As experiências do município de Santiago na articulação de projetos de desenvolvimento econômico com a China, por meio da Câmara de Comércio de Desenvolvimento Internacional Brasil-China (CCDIBC), foram a pauta de um encontro realizado na noite desta quinta-feira (04), na Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec), da UFSM. A reunião contou com a presença do secretário de desenvolvimento econômico de Santiago, Sadi Gioda, o diretor de comunicações da CCDIBC, Daniel Castro, do reitor da UFSM, Paulo Burmann, o vice-reitor, Luciano Schuch, pró-reitores, pesquisadores e representantes de empresas incubadas pela Agittec.
Sadi Gioda relatou as experiências de Santiago na articulação de parcerias com investidores chineses. Entre outubro e novembro de 2018, uma comitiva de lideranças de Santiago esteve na China em uma missão empresarial. Na ocasião, os santiaguenses apresentaram oito projetos estratégicos para a construção de parcerias entre o município e organizações chinesas, promovendo a região como um novo centro dinâmico para investimentos. Para Gioda, a aproximação com os investidores chineses representa uma oportunidade de alavancar o desenvolvimento regional: “É um grande desafio para Santiago, assim como para Santa Maria e outros municípios do interior, a retenção de capital humano e o desenvolvimento de oportunidades de emprego. Através dessa relação com a China, nós esperamos abrir novos caminhos nessa busca contínua por empresas, indústrias e oportunidades em pequenas cidades do Rio Grande do Sul”.
Em seguida, Daniel Castro contextualizou o atual papel geopolítico da China no contexto mundial e seu crescente desenvolvimento tecnológico, indicando potencialidades de articulação econômica com o Brasil. Castro salientou as possibilidades de aproximação entre a Universidade e instituições chinesas. “A China busca parceria com universidades principalmente próximas de novos centros dinâmicos, como Santiago. Áreas em que possam ser criados novos centros industriais. A UFSM tem cursos estratégicos que são perfeitos para fazer parcerias com a China”, avaliou Castro. Ele apontou possibilidade de atuação da UFSM, principalmente, no desenvolvimento da cadeia tecnológica de industrialização de alimentos e no redesenho de energias renováveis.
Para o reitor, a partir da articulação iniciada pelo município de Santiago, um conjunto de oportunidades se apresenta para a Universidade, que podem ser aproveitadas para alcançar algumas das estratégias do projeto institucional de desenvolvimento econômico e social para a região. “A nossa discussão, envolvendo a Agittec e diferentes instâncias da universidade, gira em torno da definição de qual será a forma da nossa participação nesse processo. Como a Universidade se insere nesse projeto que Santiago e região estão criando. Como estender e envolver Santa Maria, a UFSM e seus campi nesse projeto”, afirmou o reitor.
De acordo com Burmann, está prevista uma missão institucional na China, em setembro, com foco em articulações junto a Universidades. A partir do encontro de ontem, a UFSM avalia integrar-se, também, em uma missão coordenada pela CCDIBC, em maio, com o objetivo de iniciar aproximações com setores do comércio e indústria chineses quem mantém projetos com Universidades.