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InovaTec terá laboratório de fabricação para foodtechs e bioinsumos

A previsão é que o BioFabLab e o FoodTech FabLab sejam instalados no segundo semestre deste ano



Em expansão no mundo todo, os laboratórios de fabricação (conhecidos como fablabs) também se expandem no Brasil. Em 2023, dois projetos de fablabs serão implantados na UFSM: o de bioinsumos será o primeiro do Rio Grande do Sul nessa área, enquanto que o de foodtechs será o primeiro na América Latina nesse ramo. Com os nomes respectivos de BioFabLab e Food Tech FabLab, eles contarão com recursos do Ministério da Agricultura e Pecuária, tendo como órgão executor o InovaTec UFSM Parque Tecnológico, e contando ainda com o apoio da Prefeitura de Santa Maria e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Termo derivado da expressão em inglês fabrication laboratory, os fablabs são ambientes equipados com máquinas e ferramentas de fabricação digital que impulsionam e incentivam a inovação, a aprendizagem e o empreendedorismo local. Esses ambientes surgiram junto com o crescimento da cultura maker, fornecendo espaços de interação entre empreendedores, pesquisadores, estudantes e comunidade em geral para que possam experimentar, aprender, compartilhar conhecimento e desenvolver projetos a partir do uso de tecnologias colaborativas. Os fablabs possuem tecnologias como impressoras 3D, cortadoras a laser e máquinas de fresagem CNC (computer numeric control), entre outras ferramentas de fabricação

O professor Juliano Barin desempenha atividades de pesquisa e ensino na área de foodtechs (foto: Izadora Lemes Rocha)

O primeiro laboratório de fabricação foi desenvolvido por um programa do Center for Bits and Atoms no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Dados disponibilizados pelo Instituto FabLab Brasil localizaram 147 fablabs pelo país e, desse total, seis se encontram no Rio Grande do Sul. Um fato relevante é que nenhum deles trabalha nas áreas de foodtechs ou de bioinsumos.

Para Maria Daniele Dutra, gestora do InovaTec e coordenadora dos projetos que serão executados na UFSM, os fablabs são espaços pensados para dar acesso facilitado à inovação e ferramentas às pessoas, seja por meio da formação aberta e gratuita, seja por potencializar as redes e o processo colaborativo, que intensificam a aprendizagem prática da tecnologia.

Food Tech FabLab – Para o fablab no ramo de foodtechs, o objetivo é implantar um sistema indutor de inovação e empreendedorismo no Parque Tecnológico da UFSM, através da instalação de uma infraestrutura física com equipamentos, fornecendo assim capacitação profissional e treinamentos nessa área. As foodtechs são empresas que trabalham ressignificando os sistemas alimentares, utilizando tecnologias para criar soluções inovadoras que podem aprimorar seus nichos de aplicação, como os listados a seguir:

– processamento de alimentos;

– novos ingredientes e produtos;

– sistemas de entrega por aplicativo (delivery) e rastreabilidade;

– varejo e food service, que inclui novos equipamentos e serviços, trabalhando até mesmo em soluções para o desperdício de alimentos.

“Vai impactar muito positivamente em questão de acesso e geração de conhecimento, porque – ao se trabalhar com fablab – estaremos gerando uma série de conhecimentos que depois serão explorados na pesquisa, pelas empresas, e que vão agregar conhecimentos novos que até então não se tinha. Então, se espera que com isso consigamos induzir os processos de inovação, e assim, gerar novos empreendimentos”, afirma o professor Juliano Barin, do Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos da UFSM, que desempenha atividades de pesquisa e ensino na área de foodtech.

Uma característica importante do Rio Grande do Sul é que as foodtechs aparecem entre os 10 principais segmentos econômicos do estado, ocupando a 9ª colocação, diferentemente do cenário nacional, onde o ramo está fora do top 10. Outra característica importante é que Santa Maria é a cidade que apresenta maior concentração de foodtechs na região Sul.

Não à toa, a UFSM é uma instituição que tem parceria com o maior hub de foodtechs da América Latina: o Food Tech Hub Latam. Além disso, cases de sucesso como o aplicativo de entregas Delivery Much e a empresa de máquinas de café Baristo, que foram incubadas na UFSM e hoje atuam em escala nacional, mostram a importância e o potencial do investimento nesse setor.

Chocolates feitos a partir de uma impressora 3D de alimentos (foto: Izadora Lemes Rocha)

Equipamentos – As tecnologias que serão utilizadas foram selecionadas de acordo com o potencial de inovação que podem trazer aos processos de produção de ingredientes e alimentos. Elas não privilegiam alguma área específica, de forma que atendam uma maior diversidade de demandas, incluindo áreas como vegetais minimamente processados, sucos, bebidas, proteína animal e plant-based, emulsões, aromas, microrganismos e massas, entre outras. Entre os equipamentos que serão adquiridos, destacam-se impressora 3D de alimentos, extrusora de proteínas (plant-based), pasteurizador a frio, extrator de aromas sem uso de solventes, homogenizador de alta pressão, liofilizador e spray dryer.

Outro setor que será beneficiado, segundo Juliano Barin, será o regulatório, incluindo órgãos de controle como a Vigilância Sanitária e o próprio Ministério da Agricultura. “Tentaremos integrar o regulatório a essas pesquisas, então o próprio órgão regulador vai ter um suporte que pode ser usado através desse laboratório, para embasar suas decisões em cima da segurança e registro dos produtos. Então vamos ter vários atores da sociedade que estarão cobertos”, completa.

BioFabLab – O projeto do BioFabLab que será implantado tem como objetivo criar um espaço de criação e inovação que apoiará empreendedores no setor agropecuário, com foco na área de bioinsumos. Os bioinsumos consistem em processos ou tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana, destinados ao uso na produção, no armazenamento e no beneficiamento de produtos agropecuários.

“Hoje no Brasil se perde muito no pós-colheita. Frutas – principalmente frutas e hortaliças. Então, você pode utilizar um microrganismo para controlar esses fungos que atacam as frutas, diminuindo a incidência desses fungos, consequentemente você preserva ela por mais tempo”, afirma o professor Márcio Mazutti, do Departamento de Engenharia Química da UFSM.

O Brasil é um dos países que mais utilizam agrotóxicos no mundo, e os bioinsumos surgem como uma alternativa sustentável que esses produtores podem acessar e utilizar em sua cadeia produtiva. Segundo Mazutti, muitas vezes os pequenos agricultores ficam à mercê dessas tecnologias, o que acaba afetando na produtividade das colheitas e na preservação desses produtos. Assim, a utilização de bioinsumos pode beneficiar a cadeia do agronegócio da região. “A partir do momento que você começa a disseminar conhecimento, você começa a mostrar para esses pequenos agricultores que é possível eles começarem a pensar em produzir um biodefensivo, ou (caso não queiram produzir) que eles podem comprar de diferentes empresas, biodefensivos e aplicá-los. […] Eu acho que essa é a principal contribuição que você tem em termos de desenvolvimento regional”, pontua.

Assim, o BioFabLab terá o objetivo de promover e criar soluções inovadoras que promovam a saúde do solo, a proteção de culturas e a sustentabilidade agrícola. Dentro desse ambiente, está previsto o desenvolvimento de microrganismos benéficos, biofertilizantes, biopesticidas e outros produtos biológicos que podem substituir ou complementar insumos químicos tradicionais, visando reduzir o impacto ambiental e promover práticas agrícolas mais sustentáveis.

Com informações da Assessoria de Comunicação do InovaTec UFSM Parque Tecnológico

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