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Trocas acadêmicas e retorno ao presencial marcam 37ª JAI na UFSM

Evento reuniu atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação



Mais de 4 mil trabalhos foram apresentados durante 37ª JAI (Foto: Ana Alícia Flores Ponteli)

Com mais de quatro mil trabalhos apresentados, a 37ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI) ocorreu ao longo desta semana no Centro de Convenções e em outros prédios da UFSM, com o encontro de estudantes dos campi da Instituição, das escolas da região e também da comunidade externa. Com mostras de pesquisas, ensino, extensão, fóruns de debate e maratonas tecnológicas, a UFSM propôs uma programação que buscasse envolver a todos os públicos e mostrar o que a Universidade produz.

Para o coordenador de Iniciação Científica da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), Leandro Souza da Silva, o grande desafio da organização do evento para este ano era planejar o retorno ao presencial, como receber o público na infraestrutura da Universidade e fazer com que houvesse local para todas apresentações de todas as áreas do conhecimento simultaneamente. “Nossa expectativa era por essa retomada do encontro entre as pessoas, das que apresentam, avaliam ou só presenciam, para, assim, permitir as conexões entre elas”, comenta. Na organização, há uma equipe geral da PRPGP, da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), da Pró-Reitoria de Extensão (PRE) e da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec). Além disso, há o suporte institucional de diversos setores, como o Centro de Processamento de Dados (CPD), a Casa da Comunicação, o Gabinete do Reitor e o Setor de Transportes. Juntam-se à organização mais de 70 estudantes selecionados para monitoria e outras atividades na Jornada.  

Uma delas é a acadêmica de letras, Kailany Pereira, atuante na recepção dos alunos, professores e avaliadores no Centro de Convenções. Lá, ela orienta, cadastra a presença dos estudantes (válida para certificado), entrega a ficha técnica aos avaliadores e esclarece dúvidas do público. “É minha primeira vez como monitora e estou gostando da experiência”, relata. 

Programação variada 

Conferência com Davi Yanomami lotou o Centro de Convenções (Foto: Ana Alícia Flores Ponteli)

Desde a visita de Davi Kopenawa Yanomami, líder político dos indígenas Yanomami, até a Maratona de Inovação, a JAI buscou mostrar como a UFSM possui projetos e iniciativas em diferentes áreas. Para Leandro, a Jornada tem esse papel de ser integrada para o ensino, a pesquisa, a extensão e agora, para a inovação. Portanto, procurou-se fazer uma programação que representasse toda essa diversidade. O coordenador também justifica as ações em razão de, ocasionalmente, as pessoas não reconhecerem as atividades conduzidas pela Universidade. Logo, deseja-se mostrar como a Instituição, através de suas ações, consegue chegar na sociedade e é importante para ela. 

Sobre a participação externa, há a JAI Jovem, momento em que jovens do ensino médio de instituições da região se integram à Universidade. Neste ano, aproximadamente 100 trabalhos foram apresentados. Para os pequenos, foi criada a JAI Mirim, com objetivo de promover a integração do ensino infantil com a universidade desde cedo, incentivando o estudo, a valorização da instituição e desejo de estarem em uma universidade. “Nosso objetivo é receber os estudantes para que mostrem o que está sendo produzido dentro ou em parceria com a UFSM. Isso representa o sucesso do evento”, afirma Leandro. 

Outra inclusão é da Polifeira, que esteve presente em um período maior do que o costumeiro. A cada dia da Jornada, diferentes produtores se revezam para expor seus produtores. Para Nélio Kickhofel, novo no projeto, está sendo uma boa experiência poder comercializar seus morangos durante a Jornada: “apesar de ser iniciante, já posso dizer como é legal, temos um público novo”, conta. Segundo Leandro, a ideia de conferir um espaço permanente à Polifeira durante o evento é em prol de uma maior visibilidade do projeto, não só para aqueles de fora, mas também para quem frequenta o campus e não consegue prestigiar a feira ao longo do semestre. Ainda, o coordenador conta que na origem da Jornada o seu intuito era ser uma mostra interna de ações e pesquisas. No entanto, chegou um ponto em que percebeu-se a importância da participação da sociedade para que ela identifique e aproveite o que é produzido pela Instituição. 

