“A
criança que você foi está feliz com o adulto que você se tornou?”
Essa é uma das 30 perguntas que fazem parte da tese da
doutoranda Ana Cláudia Barin. “Devir-criança e a potência da
memória infante: uma educação pela invenção” traz um processo de
experimentação criativo e inovador. São 60 garrafinhas que estão
sendo espalhadas por diferentes prédios da Universidade e contêm em
seu interior uma frase que desperta algum tipo de memória infantil
no leitor.
Ana
Cláudia é formada em Licenciatura em Artes Visuais e Bacharelado em
Desenho e Plástica. Fez mestrado em Educação em Arte e atualmente
faz doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) na UFSM. Em sua tese, orientada pela professora Marilda
Oliveira, estuda o processo de experimentação do que essas frases
podem vir a sugerir nas pessoas, trabalhando com o conceito de
fabulação e também com contos infantis. Segundo ela, as pessoas
frequentemente questionam se o trabalho é voltado à educação
infantil: “Não é só sobre a educação infantil. É sobre a
educação de uma forma geral, porque eu acredito que também nós,
num curso superior, podemos potencializar e beber nestas nossas
memórias da infância”, destaca.
A
doutoranda conta que a ideia começou a surgir com a questão da
deriva das garrafas no oceano. “Eu penso que, nessa questão de
estar à deriva, é como se fossem as garrafinhas do mar. Eu jogo uma
questão pra ver se, quem encontrar, vai se sentir à vontade para
responder ou não”. Ela ressalta que, embora a proposta seja
instigar as pessoas a abrirem as garrafas e contribuírem com a
pesquisa, só o exercício de lançar os frascos já é muito
potente.

A
iniciativa chamou a atenção da acadêmica de Artes Visuais –
Licenciatura Rejana Cadore, que quando ficou sabendo, começou a
prestar mais atenção em seu prédio. Ela encontrou um dos frascos
que foi deixado no Centro de Educação e conta com empolgação: “Eu
sabia do projeto, então já estava procurando.
Achei
a ideia muito interessante, porque a pergunta que estava dentro mexeu
muito comigo”. Rejana afirma que com certeza irá responder pelo
e-mail, pois foi algo que tornou seu dia mais alegre.
O
projeto começou a ser colocado em prática na última terça-feira
(9) e terminará dia 19 de maio. As garrafas estão sendo
lançadas em quatro centros: Centro de Educação (CE), Centro de
Artes e Letras (CAL), Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH) e
Centro de Tecnologia (CT). Entretanto, como esta questão da deriva
trabalha também com o olhar, para encontrá-las é necessário
um olhar atento aos detalhes e uma maior percepção do espaço ao
seu redor.
Para conhecer mais sobre o projeto e enviar respostas acesse a página do projeto no Facebook.
Texto e foto de capa: Melissa Konzen, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias da UFSM
Fotos na reportagem: Ana Cláudia Barin
Edição: João Ricardo Gazzaneo

