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UFSM em REDE: a resiliência torna mais forte

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, a Universidade não parou



Ao longo da série de reportagens produzidas pela Agência de Notícias sobre o legado do período do UFSM em Rede, alguns pontos de convergência foram encontrados em todas as manifestações: o momento não foi fácil para ninguém, o uso das tecnologias tornou-se inevitável e o caminho para sua utilização plena ainda está distante do fim. 

Outro aspecto que teve destaque foi a saudade do contato humano e a corrida para ressarci-lo. Nesse percurso, o investimento no mundo virtual serviu para manter o vínculo da UFSM com os seus e com a sociedade, ao não só dar continuidade às aulas, mas ao ponto de procurar aperfeiçoar a essa experiência à realidade, a qual também pode ser atingida pelas descobertas do período pandêmico. 

A remanescência das redes

Reitor, Luciano Schuch, participa de reuniões de modo virtual

Mesmo com o retorno presencial das aulas e atividades administrativas, algumas estratégias utilizadas durante o período em Rede devem permanecer. Luciane Sanchotene, professora do departamento de Desportos Coletivos da UFSM, decidiu continuar com a frequência de reuniões virtuais de seu grupo de pesquisa, intercalada com as presenciais. Para ela, a grande vantagem está nos ganhos para a rotina de cada um, já que pode participar dos encontros de qualquer lugar, evitando tempos de deslocamento e intercalando com outras atividades diárias. 

O professor Jerônimo Tybusch, pró-reitor de Graduação, também já começou a integrar o virtual de maneira mais concreta às suas aulas no curso de Direito. Ele salienta que, estando em vigor a possibilidade de concluir o curso com 40% de presencialidade, é estratégico utilizar recursos assíncronos e síncronos. “No meu plano de ensino, eu sinalizo aos alunos quais são as aulas presenciais, acompanhadas de sua respectiva leitura, quais serão online, e quais assíncronas, com os materiais necessários para aquela semana”, explica.

Márcia Lorentz, Coordenadora de Projetos e Convênios da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) acredita que as vídeo chamadas vieram para ficar, pois facilitam com que reuniões maiores possam acontecer, já que não há limitações físicas para o número de participantes, o que considera uma forma diferente de integração, que não era possível no presencial. A mesma perspectiva é compartilhada pelo reitor da Instituição, Luciano Schuch, que através dos recursos virtuais realiza atividades de trabalho e reuniões de forma mais fácil com gestores e servidores de outros campi. As reuniões do Conselho Universitário (Consu) e do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CEPE), por exemplo, seguem no modelo virtual e, futuramente podem acontecer em formato híbrido. O reitor entende que se a tecnologia está a disposição e pode ser utilizada, o caminho é buscar o melhor uso para aproveitar suas potencialidades.

Outro exemplo do que pode ter continuidade neste contexto são os eventos, congressos, formaturas e bancas – no formato híbrido ou virtual. Momentos que até então ficavam restritos ao público que acompanhava presencialmente as atividades puderam ser ampliados e essa é uma característica que pode ser levada adiante. A Pró-Reitora de Pós-graduação e Pesquisa, Cristina Nogueira, avalia que o uso das tecnologias de informação e comunicação certamente permanecerá para aulas, seminários e defesas, reduzindo os custos e otimizando o tempo para participação de pesquisadores de outras Instituições de Ensino Superior do Brasil e do exterior. “Essa troca é fundamental na pesquisa científica e formação de recursos humanos qualificados. O desafio agora é estabelecer as bases legais para a utilização dessas tecnologias no ensino presencial, sem a sua caracterização como Ensino à Distância, que se trata de modalidade distinta de ensino”, reflete.

O legado

Agora as formaturas acontecem presencialmente, mas com transmissão online

Ponto comum entre todas as perspectivas é que a tecnologia veio para ficar e seu uso pode e deve ser agregado ao contexto acadêmico, no entanto, a longo prazo, este processo precisa ser estudado de forma mais específica, para que traga os benefícios desejados, com qualidade no ensino e de maneira acessível a todos. 