JAI é espaço de trocas de experiências   

Apresentações de benners aconteceram no Centro de Convenções (Foto: Ana Alícia Flores Ponteli)

“Eu me sinto feliz em apresentar, porque é a oportunidade de mostrar o que realmente estou fazendo na pesquisa, além de ser um tema que gosto muito, o que torna gratificante explicá-lo para quem tem interesse”. É o que conta a estudante do 6º semestre de Letras, Pâmela Mota, sobre apresentar seu banner com o trabalho “Acessibilidade textual-discursiva pós-lesão cerebral: oficinas de escrita para sujeitos com afasia”, orientado pela professora Célia Helena de Pelegrini Della Méa. Ela apresenta a experiência de realizar oficinas de escrita para pessoas com afasia, um transtorno de linguagem causado principalmente por quem sofre um acidente automobilístico ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A partir disso, surgem dificuldades  para ler, escrever e falar.  

Outro pesquisa apresentada é a da Fernanda Langner, com o título “Manchetes de notícias online: uma análise das representações construídas pela mídia sobre o juiz no quinto dia do Julgamento da Boate Kiss”. Nele, Fernanda toma como evento o quinto dia do julgamento dos réus do incêndio ocorrido na Boate Kiss, no qual o magistrado realizou um intervalo que coincidiu com um jogo do Campeonato Brasileiro entre Grêmio e Corinthians. A partir disso, ela analisa cinco manchetes de variados veículos, a fim de identificar diferentes sentidos atribuídos à figura do juiz. “Com isso, espero ajudar no desenvolvimento de materiais didáticos que promovam uma leitura crítica sobre textos e sobre o mundo, ajudando as crianças a desenvolverem esse olhar mais crítico quando vão ler as notícias”, explica Fernanda. 

Os alunos participantes do Laboratório de Embriologia Animal da UFSM (Embriolab), vinculado ao curso de Medicina Veterinária, estiveram em peso nas apresentações no Centro de Convenções. O laboratório realiza pesquisas nas espécies bovina e equina com recursos do meio científico-tecnológico para atender os criadores e, assim, proporcionar o melhor aproveitamento do material genético animal e de reprodução. Entre os trabalhos apresentados, os produtores rurais do Geoparque Quarta Colônia também foram contemplados. Um dos pesquisadores é Carlos Cervo, acadêmico do 5º semestre de Medicina Veterinária. Ele relata as atividades de viés extensionista realizadas na região, que incluem trabalhos educacionais dentro de sindicatos e prefeituras, para qualificar o corpo técnico de quem trabalha nas propriedades. Conforme Carlos, a Quarta Colônia é uma região cheia de potencial, porém, muitas vezes este não é alcançado por falta das biotecnologias nos rebanhos. “É por isso que saímos da Universidade e vamos aos terrenos para aplicar tudo o que aprendemos na pesquisa. Assim, melhoramos a economia e também a qualidade de vida dos produtores. Isso é a UFSM ajudando a sociedade de forma direta e através dos estudantes”, orgulha-se Carlos. O estudante também ressalta o quanto o projeto faz com que os pequenos produtores de gado de corte  possam estar à altura dos grandes. Aliado a isso, a JAI torna-se o lugar fundamental para apresentar todo esse trabalho a quem desconhece, diz Carlos. 

Mariana Motta, do 8º semestre e também integrante do Embriolab, compartilha do pensamento do colega e acrescenta: “a JAI é uma oportunidade dos alunos encararem o público e o avaliador. Isso permite com que praticamos a fala, a apresentação e a comunicação, além de que podemos criar ainda mais vínculos com os professores”, avalia. 

A vitrine para Universidade e para o aluno

Gilson Antônio Pessoa, professor do Departamento de Grandes Animais, orienta diversos trabalhos apresentados durante a JAI. Ele conta que possui cerca de 16 alunos de iniciação científica, que trabalham tanto na pesquisa quanto na extensão e que os incentiva a participarem do evento para adquirirem experiência acadêmica. Gilson explica que indica a seus alunos a apresentarem os resultados das pesquisas igualmente em congressos nacionais e internacionais. Com isso, entende que a rotina e a vivência adquiridas abrem portas aos acadêmicos: “com essa produção, eles conseguem um bom currículo, seja para seguir carreira acadêmica ou no mercado de trabalho”, aponta. 

