Uma comitiva da Embrapa Clima Temperado, com sede em Pelotas, visitou a UFSM nesta terça-feira (20) com o objetivo de formalizar uma parceria entre as instituições para o desenvolvimento conjunto de um aplicativo voltado à produção de arroz. A iniciativa visa unificar o software SimulArroz, desenvolvido na UFSM, com o programa GD Arroz, da Embrapa.
A atuação conjunta em pesquisas anteriores foi um dos motivos que levou a Embrapa Clima Temperado a buscar o estreitamento das relações com a Universidade, segundo o chefe-geral da instituição, o agrônomo e egresso da UFSM, Clenio Nalito Pillon. “Estamos buscando a complementaridade entre as competência, as estruturas e os recursos que temos na Universidade e na Embrapa. Nosso objetivo é construirmos uma grande plataforma de cooperação entre as instituições visando oferecer uma série de serviços inteligentes voltados para eficientização do sistema de produção na cadeia produtiva do arroz”, afirma Pillon.
O reitor da UFSM, professor Paulo Afonso Burmann, que recebeu em seu Gabinete as equipes da Embrapa e do SimulArroz, considera que a parceria entre as instituições representa uma racionalização de esforços no sentido de contribuir com a melhoria da produtividade do setor agrícola gaúcho. “Estamos desenhando uma nova parceria com a Embrapa, compartilhando nossas habilidades e competências. Além disso, estamos fortalecendo a relação entre o ensino, a pesquisa e a extensão, colocando, de fato, o conhecimento produzido à serviço dos produtores”, comemorou o reitor.
Burmann destacou a importância da construção de um termo de cooperação mais abrangente entre a Universidade e a Embrapa, visando o desenvolvimento de outros projetos, com maior inserção de estudantes de graduação e pós-graduação. O reitor também defendeu a articulação entre as instituições para a busca de apoio junto a órgãos de fomento, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), visando a abertura de um linha de financiamento específico para projetos voltados ao setor produtivo do arroz.
Para coordenador do projeto SimulArroz, professor Nereu Augusto Streck, a aproximação entre UFSM e Embrapa é um marco histórico para o agronegócio do Rio Grande do Sul, especialmente para o setor orizícola gaúcho, responsável pela produção de cerca de 70% do arroz consumido em todo o país. “Nós estamos fazendo essa articulação para entregar para a sociedade, para o produtor e para o extensionista um produto que tem validação científica e, principalmente, validação prática”, afirma Streck.
Sobre o aplicativo – O SimulArroz é um software baseado em um modelo matemático dinâmico que simula diversos processos ecofisiológicos da cultura do arroz. Já o GD Arroz baseia-se no cálculo de graus-dia para estimar a data de ocorrência dos principais estádios de desenvolvimento da planta de arroz, visando otimizar as práticas de manejo a serem executadas na lavoura. Streck explica que a ferramenta resultante da unificação dos softwares irá gerar um aplicativo que permitirá ao produtor um melhor planejamento da lavoura de arroz.
O integrante da Equipe SimulArroz, que conduz experimentos e pesquisas sobre o cultivo que vão gerar dados ao aplicativo, Michel da Rocha, destaca que a agricultura está em uma nova era, a “4.0 (digital)”. Ainda sobre o desenvolvimento do software, Rocha reforça que “precisamos retratar o que acontece no campo. Esse aplicativo será uma ferramenta validada cientificamente e que vai refletir uma informação de qualidade ao produtor auxiliando no manejo e elevando sua produtividade”, ressalta.
A previsão é de que a nova ferramenta seja apresentada aos produtores rurais durante a Expointer de 2019.
Texto: Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor