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Vestibular 2012 – Os vestibulandos não vêm sós



No primeiro dia do Vestibular da UFSM, o campus encheu-se de estudantes ansiosos pela prova e pela tão sonhada vaga na federal. Eles vieram de carro, de ônibus, a pé, do centro de Santa Maria, da fronteira, da Quarta Colônia, das mais diversas cidades do estado e do país. Alguns tiveram que madrugar, passar por estradas de chão esburacadas, aguentar por horas a fio sentados em um banco desconfortável de ônibus, atravessar distâncias até chegar a essa Santa Maria da Boca do Monte – que pode vir a ser a sua nova parada pelos próximos quatro ou cinco anos vindouros. Outros, já residentes por aqui, acordaram um pouco mais tarde – se a ansiedade permitiu-lhes dormir –, saíram de casa logo depois de um almoço leve, de ônibus ou de carro, chegaram tranquilamente no campus e aguardaram a abertura das portas dos seus respectivos locais de prova. Outros, ainda, demoraram um pouco mais no almoço, no banho ou no mercado da esquina comprando doces para aguentar as quatro exaustivas horas de prova, e, assim, desde seus carros ou ônibus lotados, amaldiçoaram o engarrafamento que se formou ainda no início da Faixa Nova de Camobi e cada motorista inocente de caminhão que – sem saber dos dias do Vestibular da UFSM – resolveu passar por ali justamente na hora anterior ao início da prova.

No entanto, quando as portas dos prédios se abriram permitindo a entrada dos vestibulandos, o que se notou foi que eles não vieram sós. Uma quantidade enorme de pais, mães, avós, tios, amigos, padrinhos e irmãos ficou do lado de fora, aguardando os seus, tão ou mais ansiosos que eles. É o caso de Maria Nunes, mãe de Douglas Nunes (24) que presta vestibular para Educação Física. Maria conta que ficou nervosa com o concurso, porque no dia anterior o filho estava no Hospital Universitário de Santa Maria, fazendo tratamento quimioterápico e hoje tem que passar por uma maratona de quatro horas de prova. Devido ao engarrafamento que enfrentaram próximo à entrada da Universidade, Douglas desceu do carro e veio a pé até seu local de prova, o que contribuiu para aumentar o nervosismo de Maria. A mãe ressalta, porém, que tentou passar o máximo de tranquilidade para o filho, porque “caso não der, ano que vem tem de novo, vestibular tem todo ano”.

Na frente do Centro de Educação, sentada em um banco e protegida por um guarda-chuva colorido, outra mãe aguarda a saída da filha vestibulanda. Nara Cristina Dotto Alves ouve música no celular e um livro repousa em seu colo. “Ajudam a passar o tempo mais rápido e eu fico mais tranquila”, explica. Mãe e filha saíram cedo do centro da cidade, preparadas para enfrentar congestionamentos e ônibus lotado e chegaram com uma hora de antecedência na UFSM. A filha, Giana Dotto Alves (22), também concorre a uma vaga no curso de Educação Física e a mãe está tranquila.

Mas Nara é uma exceção entre os acompanhantes dos vestibulandos. O casal Ilvane Rodrigues Giacomini e Gilberto Giacomini, vieram de Formigueiro para apoiar a filha Gabriele (17), que tenta uma vaga no curso de Fisioterapia. Esperam embaixo de umas árvores, que protege dos pingos esparsos de chuva, e agradecem aos céus a mudança de clima. “Ontem fazia um calor insuportável, graças a Deus que hoje choveu e refrescou um pouco”, fala Gilberto. A proteção logo chama a atenção de outros pais e aos poucos uma roda de conversa vai se formando. Ademar Tadielo, de São Francisco de Assis, afirma que conversar é a melhor maneira de fazer o tempo passar mais rápido e espantar a preocupação. “Parece que os pais ficam mais nervosos do que os filhos, porque temos que ficar esperando do lado de fora por horas. Mas a gente tenta não transparecer tanto”. Seu filho, Rafael Tadielo (17) concorre a uma vaga no curso de Agronomia, assim como a Karine Costa da Silva (18), filha de Rosania Costa da Silva. “Aconselhei a minha filha a fazer bastante barulho abrindo os doces que ela comprou, para atrapalhar os concorrentes”, brinca a mãe.

Dividindo o mesmo banco, está também Devanira Ferreira dos Santos, mãe de Lady Laura Santos da Silva (17). Conversando com as mais novas amigas, ela conta que está cansada e ansiosa. Mãe e filha saíram de casa às seis horas da manhã, do município de Jari. Quase não dormiram durante a noite devido à ansiedade e enfrentaram toda a viagem até Santa Maria de ônibus. A filha de Devanira também concorre a uma vaga para Fisioterapia, por cotas para escola pública e nunca fez cursinho – aumentando ainda mais a preocupação da mãe, devido à grande concorrência e à preparação dos outros candidatos. As mães das duas vestibulandas de Fisioterapia torcem para que as filhas sejam colegas de faculdade no próximo ano.

As distâncias e dificuldades que os pais enfrentam para apoiar os filhos na hora da prova são fundamentais para que os vestibulandos mantenham a tranquilidade e façam as provas com calma e confiança. E os acompanhantes, do lado de fora, vão dividindo histórias e angústias, vão se conhecendo, a ansiedade diminuindo e o tempo passando. Logo saem os primeiros candidatos dos prédios e a roda de novos amigos diminui. Amanhã, esperam encontrar-se novamente e no último dia do Vestibular também. Mas esperam, acima de tudo, que os seus filhos e filhas se encontrem pelas salas de aula, pelos corredores ou pelo campus dessa Universidade no próximo ano.

Fotos: Camila Marchesan Cargnelutti e Luciele Oliveira – Acadêmica de Jornalismo.

Repórter: Camila Marchesan Cargnelutti – Acadêmica de Jornalismo.

Edição: Lucas Durr Missau.

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