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Dissertação da UFSM ganha Prêmio Sober de Mestrado em Sociologia Rural



Juliana Almeida Costa, mestra em Extensão Rural pelo Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGExR) da UFSM, teve sua dissertação premiada pela Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober). Com o título “Mulheres rurais e plantas medicinais: saberes, socialidades e autonomia feminina”, a dissertação foi selecionada e premiada como a Melhor Dissertação de Mestrado em Sociologia Rural pela banca examinadora do 58º Congresso da Sober.

Orientada pelo professor Joel Orlando Bevilaqua Marin, a dissertação de Juliana aborda as relações estabelecidas entre as mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que são referências em suas comunidades, regiões ou para o próprio movimento social ao qual pertencem, e as plantas medicinais para a construção da autonomia e protagonismo feminino, “além de como essas mulheres, a partir da lógica do cuidado, que é uma prática imposta a nós, mulheres, pela sociedade patriarcal, conseguem ressignificar e construir processos de emancipação social”, explica.

A mestra em Extensão Rural conta que toda sua trajetória de trabalho com mulheres assentadas da Reforma Agrária envolveu as plantas medicinais. Antes de começar seu mestrado Juliana trabalhou 14 anos com famílias assentadas nos municípios de Jóia e Tupanciretã, através do programa de assessoria técnica, social e ambiental do Incra, entre os anos de 2003 e 2017.

Para realizar a pesquisa de campo, Juliana entrevistou seis mulheres, de diferentes regiões do Rio Grande do Sul, que foram referências para o setor de saúde do MST da sua comunidade e região. As pesquisas para sua tese começaram em agosto de 2018 e a defesa de seu trabalho foi em agosto de 2019. “Muitas das observações e percepções que constam na minha dissertação foram apreendidas em outras vivências, tanto nas vivências de trabalho quanto nas vivências que tive com essas mulheres em alguns outros momentos ao longo do mestrado, como em encontros e espaços coletivos delas que tive a oportunidade de participar”, afirma.

Juliana enfatiza a importância da UFSM e do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural na conclusão de seu trabalho. “Este trabalho só foi possível de ser realizado por mim porque foi realizado na UFSM, universidade pública, gratuita e de qualidade, que permite nossa qualificação profissional de maneira tão espetacular. A acolhida pelo programa de uma temática que traz mulheres militantes de um movimento social e suas relações com as plantas medicinais como eixos centrais demonstra que o programa compreende a importância da diversidade de ideias dentro da ciência”, destaca.

De acordo com Juliana, os resultados de sua pesquisa são experiência de extrema relevância para a sociedade e para a ciência brasileira. “Creio que o principal resultado foi a compreensão de que as mulheres que fazem parte desta pesquisa só ressignificaram o cuidado porque estavam organizadas coletivamente, porque o coletivo cumpre um papel fundamental na organização e emancipação das mulheres. Além disso, a compreensão que elas têm sobre a importância de seus saberes e suas trajetórias é outro ponto interessante, pois saber sobre as plantas é importante para suas famílias, comunidades, movimentos sociais, mas saberem o quanto estes saberes são valiosos, isso é importante para a humanidade”, analisa.

A cerimônia para a entrega do prêmio aconteceu no dia 27 de outubro, na Assembleia Geral dos Associados do 58º Congresso da Sober, realizada de forma virtual.

Texto: Ana Júlia Müller Fernandes, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista

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