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​Projeto de extensão busca preservar o Cemitério Alemão



Parte do grupo envolvido com o projeto

Até o Século 19, em
muitas partes do Brasil, os velórios aconteciam nas residências dos falecidos.
Desde que os sepultamentos começaram a ocorrer em cemitérios, estes espaços
passaram a guardar um pouco da história dos lugares e das pessoas. Cemitérios
são muito mais do que locais de descanso para entes queridos: muitas vezes,
além das suas funções religiosas, se tornam locais turísticos e patrimônio histórico
e cultural.

É nesse sentido que o
projeto “Informação lapidar da parte antiga do Cemitério Ecumênico Municipal de
Santa Maria – O ‘Cemitério Alemão’ fase I” atua, buscando a restauração e
preservação de alguns dos monumentos do cemitério. O projeto é coordenado pela
professora do curso de Arquivologia da UFSM Fernanda Pedrazzi e conta com 12
participantes, entre alunos do curso e alguns externos à Universidade.

O grupo vem atuando
desde 2015 e, neste mês de junho, completa um ano de atuação, tempo que demarca
o término da primeira fase. Nesta fase, houve a execução do projeto, e a
primeira missão foi registrar com dados e fotos a parte mais antiga do
cemitério, chamada de Cemitério Alemão.

O interesse é em túmulos
de pessoas falecidas antes de 1950. “Projetamos 1950 como um marco porque
praticamente dá 100 anos de existência do cemitério, que foi criado em meados
de 1860, e teríamos como demarcação a metade do Século 20. Os falecidos após o
início de 1950 já não entram na nossa pesquisa”, comenta Fernanda.

O Cemitério Ecumênico
Municipal de Santa Maria foi criado atendendo a uma demanda de imigrantes
alemães, que traziam suas crenças na religião evangélica luterana e, por uma questão
de crença e identificação, não podiam ser enterrados no espaço católico.

Por isso, no Cemitério
Ecumênico existe um grande número de lápides escritas em língua alemã. “A
lápide escrita em alemão denota não só a procedência, mas o quanto era importante
para eles a expressão da morte na língua original deles”, comenta a professora.

Um dos túmulos anteriores a 1950

Parceria com a
Prefeitura

Segundo Fernanda, logo
que o projeto foi iniciado, ainda não era de conhecimento do grupo o interesse
da prefeitura de Santa Maria na preservação da parte mais antiga do cemitério.
O grupo informou sobre a realização do projeto, no entanto, não obteve
respostas da Prefeitura.

Porém, este ano a
Prefeitura entrou em contato com Fernanda para uma parceria, principalmente
pela vontade de terceirização do cemitério. Esta mudança irá requerer um
planejamento de quais partes serão restauradas e quais serão mantidas, e é neste
aspecto que o grupo de pesquisa auxiliará a Prefeitura.

O objetivo é lançar um material impresso, ou até mesmo online, para registro das informações
levantadas pelo grupo. Além disso, também será passada uma lista de aproximadamente
30 túmulos que o grupo considera importante que sejam preservados.

“A publicação deste
material vai servir de fonte para outras pessoas que pesquisam a história de
Santa Maria, porque vai ter dados genealógicos, dados das pessoas, localização.
Achamos que o uso deste nosso trabalho excede a própria criatividade do grupo,
porque pode ser um uso histórico futuramente, do ponto de vista da ornamentação,
pode ser a respeito do uso de materiais, pode ser um uso das fotografias dos
túmulos, que é um outro elemento informacional importante que observamos”,
comenta Fernanda.

Na véspera do Dia de
Finados no ano passado, o grupo foi ao cemitério fazer uma intervenção. “Nós
limpamos um túmulo que tinha lugar de destaque, e também o escolhemos devido a
sua beleza. A limpeza deve ser regular. Agora, por exemplo, o túmulo que
limpamos provavelmente já está sujo e cheio de folhas novamente”, afirma a
professora.

Nesse sentido, Fernanda
chama atenção para o estado de conservação do cemitério. Com a terceirização, espera-se
que passe a ser melhor cuidado e também que sejam preservadas as partes de relevância
histórica.

“Os cemitérios são tão
importantes porque eles mantêm coisas que nenhum outro lugar mais tem. O que a
gente fez é muito amplo e futuramente nós gostaríamos que todos esses túmulos
não fossem demolidos”, finaliza a professora.

Taísa Medeiros, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias

Edição: Ricardo Bonfanti

Fotos: Arquivo pessoal

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