A UFSM conta com um
grande centro de análises químicas que já é referência nacional e até mesmo internacional.
O Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas (Larp), integrado ao
Departamento de Química do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE), vem há
15 anos desenvolvendo projetos e aplicando métodos de análises e perícias em
compostos como, por exemplo, alimentos contaminados por agrotóxicos e sua
disseminação no meio ambiente e na vida da população.
Atualmente, o Larp é
considerado referência em análise de agrotóxicos em produtos como
hortigranjeiros, água, leite e solo. Fato este que gerou o reconhecimento e parceria com o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) no último
ano.
De acordo com o
coordenador do laboratório, Renato Zanella, a recente parceria do laboratório
com o MP e também com o Inmetro (o laboratório tem sua capacidade técnica reconhecida pelo órgão) colaborou com a implantação de um novo sistema de
qualidade nos espaços de pesquisa. Diante disto, o professor Renato Zanella
ressalta a importância desta parceria para o avanço das pesquisas. “O Inmetro nos
cobra um novo padrão de qualidade. A ideia é ter recursos para manter esse
padrão”, afirma.
Com o novo sistema
operante no núcleo de pesquisas, as demandas tendem a aumentar. O atual termo
de cooperação técnica entre o Larp e o MP visa a novas parcerias institucionais
e ao desenvolvimento de estudos técnicos no laboratório. Com o aumento de
demandas, os grupos de pesquisa e extensão
ampliaram o foco das análises químicas e perícias de resíduos e pesticidas.
Internacionalização é destaque
Além de ser
referência nacional, o Larp também já tem um vasto histórico de participação
internacional em palestras e eventos. Neste ano, o professor já esteve no Chile
representando o Larp. Ainda em 2016, o laboratório irá representar a UFSM na
Alemanha, Polônia, Espanha e México.
Outro destaque é o
número de alunos estrangeiros que o laboratório angaria para o seu projeto. De
2015 até esse começo de ano, três alunos estrangeiros concluíram as suas
atividades no laboratório. Arnaud Touffet, pós-doutorando proveniente da
França, Victor Shikuku, aluno de doutorado advindo do Quênia, e Natália Muñoz,
aluna de mestrado em Química e proveniente da Colômbia, participaram do
processo de intercâmbio articulado pela UFSM com outras universidades. Atuando
pelo Grupo de Pesquisas
são parte importante do projeto, que busca disseminar e aprimorar suas técnicas
mundialmente.
Nesses 15 anos de
projeto, conforme Zanella, o grupo buscou sempre fomentar a internacionalização
científica, focalizando o contexto latino-americano referente a inovações na
área estudada. A participação de projetos de cooperação internacional tem
resultado em novos olhares por parte dos membros da pesquisa. Durante a última
conferência no Chile em que o Larp compareceu e foi representado pelo professor
Renato Zanella, a certeza era apenas uma: “Em comparação com a Europa, estamos
no mesmo nível”, comenta.
Presidente do Racal,
uma rede de análises que controla a qualidade ambiental na América Latina, o
professor também comenta sobre o pioneirismo do projeto no contexto nacional,
considerando o laboratório como “referência” nos estudos de análise de
agrotóxicos no Brasil. “Entre as universidades brasileiras, temos um nível de
estrutura exemplar”, ressalta.
Desde
2001 foram formados, por meio do projeto, mais de 100 alunos. No total, foram
45 mestres, 22 doutores, 4 pós-doutores e 42 alunos de iniciação científica. O
atual grupo de pesquisa do Larp é integrado por professores, doutorandos,
mestrandos e graduandos, resultando no total de 23 pessoas
espalhadas em núcleos de estudo.
Texto e fotos: Luis Fernando Filho, acadêmico de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias


