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Cepe discute criação do Bacharelado Interdisciplinar



Considerada pela reitoria uma solução possível para resgatar alunos evadidos da universidade e para reduzir o número de vagas ociosas em diversos cursos, a criação do Bacharelado Interdisciplinar volta à pauta do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) nesta sexta-feira (18).

O assunto foi alvo de debate na reunião anterior, quando foram apresentados pareceres sobre a resolução para a implantação do curso encaminhado pela Pró-Reitoria de Graduação e o projeto pedagógico encaminhado pela Unidade Descentralizada de Silveira Martins (UDESSM), que pretende criar o Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Humanidades com ênfase em Gestão Sustentável. Ambos os projetos não chegaram a ser votados na ocasião devido a pedido de vista da bancada estudantil, que alegou a necessidade de mais esclarecimentos.

A proposta de criação do Bacharelado Interdisciplinar faz parte do projeto institucional "Retomada, Aceleração e Conclusão de Estudos", que visa enfrentar o problema da evasão na UFSM — que gira em torno de 5% a 9% ao ano —, e ocupar vagas ociosas — cerca de mil por semestre em cada um dos centros apurados pela Reitoria para integrar o projeto (Centro de Ciências Rurais, Centro de Ciências Sociais e Humanas, Centro de Tecnologia e Centro de Ciências Naturais e Exatas).

A ideia é proporcionar a alunos que cursaram pelo menos 50% da carga horária de qualquer curso superior a possibilidade de retomar os estudos e concluir a graduação em até dois anos, com um currículo flexível e personalizado. O ingresso deve ocorrer por meio de edital próprio, e ao final os alunos recebem o título de “Bacharel Interdisciplinar”, podendo, por exemplo, disputar vagas em concursos públicos de Nível Superior sem atribuição profissional específica.

— A trajetória acadêmica será definida por cada aluno em conjunto com a coordenação do curso, de modo que um estudante pode se formar cursando disciplinas distintas de outro, mas ao final receberão o mesmo diploma — explica o pró-reitor de Graduação, Orlando Fonseca, que defende o projeto inspirado no Processo de Bolonha, pacto formalizado entre países europeus para criar um sistema de graduação acadêmica comparável e compatível, organizado em ciclos de estudo e baseado em créditos.

A bancada dos estudantes no Cepe, no entanto, deve sugerir mudanças nos projetos na próxima sessão plenária e critica o tipo de formação que irá resultar no chamado diploma generalista.

— É uma formação muito vaga — afirma Bruna Surdi, estudante do quinto semestre do curso de Serviço Social e integrante do Cepe. — Se esse curso vai servir para quem busca fazer concursos públicos, então temos que pensar bem no tipo de profissionais que queremos trabalhando dentro das instituições públicas — diz ela.

A estudante também critica a falta de dados sobre os motivos que levam à evasão e questiona a interdisciplinaridade defendida como ponto forte do curso.

— A interdisciplinaridade não pode ser criada a partir dos próprios estudantes cursando disciplinas avulsas que não necessariamente ‘conversam’ entre si. Ela acontece quando estudantes e professores trabalham dentro dessa lógica. Além disso, a proposta não trabalha no cerne da questão da evasão, porque não sabemos o porquê dos alunos estarem evadindo. A evasão vai continuar existindo e não sabemos se estudantes que abandonaram a Universidade uma vez terão interesse nesse bacharelado — completa Bruna.

Para o reitor, o projeto é importante especialmente para resgatar a autoestima de pessoas que por diferentes motivos não conseguiram concluir o Ensino Superior, e para trazer de volta à Universidade talentos com experiência que poderão contribuir com conhecimento para projetos de extensão como a Incubadora Social. Além disso, garantiria um melhor aproveitamento de recursos públicos que são desperdiçados com vagas desocupadas e com graduações inconclusas.

— Se não experimentarmos esse modelo não teremos como saber todas as respostas. Todas as disciplinas oferecidas pela UFSM têm qualidade e podem contribuir com a formação dos estudantes. No fim, o mundo do trabalho é que vai fazer a seleção dos profissionais, como ocorre para os formados em qualquer outro curso, e dizer se esses profissionais serão bons ou não — completa o reitor.

 


Reportagem: Bianca Ribeiro

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