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​Espaço urbano e preservação da história



Caminhantes passando pela Vila Belga (Foto: Maria Hoff)

“Lugares do abandono” foi o tema escolhido para
conduzir a 3ª Caminhada Urbana, organizada por alunos e professores do curso de
Arquitetura e Urbanismo da UFSM. Cerca de 50 participantes percorreram ruas
periféricas ao centro de Santa Maria à procura de locais que se encontram ou
encontravam em estado de abandono.

A primeira atividade da caminhada, realizada no dia 22 de
agosto, ocorreu no café localizado no prédio do supermercado Carrefour. O
espaço, que antigamente abrigava a capela da Escola de Artes e Ofícios e
encontrava-se abandonado há muito tempo, hoje recebe um novo uso, respeitando
seu patrimônio e importância histórica. No local, os participantes assistiram a
um documentário sobre a antiga Avenida Progresso, atual Rio Branco.

A segunda parada foi na antiga fábrica de café e sabão,
localizada na esquina das ruas José do Patrocínio e Ernesto Becker. A
edificação, construída no auge do desenvolvimento ferroviário de Santa Maria,
possui tombamento de fachada e volumetria, porém, encontra-se em estado de abandono há
vários anos.

Antiga fábrica de café e sabão, na esquina das ruas Ernesto Becker com José do Patrocínio (Foto: Natália Ferreira)

A caminhada rumou para a ponte seca que passa pelos trilhos
da ferrovia, próxima à Gare da Estação e, em seguida, para a Vila Belga. Esta
abriga um conjunto de casas construídas no início do século 20 para os
trabalhadores ferroviários e suas famílias. Ali puderam ser observados
diferentes estados de conservação e utilização das residências, que possuem
tombamento histórico. A Vila Belga, atualmente, é cenário de diversas intervenções
artísticas e culturais, como briques e shows de bandas locais. “Estes são bons
exemplos de apropriação do espaço urbano que trazem renovada vitalidade ao
ambiente”, comenta a coordenadora do projeto Caminhadas Urbanas e professora da
UFSM Josicler Alberton.

O antigo casario localizado nas esquinas das ruas Ernesto
Becker e Floriano Peixoto também foi visitado. O local, que possui grande
importância para a história da cidade, encontra-se em estado de ruína. A parada
seguinte foi na edificação localizada na esquina das ruas Vale Machado e Otávio
Binato. Esta, que outrora pertenceu à Sociedade Italiana de Mútuo Socorro de Santa Maria e abrigou
o Palácio Episcopal e o Pensionato Santa Terezinha, teve seu estilo original
neoclássico descaracterizado após passar por diversos proprietários e
modificações. Atualmente, está em status de reforma e tem suas características
sendo alteradas mais uma vez.

A caminhada se encerrou no interior do Edifício Cauduro,
localizado na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Venâncio Aires. O prédio,
construído em 1941, abriga salas comerciais em seu andar térreo, mas o restante
de seus pavimentos está vazio há mais de 20 anos. O edifício tem sua estrutura
conservada, mas o quadro de abandono parcial levou à degradação de alguns
elementos. A visitação do mesmo só foi possível com autorização prévia, visto
que é propriedade privada.

Detalhe do casario na Floriano Peixoto, esquina com Ernesto Becker (Foto: Maria Hoff)

Para os organizadores, é latente a falta de diálogo entre
comunidade e órgãos públicos responsáveis pelas ações de preservação. Isso faz
com que inúmeros ambientes não sejam devidamente apropriados e explorados no
que diz respeito às suas potencialidades arquitetônicas, urbanísticas e
paisagísticas. Neste contexto, ações como as caminhadas urbanas “se tornam
necessárias para que os usuários reconheçam as potencialidades do espaço
urbano, de forma que se sintam parte integrante, dependente e agente
transformador do mesmo”, segundo Josicler.

O projeto conta com apoiadores e voluntários ligados
às artes, à música, ao design, e também com acadêmicos e professores de
Arquitetura e Urbanismo de outras universidades da cidade. Eles contribuem com
intervenções e/ou apresentações durante a realização da caminhada. Ao final de
cada edição são realizados debates, indagações e conversas com os participantes
acerca do que foi visto, no intuito de promover a conscientização de que o
patrimônio edificado e os espaços públicos são pertencentes a toda comunidade.

Texto: Andressa Motter, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias

Fotos: Natália Ferreira e Maria Hoff, acadêmicas de Arquitetura e Urbanismo

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