O terceiro dia do 2° Seminário Internacional de Bioética e Saúde Pública trouxe grandes reflexões de profissionais da área. A programação desta sexta-feira (6) incluiu três conferências pela parte da manhã. As palestras foram ministradas pela professora Lydia Feito e pelo professor Miguel Sanches Gonzáles- ambos da Universidade Complutense de Madrid, e pela professora Letícia Martel da PUC/RJ.
A primeira conferência da tarde Sofrimento Moral foi ministrada pelo professor Franco Carnevale, formado pela Universidade McGill de Montreal, no Canadá. O público pode acompanhar a palestra com ajuda de tradução simultânea através de fones de ouvido. Carnevale apresentou um panorama sobre os principais desafios éticos frente a certas situações do cotidiano profissional, reconhecendo os profissionais da saúde como agentes morais. Ressaltou ainda a diferença entre a coragem física e a coragem moral que necessitam ser aprimoradas para enfrentar os desafios morais da clínica médica. Em seguida, foram listadas algumas soluções para diminuir o desequilíbrio psicológico e gerenciar os valores pessoais com ações necessárias para os padrões profissionais. O palestrante concluiu enfatizando a importância de se promover a interdisciplinaridade e a comunicação entre as partes envolvidas em questões Bioéticas.
A tarde prosseguiu com a mesa redonda Cuidados Paliativos com a participação da professora Maria Enriqueta Luce Krus, formada pela UFRGS, e a Doutoranda Stefanie Griebeler Oliveira. O objetivo foi abordar a morte como um processo cultural e socialtrazendo conhecimentos sobre os cuidados paliativos que visam minimizar o sofrimento emocional e espiritual tanto do paciente como das famílias. Em uma de suas falas, Maria enfatizou que esse processo requer interferência direta na vida alheia e, portanto, ética, confiança e responsabilidade. Destacaram-se ainda, questões sobre desafios e benefícios dos cuidados paliativos em domicilio e sobre a ética diante da possibilidade de escolhas terapêuticas.
A última conferência do dia Educação e bioética: arte e cinema foi ministrada pelo professor Tomás Domingo Moratalla, da Universidad Complutense de Madrid. Moratalla iniciou sua conversa de cunho filosófico e cultura, afirmando que a Biótica é uma área complexa, de saber incerto e que necessita perpassar a simples diferença entre ideias e crenças. Segundo ele, o ensino da Bioética deve se fundamentar em práticas e ampliar a experiência. A anexação de filmes ao plano de ensino, nesse caso, poderia potencializar o trabalho e ampliar a forma transmitir conhecimento. “O cinema pode ser um objeto fundamental para nos formamos e pensarmos em Ética e Bioética”, destacou Moratalla.
Ao final da tarde, deu-se continuidade às apresentações dos trabalhos em pôsters e dos trabalhos orais. Depois de passarem por uma seleção, cerca de 400 trabalhos foram escolhidos e nesta sexta-feira (6), Andressa Baccin, pôde expor seu trabalho em forma de pôster. Camila, que cursa o 8° semestre do curso de Serviço Social, se refere ao Seminário de Bioética como uma oportunidade e uma experiência enriquecedora. Diz ainda, ser muito gratificante poder expor seu trabalho em um evento desse porte: “A Bioética é interdisciplinar e envolve também o meu cenário de estudo.”.