Gilson lembra que a produção científica auxilia a UFSM nos rankings de desempenho acadêmico, algo que projeta a Instituição. Esta produção não deve ser somente da pós-graduação, mas deve incluir os alunos desde o primeiro semestre, acredita o professor.

A arte na Jai 

Apresentação durante a JAI Performativa (Foto: Gabrielle Pillon)

Apresentações de dança performativa também tiveram espaço na Jornada. Na quarta-feira (9), o palco do Centro de Convenções foi tomado por performances, com acadêmicos de Dança, professores e público em geral, formando um enorme círculo. Os professores Daniel Reis Plá e Flávio de Campos Braga avaliavam os dois blocos de apresentações e coordenavam rodas de discussão. Em sua fala, Daniel incentivou atividades como esta para transmitir conhecimento e experiência através da dança. Além do mais, é um espaço onde expressões e troca de experiências com a dança podem ser acessadas. As apresentações  foram de Milena Colognese, Gabrielly Eggers, Filipe Cardoso, Natalia Machado, Pedro Moraes, Janeo Venturini, Helena Leimann e Emilio Leal. 

Arte com audiodescrição igualmente pode ser visitada na Jornada. O grupo Diverso, coordenado pela professora Mônica Barboza e pela servidora Fernanda Taschetto é vinculado ao Curso de Dança Licenciatura do Centro de Educação Física e Desportos e expôs fotografias da peça teatral  “Dançar as coisas do Pago”. As fotos tirada pelo fotógrafo Dartanhan Baldez possuem QR Code para acessar a audiodescrição pelo celular. A exposição estava no 2º andar do prédio 74C e também na Coordenadoria de Ações Educacionais (CAED), onde o grupo exibiu o audiovisual com audiodescrição “Um Pássaro”.

Diversidade, Igualdade e Direitos Humanos 

Assuntos de fundamental importância para a universidade são Direitos Humanos, Igualdade e respeito à Diversidade. Esses temas perpassaram diversas programações, apresentações e falas e ganham um destaque especial com o Fórum de Direitos Humanos, organizado pelo Observatório de Direitos Humanos da UFSM. O evento reuniu apresentações de trabalhos da UFSM em parceria com a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), bate-papo sobre questões de gênero, cursos para vigilantes da Instituição, além de mostras de trabalhos. Acadêmicos de pedagogia, direito, serviço social, dentre outros, puderam expor seus relatos com atividades com pessoas privadas de liberdade. Dentre os projetos, há o Inspira, que aproxima famílias separadas pelas condenações das mães, que cumprem pena no Presídio Municipal de Santa Maria. Com atuação desde 2016, visa a organização de ações educativas/pedagógicas, o atendimento psicossocial e de saúde para acompanhar as crianças e manter o vínculo com suas mães. Em Palmeira das Missões, representantes do projeto “Círculos de cultura: espaço para a promoção da saúde de homens e mulheres privados de liberdade”, expuseram suas experiência no acolhimento. 

Outro projeto apresentado foi o EducaFunk, que busca estudar, analisar e criar músicas com os detentos do gênero funk consciente, isto é, voltado para questões sociais. Em outra seara, está o projeto Horta Agroecológica Comunitária Neide Vaz, na Associação de Moradores do Residencial Dom Ivo Lorscheister, a qual planta verduras e demais frutos para as famílias. Nas apresentações, salientou-se a importância de propor educação, cidadania e inclusão social para a população carcerária. 

Encerramento

Na quinta-feira (10), a  Orquestra Sinfônica de Santa Maria realizou um concerto no Centro de Convenções. O evento chega ao fim nesta sexta-feira (11), e a cerimônia de encerramento também é a Abertura do Mês da Consciência Negra na UFSM e do Seminário Estadual Integrado: Carnaval e Formação Acadêmica, Economia Criativa, Turismo e Cultura como base nos festejos carnavalescos.

A solenidade será as 19h, no Centro de Convenções. Confira a programação completa no site. 

Texto: Gabrielle Pillon, estudante de jornalismo e bolsista na Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista

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