A Prefeitura de Santa Maria e o Governo do Estado confirmaram nesta quinta-feira (19), após o resultado de análises laboratoriais, o surto de toxoplasmose na cidade. Para falar sobre o assunto e esclarecer dúvidas, o médico infectologista Alexandre Schwarzbold, professor de Medicina na UFSM, integrante da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e chefe do Setor de Pesquisa e Inovação Tecnológica do HUSM concedeu entrevista à jornalista Carine Prevedello, veiculada no programa Bom Dia Universidade, da UniFM 107.9.
Segundo o infectologista, ainda não há confirmação oficial sobre a causa do surto. Para que se contraia a toxoplasmose, é necessária a ingestão do protozoário. Nos casos registrados na cidade, não há informação de que tenham se alimentado em um mesmo local, e não há relação social entre elas. Há também a questão geográfica, visto que o maior número de casos foi registrado nas regiões oeste e norte. Para o professor, é necessário fazer uma análise mais apurada da água, especialmente nesses locais, focando na busca pelo protozoário.
A toxoplasmose, em geral, é uma doença autolimitada, ou seja, tem uma evolução favorável mesmo sem tratamento específico. Alexandre alerta que, para a maioria dos casos, não é uma doença grave, e não há registro de mortes em função do surto em Santa Maria. Apesar disso, há três grupos específicos que devem ter atenção especial em função de possíveis complicações: gestantes, crianças menores de 2 anos e pessoas imunodeprimidas.
A orientação do infectologista é que, neste momento, a população dê preferência ao consumo de águas minerais engarrafadas, de poços artesianos próprios com aval sanitário, ou que se ferva a água da rede por no mínimo 10 minutos antes do consumo.
Na UFSM
Segundo o coordenador de Manutenção da Pró-Reitoria de Infraestrutura da UFSM, Rodrigo Santos, a maior parte da água consumida na Universidade em Santa Maria vem de poços artesianos próprios.
No campus sede, em Camobi, apenas o Hospital Universitário (HUSM) e a Farmácia Escola recebem água da Corsan. Os demais locais recebem água dos poços, que passam por análises periódicas de qualidade a cada seis meses, e está própria para o consumo.
Os prédios localizados no Centro de Santa Maria recebem água da rede da Corsan.
Confira o áudio da entrevista: