ganha recebe bolsa para se manter no país destino, recebendo auxílio para moradia, alimentação, taxas escolares, seguro saúde e a passagem de volta. O programa vai até 2015, extrapolando um ano o mandato da atual presidente, e a expectativa é que ao final deste prazo, seja renovado.
Preferência por áreas tecnológicas
O que mais é contestado pelos alunos são as áreas prioritárias, que abrangem basicamente as áreas tecnológicas, deixando de fora as ciências humanas, sociais e as línguas. “Dependendo do perfil do aluno, conseguimos colocá-lo dentro de uma dessas áreas. Mas mesmo que a gente homologue aqui, as agências barram”, conta Pippi. A prova disso é que os alunos que predominam nas listagens de inscritos são dos cursos de Engenharia, Tecnologia e das Ciências da Saúde.
Outro grande filtro de alunos é o TOEFL (Test of English as a Foreing Language), prova feita para verificar a aptidão dos alunos que desejam ir para países de língua inglesa. Só aqui na UFSM quase 500 alunos se inscreveram para Portugal e Espanha, que são os países que não exigem teste de proficiência na língua.
Como participar
Para intercâmbio da graduação, o aluno precisa estar cursando entre o 2º e o 9º semestre. Quando abre o edital, ele se inscreve online, na página do Ciência Sem Fronteiras. Depois de encerradas as inscrições, a Universidade recebe uma relação com os alunos inscritos para que sejam homologados. Assim, uma comissão verifica o histórico escolar do aluno, se preenche o requisito dos semestres e está dentro das áreas prioritárias. Após isso, o aluno é encaminhado à universidade destino. Pippi diz que esta parte, por vezes, é demorada e provoca a ansiedade dos alunos. Após isso, é a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que dá a resposta definitiva ao aluno.
O programa não abrange apenas alunos da graduação, tendo espaço também para doutorandos, pós-doutorandos, pesquisadores, especialistas e técnicos (abrindo espaço assim, para os funcionários). Para saber mais sobre as categorias, CLIQUE AQUI.
Foto:
Micaela Becker – Acadêmica de Jornalismo.
Repórter:
Patricia Michelotti – Acadêmica de Jornalismo.
Edição:
Lucas Durr Missau.