Na avaliação de docentes e discentes, a simples transposição das aulas presenciais para o meio remoto, com o uso das tecnologias, não permite dizer que o ensino em Rede teve o mesmo ritmo de antes da pandemia. Por mais que em algumas situações tenha sido benéfico, é certo que é preciso avançar nesta discussão, de forma a pensar as interações mediadas mais integradas com o contexto vivido. Como legado, fica a perspectiva de que novos métodos de ensino são possíveis de serem utilizados e podem ser bem-vindos, no entanto, há a necessidade de maior planejamento, capacitação e formas de inclusão para todos. Francisco Cougo, docente do departamento de Arquivologia da UFSM, pensa que a grande lição deste momento é a necessidade de discussões sobre esse tema à exaustão com a base (professores e alunos), para que os melhores caminhos possam ser encontrados.

Em relação aos novos modos de trabalho, o legado que ficou  não é muito diferente: a visão de que é possível atuar de uma nova maneira, já que a Universidade se manteve em pleno funcionamento mesmo durante a suspensão das atividades administrativas presenciais, mas que essa forma de trabalho deve ser discutida e planejada a fundo, já que as realidades de cada servidor e de cada atividade desenvolvida são diferentes. Missão esta que já está sendo realizada na Universidade, através da atuação da Comissão Temporária de Avaliação e Implementação do Teletrabalho na UFSM. 

Já em andamento, um exemplo positivo de como o uso das tecnologias pode ser apropriado à Universidade, está na mudança significativa no processo de matrícula dos calouros, que é um dos reflexos do legado dos anos em REDE. Nesse período, tanto a chamada regular quanto a oral foram realizadas de forma online e bem sucedida. Jerônimo Tybusch aponta que essa mudança já estava sendo projetada antes mesmo da pandemia, eliminando o uso de envelopes e papéis, com a documentação sendo toda digitalizada, facilitando as análises e tramitações internas, simplificando os processos para o estudante ingressante e para a comissão responsável pelo ingresso. “Esse é um aspecto bem interessante em que avançamos. É um sistema genuíno no país, completamente sem papel. As próprias entrevistas de autodeclaração e de deficiência foram realizadas online, um ganho muito grande”, destaca Jerônimo. 

Para o pró-reitor, esse é o legado: a resiliência de conseguir manter a potencialidade do uso da tecnologia para redimensionar o ensino e a forma de aprender. “Para que saiamos um pouco da maneira clássica do processo de ensino para uma nova, de ensino e aprendizagem, que esteja além, a fim de aproximar os alunos uns dos outros e da Instituição”, aponta. 

É analisando todo esse contexto que o professor Francisco reflete sobre o período vivido e avalia que as tecnologias devem estar a serviço do ensino e serem adaptadas para este fim e não o contrário. Ou seja, para ele, o legado é que a universidade e o ensino devem estar para além da tecnologia. “O que não pode ter continuidade é a visão muitas vezes disseminada de que a universidade se resume a tarefas rotineiras via Moodle. Precisamos reestabelecer os espaços de convívio e troca dentro da universidade e, especialmente, dentro da sala de aula”, finaliza. 

UFSM em Rede

Nesta série, ao longo de 5 matérias, realizamos um balanço do período em que a Universidade esteve com as atividades via REDE. No primeiro texto trouxemos as impressões sobre os momentos iniciais da pandemia e a agilidade de ação da Instituição. Na segunda matéria foram abordados os desafios de ensinar e aprender ao longo deste período. A terceira reportagem trouxe as formas como a Universidade rompeu as fronteiras físicas quando conseguiu utilizar o melhor que as tecnologias poderiam oferecer. No quarto texto foi trazido para debate o tema do teletrabalho e o andamento das discussões sobre o assunto na Instituição. Todas as reportagens estão disponíveis no site da UFSM.

Texto: Gabrielle Pillon, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Arquivo Ascom Gabinete
Edição: Mariana Henriques e Ricardo Bonfanti, jornalistas

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