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Petrobras seleciona proposta de reportagem de egressos da UFSM sobre meninas e mulheres negras na ciência

Jornalistas formados no curso do campus Frederico Westphalen farão narrativas em áudio com pesquisadoras das ciências exatas



A Seleção Petrobras de Jornalismo Ciência & Diversidade recebeu 184 inscrições de propostas de reportagens em texto, áudio e vídeo de todo o país. Entre as 15 iniciativas escolhidas pela comissão julgadora, está a dos jornalistas Lavínia dos Santos Machado e Rodrigo Alcântara Davila, egressos do curso de Jornalismo do campus Frederico Westphalen. O edital é direcionado para produções científicas feitas por grupos sub-representados na sociedade ou ainda que tratem de temáticas sobre inclusão e diversidade.

Os jornalistas Lavínia e Rodrigo apresentaram a proposta de reportagem em áudio:“Para uma ciência antirracista: as meninas e mulheres negras na pesquisa científica”. A  reportagem será veiculada, inicialmente, na Rádio Comunitária de Frederico Westphalen e, depois, em outras emissoras integrantes da Associação Gaúcha de Radiodifusão Comunitária (Abraço RS). Assim como as demais reportagens selecionadas, a iniciativa será contemplada com o valor de R$ 20 mil.

Conforme o site da Petrobras, a comissão julgadora usou como critérios: aderência e pertinência em relação aos temas de ciência e diversidade; interesse jornalístico; relevância e resultados para os grupos sub-representados e para a sociedade; consistência do detalhamento da sugestão e a viabilidade e conteúdo do plano de reportagem.

Foto colorida vertical de mulher jovem negra com cabelo comprido. Ela sorri e está em frente ao microfone em um estúdio de rádio
Jornalista Lavínia Machado direcionou seus estudos ao rádio e ao combate ao racismo

Cientistas pretas na mídia sonora

Lavínia comenta que o estágio atual é de ajustes da proposta encaminhada à Petrobras para definir os caminhos da apuração das informações. Ela e Rodrigo querem entrevistar meninas e mulheres pretas que atuam nas ciências exatas. 

“A intenção é acompanhar e apresentar as trajetórias dessas mulheres, desde jovens que hoje ingressam nas universidades até profissionais já formadas e atuantes no mercado. Queremos dar visibilidade às suas vivências, destacando como se deu a construção de cada caminhada, os obstáculos superados e as contribuições para uma ciência mais inclusiva e diversa”, explica.

A mídia sonora foi escolhida por ser, no ponto de vista de ambos, a melhor forma de chegar à comunidade. “Nos últimos anos da minha graduação, eu estagiei em rádio comunitária e considero um divisor de águas na minha trajetória. Tive experiência com jornal impresso, mas percebi que o rádio alcança as pessoas de um jeito único, especialmente pela abrangência e pela proximidade com o público”, afirma Lavínia, que se formou em 2023 e atuou em rádio durante três anos. 

Foto colorida vertical de homem jovem branco com fones de ouvido em frente a um microfone. Ele está sorrindo.
Jornalista Rodrigo Davila, egresso da UFSM, atua há mais de 10 anos em rádio

O colega, Rodrigo, egresso da turma de 2017, tem mais de dez anos de experiência em mídia sonora. “Inclusive parte do que aprendi nesse período veio dele”, acrescenta. Além da parceria no projeto encaminhado à Petrobras, Rodrigo também foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal, com a série em áudio “Quando tudo sai do lugar: os riscos da hérnia” também neste ano.

Para Lavi´nia, o áudio estabelece uma maior conexão entre quem produz e quem escuta, além de oferecer possibilidades distintas das demais mídias. “A narrativa em áudio tem um papel essencial para prender a atenção do público, permitindo que a história seja contada de maneira envolvente”, observa.


Por um jornalismo antirracista

Lavínia ingressou no curso de Jornalismo do campus Frederico Westphalen em 2019 e desde cedo se envolveu com a temática antirracista. O marco foi a participação, ainda no primeiro ano de faculdade, do IV Congresso de Pesquisadores/as Negros/as da Região Sul, o Copene Sul, em Jaguarão (RS), com o pôster “Foram 83 tiros: um estudo de agendamento sobre as mortes de Evaldo Rosa dos Santos e Luciano Macedo nos jornais Folha de S.Paulo e O Globo”. “A partir desse evento, passei a me reconhecer ainda mais como mulher preta e a direcionar minha atuação para a luta por um jornalismo antirracista que se tornou o meu norte durante a graduação”, destaca.

Enquanto estudante, Lavínia participou de projetos de ensino, da organização de evento sobre Jornalismo Antirracista, grupo de pesquisa e foi bolsista do Observatório de Comunicação Pública (OBCOMP). A professora Janaína Gomes, que acompanhou a trajetória da acadêmica enfatiza: “Lavínia descobriu sua identidade na universidade muito cedo. Da mesma forma o grande talento para a pesquisa e para um jornalismo mais profundo e comprometido socialmente”.

A universitária aprofundou seu estudo na temática no trabalho de conclusão de curso (TCC) “Como construir um jornalismo antirracista: compreensões, práticas e reflexões para jornalistas e estudantes”, orientado pelo professor Reges Schwab.“O objetivo foi refletir sobre caminhos para construir um jornalismo antirracista no Brasil”, lembra. 

A partir da compreensão do racismo, da análise das práticas profissionais e da discussão sobre a relevância do tema para jornalistas e estudantes, o TCC discorreu sobre os caminhos para a construção de um jornalismo antirracista no país. Ao final do trabalho, Lavínia produziu um manual antirracista para jornalistas e estudantes da área. Já no estágio, ela retomou ao tema ao produzir a série de programas Faixa Preta, que discutiu temas como raça, escravidão, branqueamento, resistência, racismo e antirracismo. 

Texto: Maurício Dias

Fotos: Arquivo Pessoal

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