A partir deste mês de setembro, o Núcleo de Estudos
e Saúde (Nesefis) do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) está
realizando uma pesquisa com idosos em
três bairros de Santa Maria. A pesquisa objetiva verificar o nível de atividade
física de pessoas acima de 60 anos, as barreiras que encontram na hora da
prática da atividade física e também saber a visão que têm sobre o bairro onde
vivem.
A equipe que está trabalhando nesse
projeto é composta pela professora orientadora Daniela Lopes dos Santos,
quatro alunos do mestrado, sendo três em Gerontologia (Temistocles Vicente
Barros, Patrícia Fagundes e Bárbara da Silva) e um
da Silveira Dornelles). A graduação também está representada pelos dois alunos
de Educação Física Kimberlee Batú e Leonardo Backes. Além dos estudantes da
UFSM, o grupo conta com o professor mestre
Giacomini, egresso da universidade.
O projeto começou depois que a
orientadora Daniela voltou do pós-doutorado nos Estados Unidos, onde trabalhou
com a população idosa local. Ao retornar ao Brasil, em agosto de 2014,
apresentou a ideia para Temistocles, que estava no início do mestrado e
resolveu abraçar a causa. A expectativa do trabalho é que depois de analisados
e prontos, os dados sejam levados à Prefeitura para que se realizem melhorias
em benefício dos idosos.
Antes do grupo começar as coletas,
foi feita uma estratificação do município de Santa Maria, levando em
consideração dois critérios: a renda média total do bairro e a quantidade de
idosos por bairro, através do banco de dados do IBGE de 2010. Assim, três
bairros foram selecionados: Nova Santa Marta (zona leste), São José (zona
oeste) e Nossa Senhora de Lourdes (centro-oeste). Na sequência, foi feito o
cálculo amostral, considerando a população total de idosos de Santa Maria
(aproximadamente 33 mil). A partir desse dado, o grupo vai coletar os dados
entre 150 e 220 idosos ao todo.
Os
instrumentos usados na pesquisa são basicamente questionários de fácil
entendimento, todos com validade científica e/ou clínica, para verificar, por
exemplo, o quanto de atividade física o idoso prática no cotidiano, as
barreiras individuais à prática da atividade física, a percepção do idoso
quanto ao ambiente onde ele mora, hábitos
alimentares, IMC, pressão arterial, entre outras informações.
Idosos são convidados para participar da pesquisa
Para executar essa coleta de dados,
o grupo criou um manual de aplicação dos
instrumentos que estão sendo usados no trabalho, para normatizar a aplicação e
deixá-la o mais padronizada possível, com o mínimo de diferença entre uma
entrevista e outra. A
pesquisa é de base domiciliar. “Nós, pesquisadores, vamos em duplas e batemos
de porta em porta nas principais ruas dos bairros selecionados, identificamos a
presença de pessoas idosas, explicamos as características da pesquisa e os
convidamos para participar”, afirma Barros.
O término das coletas está previsto
para o final de outubro, resultando em torno de três semanas de coleta em cada
bairro. Depois desta fase, haverá a parte de análises e discussão dos dados
coletados. O grupo acredita que entre maio e julho do próximo ano já terá tudo
pronto para que possa ser publicado.
Segundo Barros, a ideia principal é
conhecer o que dificulta a prática da atividade física, e a partir disto,
pensar em estratégias de intervenções e políticas públicas de promoção de
saúde. Criar ambientes que promovam saúde, com facilitadores e com o mínimo de
barreiras é o ponto central. Ajudando a construir a ideia de uma “Cidade amiga
do idoso”, assim como indica o manual da Organização Mundial da Saúde, o grupo
pretende levar para a Prefeitura, para que os gestores municipais conheçam a
realidade dessas pessoas e vejam o que pode ser feito.
Para Barros, a importância do trabalho está no fato de
que a quantidade de idosos tem aumentado e vai aumentar consideravelmente nos
próximos anos. “Estudos como o nosso, que buscam entender, na dinâmica do
envelhecimento populacional, fatores que podem melhorar a vida dessas pessoas,
têm grande valia. De certa forma, apontar onde podemos intervir para
proporcionar melhor saúde e qualidade de vida para a população idosa”,
ressalta.
Sábrina Cáceres, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de
Notícias
Fotos: divulgação
