Na manhã
da última quarta-feira (11), o auditório Gulerpe do Hospital Universitário de
Santa Maria (Husm) foi palco do “1º Encontro Regional sobre Promoção da Vida e
Prevenção do Suicídio”. Participaram do evento, acadêmicos e profissionais da
área da saúde das cidades de Santa Maria, Agudo, Jaguari, Pinhal Grande e Mata.
A
psiquiatra Martha Helena Oliveira Noal foi convidada para explanar sobre o assunto
central da conferência: o suicídio. Foram abordados dados referentes ao
contexto histórico, às diferentes intencionalidades e à letalidade dos atos. O
suicídio foi descrito como um problema de toda a sociedade, mas a natureza
multidimensional deste fenômeno necessita principalmente da atenção dos
profissionais da saúde. Trata-se de uma
questão complexa que envolve fatores biológicos, psicológicos e psicossociais.
Segundo
ela, o comportamento suicida geralmente está atrelado a transtornos mentais, de
humor e personalidade, e ao uso de substâncias tóxicas ao organismo.
Atualmente, esses problemas vêm se agravando com a interferência das redes
sociais na vida dos indivíduos, principalmente jovens. Trazendo alguns
exemplos, a palestrante explicou que os posts no Twitter e no Facebook são as
novas cartas de suicídio. “Quem estiver com sintomas psicóticos e depressivos
precisa ser levado a procurar ajuda especializada o quanto antes possível.”
alerta Martha.
Frente a isso, é necessário que os profissionais da saúde se capacitem, conheçam os
fatores de risco e ofereçam abordagens terapêuticas adequadas. Cabe a eles a
tarefa de intervenção protetiva aos sobreviventes e o constante desafio pela
redução do estigma de transtornos psiquiátricos.
Em
seguida, a professora Vera Mercado, da rede estadual de ensino, e a médica Adriane Carvalho Coelho, do
setor de Endocrinologia, propuseram ao público presente uma prática de relaxamento. Técnicas de meditação foram sugeridas para que os
profissionais da saúde comecem a pensar novas pedagogias e novas abordagens de
estudo para Medicina e Educação. As palestrantes reforçaram ainda a ideia sobre
a valorização da vida.
Uma das organizadoras do evento, a enfermeira Vergínia Rossato explica que a
iniciativa surgiu devido às demasiadas notificações e as altas taxas de
violência física, psicológica e sexual que dão entrada no Husm, que acabam
desencadeando muitas tentativas de suicídio. Por ser o Rio Grande do Sul o estado com maior índice de suicídios no país, a proposta do evento foi trazer novos
esclarecimentos e problematizações. Segundo Vergínia, o assunto é muito amplo e
delicado, e por isso precisa ser bem discutido. “A comissão pretende realizar
novas edições de agora em diante.”