Na quarta-feira
(21), Richard Rasmussen, reconhecido em todo o país por sua interação com
animais selvagens, esteve na UFSM para a palestra ”Efeito Dominó no Planeta”, que aconteceu no Audimax, no prédio
16.
O biólogo iniciou
sua carreira na TV em 2004, no Canal Futura. Depois do Canal Futura e de uma
passagem de quatro anos pela Record, em 2009 foi contratado pelo SBT, onde
apresentou o programa ”Aventura
Selvagem” até abril deste ano. Em 2013, estreou o programa ”Mundo
Selvagem de Richard Rasmussen”, uma série de nove episódios no Canal National
Geographic.
Richard Rasmussen
fala sério quando o assunto é a questão ambiental, mas isso não o impede de fazer
brincadeiras com os alunos para descontrair. Mas, para quem esperava uma
palestra somente sobre meio ambiente, se surpreendeu com a variedade de temas
que Rasmussen debateu com os alunos e professores presentes. Na palestra, que
fluiu como uma conversa, foram discutidos temas como conservação, energia,
biodiversidade, superpopulação, política, legislação, sócio econômico,
científico e educação.
Como
apresentador, Richard discutiu as dificuldades de exercer a profissão de
biólogo na televisão por ter que competir com programas de entretenimento, pois
na opinião dele, para muitas empresas, o que vale é a audiência e os ganhos com
comerciais, e acaba sendo difícil ser verdadeiro nos meios de comunicação por
conta da demanda. Nos programas que apresenta, Rasmussen diz ter um grande
comprometimento com o que faz, onde biólogos conferem todo o fundamento
científico do programa, pois há pessoas assistindo e acreditando em seus
argumentos.
Para Rasmussen, o
que nos diferencia, hoje em dia, é a velocidade de informação, o que causa uma
alteração no mundo e faz com que o poder já não esteja tão concentrado. Com
essa facilidade que temos de obter informação, precisamos buscar entender as
verdadeiras causas das mudanças no planeta, pois ninguém sabe ao certo onde se
separa a ação do homem da ”ação” do planeta. Para termos um maior
entendimento, é importante que todos tenham mais conhecimento da biologia, da
fauna e flora de nosso país e região e também da legislação.
O biólogo e
apresentador ressaltou a importância da prática, da vivência e das viagens para
a formação do biólogo, pois, foi com essa prática e vivência com os animais que
ele aprendeu grande parte dos conhecimentos que busca passar em seus programas,
onde tenta mostrar através da interação com os animais, principalmente os
selvagens, que eles não são os monstros que as pessoas pensam que são, e que
”precisamos lembrar que não temos o direito de classificar a importância dos
animais”.
Criado em uma
chácara em São Roque, interior de São Paulo, e influenciado pelo avô
materno, com quem aventurou-se em
expedições pela Amazônia e pelo Pantanal, Richard Rasmussen, durante a
infância, passava a maior parte do tempo em meio à mata e aos animais. Sua
primeira formação foi em Ciências Contábeis pela Universidade de São Paulo
(USP), mas durante os dez anos que trabalhou como auditor na empresa do pai, se
dedicava à construção de um criadouro conservacionista que abrigou diversos
animais que vinham dos mais diferentes locais, como da polícia ambiental, do
comércio ilegal e de resgate de fauna. Motivado pelo apreço à natureza,
abandonou a carreira burocrática e foi cursar Biologia na Universidade
Ibirapuera, onde se formou aos 38 anos.
O biólogo e
apresentador finalizou a palestra falando sobre as experiências que obteve nas
gravações do programa ”Mundo Selvagem” e a renovação do contrato com a
National Geographic para desenvolver a temática de extinção. A ideia é começar
com a África e depois voltar para a América do Sul, mostrando culturas e
animais que estão desaparecendo em todo o planeta. Serão nove programas em cada
continente. Rasmussen vai passar por oito países da África subsaariana, abaixo
do Deserto do Saara. O programa vai ao ar em agosto deste ano.
No final da
palestra, abriu para perguntas e fotos.