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UFSM participa do 1º Congresso da Andifes e reflete sobre a educação na pandemia e o futuro das universidades federais



Aconteceu nesta quarta-feira (17) o 1º Congresso da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), evento que visa debater sobre a realidade e o futuro das universidades frente à pandemia com diferentes instituições federais. A UFSM participou do encontro através da webconferência “Educação e desenvolvimento regional: uma leitura sobre o momento nacional”, que contou com a participação do professor universitário Milton Seligman, egresso da UFSM e ex-ministro da Justiça, e de Cristovam Buarque, professor emérito e ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-ministro da Educação. A mediação ficou sob a responsabilidade do reitor da Universidade, Paulo Afonso Burmann.

Os convidados iniciaram suas falas ressaltando a importância da educação nos diversos campos da sociedade, colocando-a como peça-chave na resolução de diferentes problemas, como a corrupção, a violência e, principalmente, em situações como a que estamos vivendo. “É possível ter regras para impedir a corrupção. A violência urbana vem da pobreza, mas pode ter regras, portanto, educação para evitar a violência. É impossível falar sobre o rumo da economia no meio de uma pandemia, mas passa pela educação”, afirmou Cristovam Buarque.

Do ponto de vista de Milton Seligman, o Brasil tem baixo investimento em educação, mas possui condições para apresentar resultados melhores em comparação aos resultados que estamos tendo. “Temos grandes universidades, temos grandes pesquisadores, temos estruturas espalhadas por todo o país. Eu acredito que liderança, comunicação com a população e pessoas boas enfrentando problemas graves é o que o Brasil precisa. E essa resposta é uma resposta que tem que ser dada pela educação”, realçou Seligman.

Ambos os convidados apontaram a desigualdade como principal consequência da falta de educação na sociedade e afirmaram que, diante de uma pandemia, isso fica ainda mais visível. “O vírus mostra que não estamos no mesmo barco. Estamos no mesmo mar, sob enorme tempestade, mas com barcos diferentes. Nem todos podem fazer distanciamento social, nem todos temos computador com internet. Todo esse conjunto de dilemas nos mostra que, para que possamos enfrentar o desafio da pandemia e outros, o grande elemento é a educação”, destacou Seligman.

Os professores ressaltaram ainda que, além da educação, outros temas devem ser levados em consideração neste momento: a tecnologia e a ciência. Além disso, salientaram o papel da universidade na formação de novos professores capacitados. “Sem a educação o Brasil não vai dar o salto que precisa. Nos transformamos melhores com educação. A universidade tem que entrar nessa luta, lutando politicamente e convencendo o Brasil da sua importância”, apontou Buarque.

Público fez perguntas aos convidados

Logo após a apresentação e falas iniciais dos convidados, Burmann conduziu o evento por meio das perguntas do público. Assim, os convidados puderam fazer reflexões mais aprofundadas sobre o tema proposto. Dentre os pensamentos, uma análise de como a pandemia poderá transformar a educação de forma positiva. “Acredito que as áreas de pesquisas terão modificações, com maiores integrações”, disse Milton. “Creio que vamos mudar no sentido de mais contribuição internacional. Não tem dúvida que a contribuição mundial está sendo fundamental. O diálogo de onde um acerta e onde o outro erra. Uma maior internacionalização do debate
entre pesquisadores. Uma maior cooperação entre privadas e estatais e mais atividades realizadas a distância”, completou Buarque.

Tanto dentro das universidades como no país inteiro, a base de tudo é o diálogo, concordaram seguidamente os professores. Deve-se compreender o valor da negociação e da política. “Não tem como resolvermos os problemas do Brasil se não conversarmos, como estamos fazendo aqui. Passarmos a compreender a importância das opiniões divergentes, tentar entender como é possível criar pensamentos que possam avançar. A maneira que temos que enfrentar é falando baixo, sem grito, é negociando, conversando. Se não nos pusermos de acordo, isso não acontecerá”, realçou Seligman.

Buarque ainda refletiu sobre a autonomia das universidades federais e sua importância para haver uma maior independência em relação ao Estado e gerar mais conhecimentos, deixando o assunto como gancho para um debate futuro. “Devemos ser menos dependentes. Às vezes surge um governo que não vai dar o dinheiro que precisamos e queremos. Precisamos de outras fontes de recurso. Precisamos trabalhar para diminuir a dependência e escutar mais o mundo e a sociedade ao nosso redor”, destacou.

Burmann finalizou a webconferência agradecendo a percepção e reflexão dos professores acerca de assuntos que auxiliam a comunidade e as universidades federais. “A UFSM vai fazer um diálogo permanente e constante com todos os níveis socioeconômicos, com os movimentos sociais, com empresários, com a comunidade acadêmica, para que possamos oferecer respostas de geração de emprego, de renda e conhecimento para o desenvolvimento econômico. Temos potencial para isso, temos uma bela capacidade instalada e talentos extraordinários. Estamos fazendo um esforço gigante para fixar esses talentos na nossa região e, assim, realimentar o processo de formação”, destacou o reitor.

É possível rever a webconferência no Youtube da TV Campus.

Texto: Eloíze Moraes, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias da UFSM
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista da Agência de Notícias da UFSM

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