Na última quinta-feira (8), data em que se comemorou o Dia
Internacional da Mulher, o Programa de Educação Tutorial de Engenharia Elétrica
(PET-EE) da UFSM anunciou o projeto Sou Mulher e Posso, cujas atividades estão
previstas para começar
maio. O projeto consiste em levar conhecimentos básicos sobre
instalações elétricas residenciais para mulheres moradoras do bairro Nova Santa
Marta, um dos mais pobres de Santa Maria.
A mestranda Ana Justina Ziegler, acadêmica da Pós-Graduação
em Geografia da UFSM, foi quem sugeriu a ideia do projeto. Nele estão engajadas
todas as mulheres que fazem parte do PET-EE: Julia Madalóz, Gabriele Zimmer,
Caroline Santos, Fernanda Martins, Tainá Lersch, Letícia Fenalte e Laura
Ferreira.
Integrante do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Ana
Ziegler foca seus estudos em geografia de gênero. Ela conta que a ideia surgiu
a partir de seus estudos na Nova Santa Marta: “A ocupação já tem mais de 26
anos e lá moram mais de 6 mil famílias, e entre elas estão mães solteiras,
separadas ou que ainda estão com o marido mas são as chefes da família.
Conversando com algumas delas, surgiu a ideia de organizar oficinas, ensinando
essa parte mais básica da elétrica, como trocar chuveiros e instalar tomadas.
Entrei em contato com o PET-EE e pensamos em realizar na Escola Marista Santa
Marta, com 10 mulheres de cada vez, possibilitando que elas levem adiante a
ideia e os conhecimentos”.
O PET-EE já realizou outro projeto parecido, chamado Extensão Rural, que consistiu em aulas de eletricidade básica para moradores de
comunidades rurais. “Ele foi executado há dois anos e focou em pequenos
agricultores, priorizando principalmente a parte de segurança. Agora, estamos
mudando o alvo, passando esses conhecimentos especificamente para as mulheres
da Nova Santa Marta”, explicaram as estudantes do grupo.
As alunas do PET-EE ainda ressaltaram a motivação para
realizar essas atividades: “Nós não hesitamos em aceitar esse desafio. Até
porque, se nós temos o privilégio de ter uma mínima autonomia concedida pelos
conhecimentos que temos, o mínimo que podemos fazer é compartilhá-los com
mulheres de outros contextos sociais. Nosso objetivo vai ser mudar a relação
delas com suas próprias casas, fazendo com que elas se sintam mais capazes e
independentes”.
As atividades devem ser realizadas aos sábados, a cada duas
semanas, a partir do mês de maio. Inicialmente, participarão moradoras já
inscritas no projeto, havendo a possibilidade de mais vagas serem abertas no
decorrer das atividades.
Outras informações constam na página do PET-EE no Facebook.
Com informações do Núcleo
de Divulgação Institucional do Centro de Tecnologia