Plano Nacional de Educação, Base Nacional Curricular e Escola sem Partido são projetos que têm movimentado as discussões sobre a educação no Brasil nos últimos três anos. Todos propõem a modificação de um modelo escolar que supostamente não funciona mais.
Entretanto, para a presidente da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM), Regina Célia Grando, não adianta esperar que uma modificação no ensino brasileiro gere resultados imediatos, como a reversão do baixo desempenho dos estudantes em exames nacionais, como a Prova Brasil e a Avaliação Nacional da Educação Básica.
“O que mudamos hoje na educação só aparecerá em dez anos”, defende a doutora em educação pela Universidade de Campinas (Unicamp) e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Regina Grando é especialista em uma área considerada uma das mais problemáticas no ensino brasileiro — um estudo da ONG Todos pela Educação mostrou, em 2015, que apenas 3% dos alunos formados no Ensino Médio brasileiro dominam a disciplina. Para a professora, um dos problemas ainda é a formação do professor, que desvincula a matemática pura da prática pedagógica.
“O que temos é problema de ensino de matemática, não de aprendizagem. Eu acho que, às vezes, não é está claro para o professor determinado conteúdo, e aí ele vai trabalhar de uma maneira que não ajuda o aluno a avançar, a pensar”, afirma.
A especialista participou na manhã desta quinta-feira (4) da mesa-redonda “Ensino Aprendizagem de Matemática na Educação Básica”, que integra a programação da 5ª Escola de Inverno de Educação Matemática. O evento, promovido pelos Centros de Educação (CE) e Ciências Naturais e Exatas (CCNE), continua até esta sexta-feira (5), com palestras e minicursos. Mais informações no site do evento.
Confira entrevista concedida por Regina ao Núcleo de Comunicação Institucional do CE, na qual ela apresenta um panorama sobre a educação matemática no Brasil.
Com informações e foto do Núcleo de Comunicação Institucional do CE
