Prestes a completar sete anos de existência, a Usina Piloto
do Colégio Politécnico da UFSM, utilizada para reaproveitar óleo e
transformá-lo em biodiesel, teve seu contrato de parceria com a Receita Federal renovado pelo Conselho Universitário no mês de julho por mais cinco
anos. A parceria existe desde maio de 2010 e o acordo envolve a doação, por
parte da Receita, de bebidas destiladas apreendidas e descartadas por ela, além
da doação de um carro para o suporte e divulgação das atividades da
usina.
O coordenador da usina, professor Cícero Nogueira, ressalta a
importância da renovação do contrato para a usina, a Receita Federal e o meio
ambiente. “Este
projeto tem um caráter ambiental de descarte correto de bebidas apreendidas
pela Receita Federal. Ao mesmo tempo, é matéria prima para redestilação na
usina, o que viabiliza a operação o ano todo”,
explica.
A usina piloto foi criada em 2009, quando um grupo da UFSM,
através do Ministério do Desenvolvimento Agrário, teve o projeto para o seu
funcionamento aprovado. Porém, os estudos para a sua implantação são anteriores
a sua existência: em 2007 já havia sido iniciado um estudo sobre as
características resistência da cana-de-açúcar à geada do sul do Brasil. Em
2011, a usina foi reestruturada pelo projeto “RS Mais Etanol”, do governo
estadual.
A usina utiliza-se do óleo e da gordura descartada por
restaurantes, lanchonetes e residências particulares. Destes produtos são
produzidos o biodiesel – combustível renovável e menos poluente – e a
glicerina. Ambos possuem alto valor de mercado.
Cerca de 90 a 100 litros são
recebidos mensalmente pelo Colégio Politécnico. Cerca de 200 litros de etanol
são produzidos diariamente na usina, que são utilizados para abastecer dois
veículos da própria usina e dois do Politécnico. O restante é usado
para estudo nos laboratórios. Já a produção de biodiesel ainda não está totalmente
implementada e até agora não atingiu a sua capacidade plena de produção, que está
estimada em cerca de 400 litros por semana.
Há o interesse de ampliar a quantidade de óleo recebida da
comunidade santa-mariense para poder abastecer os veículos que fazem o transporte
interno na universidade. Para isso, a usina prepara a compra de uma unidade
semi-industrial de maior capacidade para coletar o óleo gerado pelos
Restaurantes Universitários e pelo Husm, que, juntos, geram cerca de 850 litros
por mês.
Cícero avalia que a usina tem cumprido seu papel, com várias pesquisas
já realizadas e publicadas, além da sua utilidade como usina escola, ao realizar
novos processos e estágios.
Qualquer pessoa pode doar, mas para quem não mora na UFSM é
necessário entregar o descarte diretamente no colégio.
Texto: Felipe Michalski, acadêmico de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti
Foto: Divulgação